Chapec�, cidade considerada exemplo por Bolsonaro, tem UTIs lotadas

Em fevereiro, a cidade enfrentou um colapso no sistema de sa�de, precisou transferir pacientes, adotar restri��es de circula��o e ampliar o n�mero de leitos. Chapec� tem 537 mortos pela pandemia, sendo que mais de 410 foram registrados neste ano.

Nesta segunda-feira (5/4), o presidente anunciou que visitar� a cidade que fez um “trabalho excepcional” contra a pandemia e deu “liberdade” a m�dicos para prescreverem o “tratamento precoce”, ou seja, medicamentos sem efic�cia para a COVID-19, como a hidroxicloroquina.

 

Bolsonaro ainda compartilhou, em suas redes sociais, um v�deo em que o prefeito da cidade, Jo�o Rodrigues (PSD), celebra a queda de interna��es e a desativa��o de uma unidade de terapia semi-intensiva. 

 

 

O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, deve acompanhar o presidente na visita a Chapec�. O m�dico n�o � um defensor dos medicamentos do "kit COVID-19", mas tamb�m n�o desestimula o uso do tratamento que virou bandeira de Bolsonaro na pandemia. 

Apesar do entusiasmo do presidente, Chapec� apresenta taxa de 243 mortos para cada 100 mil habitantes, superior � m�dia nacional (157,7 v�timas) e de Santa Catarina (158). Os dados foram retirados do site do Minist�rio da Sa�de e n�o consideram a estratifica��o da popula��o. H� ainda 193 pessoas internadas na cidade, n�mero superior ao do dia 20 de fevereiro (183 internados), quando o munic�pio estava em colapso.

Mesmo sem espa�o para internar pacientes graves, o prefeito Jo�o Rodrigues disse ao Estad�o que a doen�a est� controlada na cidade. Ele atribui a queda de casos � testagem e tratamento r�pido. “Est� 100% controlada. O que tem s�o as UTIs lotadas”, afirma. O prefeito alega que a ocupa��o de leitos na regi�o segue alt�ssima por causa de pacientes  que v�m de outras cidades. 

Quando assumiu a gest�o do munic�pio, semanas antes do colapso, Rodrigues afrouxou as restri��es de circula��o e ampliou o hor�rio de funcionamento de bares. Quando a crise se agravou, o prefeito teve de recuar e adotar uma quarentena mais severa que no resto do Estado. 

Para Rodrigues, as restri��es mais duras n�o ajudaram a reduzir a contamina��o pela COVID-19, apesar de entidades como a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) apontarem benef�cios do distanciamento social. O prefeito acredita que as restri��es foram �teis para dar tempo da cidade ampliar leitos, mas agora � "proibido" falar em "lockdown" em Chapec�.

O prefeito afirma que a alta m�dia de mortes na pandemia se deve ao poder de contamina��o e de agravamento da doen�a, em raz�o das muta��es. "Fomos a primeira cidade, depois de Manaus, a receber a nova cepa."

Rodrigues tamb�m ressalta que liberou "quem segue a ci�ncia" e quem indica o "tratamento precoce" a trabalhar livremente em Chapec�. "Tem lugar para todo mundo." 

Apesar do n�mero de mortes, o prefeito acredita que a cidade pode ser um exemplo para o pa�s. "A economia est� bombando", finaliza.

(Com informa��es Estad�o)