A Santa Casa de S�o Carlos (SP) chegou a parar de receber pacientes para UTI nesta quinta-feira, 25, por estar com estoque de medicamentos perto do fim. O hospital est� com os seus 30 leitos da UTI para pacientes com covid-19 ocupados e n�o recebeu as tr�s reposi��es de medicamentos previstas para esta semana. A diretoria da Santa Casa chegou a pedir � Central de Regula��o do Estado (Cross), do governo estadual, a transfer�ncia de todos os pacientes da UTI. No fim do dia, obteve empr�stimos pontuais de medicamentos de outros hospitais, mas n�o � suficiente para uma semana.
O sistema de sa�de de S�o Carlos est� colapsado h� dias, com 100% dos leitos de UTI covid ocupados. S�o 30 na Santa Casa e 15 no Hospital Universit�rio (HU). Nesta quinta, a tens�o aumentou ap�s a Santa Casa anunciar que, com estoque de sedativo e analg�sico por mais dois dias, n�o teria sequer como manter os pacientes que j� estavam em leitos de UTI nem receber novos doentes para interna��o.
O infectologista e diretor t�cnico do hospital, Vitor Marim, confirma que informou �rg�os municipais, estaduais e o minist�rio p�blico da decis�o da Santa Casa de suspender o atendimento a novos pacientes. Na semana passada, o hospital do interior paulista j� havia informado �s autoridades que tinha estoque para apenas 10 dias.
"Com o confisco (na verdade, foi uma requisi��o de administrativa) de medicamentos realizado pelo governo federal, a previs�o de entregas desta semana n�o ocorreu, inviabilizando a assist�ncia hospitalar", afirma. Ele diz que o hospital chegou a inserir no sistema Cross todos os pacientes que estavam em UTI covid da rede p�blica nesta quinta.
Enquanto o imbr�glio persistia, a Santa Casa tamb�m n�o recebeu novos pacientes na UTI nesta quinta. Ao t�rmino do dia, recebeu empr�stimos de medicamentos do HU e do Hospital Estadual de Am�rico Brasiliense e estima que o novo estoque possa durar at� quatro dias. Segundo Marim, o tempo m�dio de interna��o de pacientes da covid-19 na Santa Casa aumentou para 18 dias e, junto com o aumento de leitos na unidade. O lote de 1,3 mil ampolas de medicamentos, que antes eram suficientes para um m�s, agora duram quatro dias.
O secret�rio de Sa�de de S�o Carlos, Marcos Palermo, confirma a situa��o cr�tica no munic�pio e diz que, ap�s di�logos nesta quinta-feira com o Estado, devem ser providenciados medicamentos para a Santa Casa por mais 15 dias. Segundo o secret�rio, medidas restritivas devem ser ampliadas na cidade neste fim de semana, mas o governo municipal, por enquanto, descarta "lockdown".
S�o Carlos confirmou nesta quinta mais 127 casos e dois �bitos, totalizando 13.053 casos positivos e 195 �bitos. Segundo Palermo, 80% dos pacientes internados no munic�pio s�o da pr�pria cidade. S�o Carlos faz parte da Diretoria Regional de Sa�de 3, com sede em Araraquara, cidade que decretou "lockdown" e depois registrou queda de infectados. Dos 196 pacientes internados em Araraquara, 26 deles s�o de S�o Carlos e 12 est�o em UTI.
Ribeir�o Preto
Em Ribeir�o Preto, no nordeste do Estado, o Hospital das Cl�nicas anunciou na semana passada a redu��o pela metade de cirurgias, por 15 dias. O principal motivo foi a falta de medica��o para seda��o, uma vez que o estoque existente foi transferido para pacientes intubados. "O atendimento ser� para os casos grav�ssimos que n�o podem esperar por colocar a vida do paciente em risco. V�o deixar de ser agendadas cerca de 70 cirurgias por semana", informou o hospital em nota. A administra��o do HC tem a expectativa de receber medicamentos nesta sexta-feira, 26.
Segundo a prefeitura de Araraquara, n�o h� problemas com estoque de medicamentos na cidade, mas as cirurgias eletivas est�o suspensas desde janeiro. Em Campinas, segundo a prefeitura, a rede est� abastecida, mas com baixa de estoque em alguns produtos e espera por entrega. As cirurgias est�o suspensas desde 15 de janeiro na rede municipal e desde a semana passada na rede particular. Mas s�o realizadas cirurgias de emerg�ncia e oncol�gicas e, no sistema privado, tamb�m as card�acas. A partir desta sexta-feira, Campinas intensifica as medidas de restri��o, passando a fazer barreiras sanit�rias nos acessos � cidade.
GERAL