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Estado de Minas GERAL

PF prende mulher suspeita de aplicar vacinas contra covid-19 em empres�rios de BH


31/03/2021 13:03

Dilig�ncias da Pol�cia Federal realizadas nessa ter�a-feira, 30, refor�am a suspeita de que empres�rios tenham ca�do em um golpe em Belo Horizonte. Durante dois dias, uma suposta vacina��o contra a covid-19 ocorreu na garagem de uma empresa de transporte na capital mineira. Mais de 80 pessoas teriam sido submetidas ao procedimento. Uma cuidadora de idosos, que se passou por enfermeira e foi presa na noite de ter�a, seria a respons�vel por vender as "vacinas" aos empres�rios.

A suspeita � de que a falsa enfermeira tenha utilizado soro fisiol�gico no lugar do que afirmou ser imunizante contra o novo coronav�rus. Existe a possibilidade de que o golpe tenha sido aplicado a ainda mais pessoas na cidade.

As informa��es sobre os dias em que a suposta vacina��o ocorreu na garagem da empresa e de quem lhes vendeu o que pensavam ser vacinas foram repassadas por Robson Lessa e R�mulo Lessa, da transportadora Saritur, uma das maiores de Minas Gerais, � Pol�cia Federal em depoimento na segunda-feira, 29. A garagem utilizada na suposta vacina��o � de uma empresa que pertence ao grupo.

Inicialmente, as investiga��es levavam em considera��o imagens feitas a partir de pelo menos um im�vel vizinho � garagem, que fica no bairro Cai�ara, mostrando a movimenta��o de carros dentro da empresa. A corpora��o, a partir do material, trabalhava com a possibilidade de a suposta vacina��o ter ocorrido apenas na ter�a-feira, 23.

Os empres�rios informaram � corpora��o, por�m, que o procedimento ocorreu tamb�m na segunda-feira, 22. O n�mero de pessoas que teriam sido imunizadas, acima de 80, consta em lista apreendida na empresa, que nas investiga��es aparece com o nome de Coordenadas. A informa��o de que no local funciona bra�o da Saritur foi repassada � reportagem por funcion�rio da subsidi�ria.

No dia 24, a revista piau� mostrou que pol�ticos e empres�rios de Minas Gerais teriam tomado a primeira de duas doses da vacina Pfizer contra a covid, e que eles compraram o imunizante por iniciativa pr�pria, driblando o SUS, o que � ilegal.

A compra de vacinas pela iniciativa privada foi liberada, mas a lei prev� que haja doa��o � rede p�blica enquanto n�o for conclu�da a imuniza��o dos grupos priorit�rios. A primeira remessa do imunizante da Pfizer para o governo federal, segundo o Minist�rio da Sa�de, ainda n�o chegou ao Brasil. A empresa negou que tenha comercializado o imunizante no Pa�s.

V�deos obtidos pelo Estad�o mostram ve�culos e seus condutores dentro de uma empresa no bairro Cai�ara, na ter�a-feira, dia 23. Uma mulher com jaleco branco pr�ximo � janela de um dos carros faz movimentos semelhantes aos adotados para vacina��o de pessoas. Esta seria a mulher respons�vel pela venda do que seriam os imunizantes e sua aplica��o.

Entre as pessoas que teriam recebido o imunizante, segundo a piau�, estariam o ex-presidente da Confedera��o Nacional dos Transportes (CNT), Cl�sio Andrade, e o deputado estadual Alencar da Silveira J�nior (PDT), que nega ter sido vacinado. J� Andrade chegou, conforme a revista, a confirmar que teria sido imunizado. Em seguida, no entanto, negou que recebeu a dose.

A Pol�cia Federal n�o descarta a possibilidade de que mais pessoas tenham passado pelo procedimento especificamente na garagem da Coordenadas. Na lista de 80 pessoas, no entanto, n�o constam os nomes de Cl�sio Andrade e de Alencar da Silveira J�nior.

Ampolas de soro

Na sexta-feira, 26, a Pol�cia Federal deflagrou a Opera��o Camarote para investigar a den�ncia de vacina��o irregular pelos empres�rios. Foram cumpridos mandados de busca e apreens�o na empresa que aparece nos v�deos aos quais os Estad�o teve acesso e na casa dos empres�rios. A lista com os mais de 80 nomes que teriam passado pelo procedimento foi encontrada durante a opera��o.

Nas dilig�ncias dessa ter�a-feira, 30, a PF encontrou na resid�ncia da falsa enfermeira ampolas de soro fisiol�gico. O material vai ser periciado. "Tudo indica, no entanto, que era esse o material utilizado, dizendo ser vacina da covid-19", aponta fonte pr�xima �s investiga��es. Em depoimento � Pol�cia Federal, a falsa enfermeira permaneceu calada, e n�o quis contar aos investigadores de que maneira convenceu os empres�rios de que tinha em m�os vacina contra a covid-19.

A corpora��o segue apurando se outras pessoas participaram do que pode se confirmar como golpe. A PF vinha trabalhando com a possibilidade de que o produto utilizado na garagem da empresa fosse realmente uma vacina contra a doen�a, que poderia ter sido importada ilegalmente ou desviada de algum ponto da rede p�blica de sa�de.

Com as dilig�ncias dessa ter�a, no entanto, as duas possibilidades perderam for�a. Ainda n�o est� fechada a que tipo de crime os empres�rios poder�o ser enquadrados. "Isso vai depender do resultado final da investiga��o. Talvez haja alguma responsabiliza��o por culpa, uma vez que foram eles quem organizaram a vacina��o, permitindo que fosse aplicada a v�rias outras pessoas. � prematuro dizer", afirma um dos integrantes da PF que participaram das dilig�ncias.

Em nota, A PF afirma ter cumprido mandados de busca e apreens�o na resid�ncia da suposta enfermeira e de seu filho, e tamb�m de uma cl�nica. "Os dois s�o suspeitos de comercializar e aplicar vacinas contra covid-19 de origem il�cita. A Pol�cia Civil trabalha com tr�s linhas investigativas: as vacinas terem sido importadas ilegalmente, desviadas do Minist�rio da sa�de ou de serem falsificadas".

A falsa enfermeira, conforme a nota, tem passagem por furto e teria vendido o que oferecia como vacina contra a covid-19 a outras pessoas. Al�m da m�e e filho, um homem tamb�m estaria envolvido no esquema. Todos foram ouvidos na sede da PF em Belo Horizonte. A falsa enfermeira foi enquadrada no Artigo 273 do C�digo Penal, que pune com per�odo de 10 a 15 anos de pris�o quem "falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terap�uticos ou medicinais".

A falsa enfermeira foi encaminhada para a Penitenci�ria Estev�o Pinto, na capital mineira. "As investiga��es continuam, com oitiva das pessoas que teriam sido vacinadas pela mulher e demais pessoas que a teriam indicado para terceiros", diz outra nota da PF, divulgada nesta quarta-feira, 31. As outras duas pessoas que prestaram depoimento foram liberadas e, segundo a corpora��o, voltar�o a ser ouvidas.

A reportagem n�o conseguiu contato com a Saritur nem com a defesa da mulher presa pela PF nas dilig�ncias dessa ter�a-feira.


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