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Estado de Minas GERAL

Sem rem�dios, cidades fecham leitos


29/03/2021 13:10

A escassez de medicamentos para intubar pacientes da covid-19 come�a a causar o fechamento de leitos de terapia intensiva. Em S�o Paulo, ao menos duas cidades est�o transferindo pacientes que precisam de intuba��o, embora tenham � disposi��o equipe, camas e equipamentos dispon�veis na UTI. Mas faltam os rem�dios.

Com a alta de interna��es, a maioria dos Estados t�m registrado fila por leitos de terapia intensiva. Na rede p�blica paulista, por exemplo, a espera pode passar de uma semana e parte dos pacientes morre � espera de transfer�ncia.

Em S�o Sebasti�o, litoral norte, a UTI Respirat�ria est� com oito intubados, mas tem capacidade para 20. H� cerca de 10 dias, todo novo paciente que precisa do procedimento � imediatamente inserido na central de regula��o estadual de leitos para ser transferido para S�o Jos� dos Campos (a 100 quil�metros) ou Caraguatatuba (hospital de refer�ncia da regi�o).

"Estamos j� h� um m�s alertando para a falta e a baixa dos estoques", diz o prefeito Felipe Augusto (PSDB). "Faltam sedativos no mercado. Os estoques foram baixando e chegamos ao n�vel de colapso, quando n�o tem." Ele comenta ter recebido uma "carguinha" de medicamento suficiente para manter s� os pacientes j� intubados por cerca de cinco dias e fazer o procedimento nos que chegarem enquanto aguardam a transfer�ncia. Se houvesse kit intuba��o, a cidade poderia at� mesmo receber pessoas de outros munic�pios, j� que h� fila de espera por UTI no Estado.

"Est�o sendo transferidos neste momento em estado cr�tico ou grave, j� intubados. Estamos com capacidade de 80% na UTI, mas n�o vai chegar a 100%, porque n�o tem insumo. N�o colapsamos por falta de vaga, falta de atendimento, mas por falta de insumo", destaca ele.

Escassez e sobrepre�o

Igarapava, de 30 mil habitantes e a 90 quil�metros de Franca, vive drama parecido. A Santa Casa local est� com s� cinco dos dez leitos de UTI covid em uso por falta do kit intuba��o. "Nossos leitos est�o completos, com todos os equipamentos necess�rios, equipe. Mas, hoje, a gente n�o coloca na UTI quem precisa ser intubado. Se precisar, coloca na Cross (sistema de regula��o)."

Na segunda passada, mesmo com o valor alto, os kits de intuba��o foram comprados. O fornecedor, por�m, avisou que n�o conseguiria entreg�-los e cancelou a venda. "Custava R$ 32 a ampola de um sedativo que, agora, o fornecedor quer por R$ 270", conta o interventor do hospital, Marcelo Ormeneze. "Estamos vasculhando (fornecedores) no Rio Grande do Sul, Rio, S�o Paulo inteiro."

Ele diz que o hospital guarda as poucas unidades remanescentes para uma "super emerg�ncia" e que procurou a gestora da cidade vizinha, que respondeu que s� poderia ajudar "se n�o tiver outro jeito" e "com pouco". Segundo Ormeneze, para leitos de enfermaria, h� rem�dios, mas v�o acabar "j�, j�".

Na sexta, a Santa Casa de S�o Carlos anunciou ter pedido a transfer�ncia de 60 internados em UTI e de gravidade moderada por falta de anest�sicos. Com a doa��o de rem�dios de dois hospitais, a medida foi adiada por ao menos dois dias.

Em nota, a Secretaria Estadual da Sa�de afirmou que o governo federal mandou, na sexta, 65,7 mil ampolas de neurobloqueadores e anest�sicos, embora tivesse sinalizado envio de 259,8 mil. "A pasta est� concluindo a distribui��o do quantitativo para as regi�es, inclusive Igarapava e S�o Sebasti�o." Disse ainda que os departamentos regionais de Taubat� e de Franca auxiliam para manter o atendimento a pacientes, com remanejamento de rem�dios e transfer�ncias, se preciso.

'Campo de guerra'

Depois de um ano de pandemia, a sensa��o � de viver em um "campo de guerra". Profissionais da sa�de relatam o desafio de cuidar dos pacientes - em n�mero crescente, e cada vez mais jovens - e lidar com o cansa�o. Esse rejuvenescimento da pandemia pressiona hospitais. Na compara��o entre a 1� semana epidemiol�gica do ano com a 10� (7 a 13 de mar�o), as infec��es pelo v�rus subiram 316%, disse o Observat�rio Covid-19 da Fiocruz, na sexta-feira, 26.
J� nas faixas de 30 a 39 anos, os casos aumentaram 565%; e de 40 a 49 anos, 626%. Por terem menos comorbidades, a perman�ncia dos mais novos nos hospitais � maior.

"Antes, a gente at� falava: 'eram os av�s'. Agora s�o os filhos e os netos", diz o infectologista Andr� Baptista, m�dico residente do Em�lio Ribas, unidade de refer�ncia em S�o Paulo. Al�m disso, as equipes convivem com a ansiedade de dar not�cias (m�s, na maioria) �s fam�lias e a revolta de ouvir sobre flagrantes de festas e aglomera��es, como se a crise sanit�ria nem existisse.

O medo de acabar os rem�dios � outra sombra. "Se as drogas acabarem, todos v�o acordar com um tubo dentro do pulm�o. Imagine que situa��o desesperadora", define Baptista.

Al�m das mortes - o Pa�s tem mais de 312 mil v�timas at� agora -, o n�mero de novas infec��es indica que ainda n�o h� sinais de melhora em breve. M�dica intensivista do Hospital Municipal de Natal, Ana Patr�cia Tertuliano define: "Realmente, o que a gente est� vivendo � um inferno". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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