O Conselho Nacional de Igrejas Crist�s do Brasil (Conic) divulgou comunicado nesta segunda-feira, 5, em que se mostra contr�rio � realiza��o de missas e cultos com a presen�a de fi�is. A decis�o vai na contram�o da liminar do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou a celebra��o presencial em todo o Pa�s, mesmo com alta de mortes e interna��es pelo coronav�rus.
"Evitar deslocamentos, usar m�scaras, n�o realizar aglomera��es s�o atitudes de amor � vida e �s pessoas. De nada adianta ir � igreja se desprezamos a vida e o cuidado com as pessoas. Nosso testemunho de amor precisa se expressar em atitudes. Ficar em casa, usar m�scaras, praticar a solidariedade s�o a��es coerentes com o Evangelho e salvam vidas", informou a Conic.
A institui��o disse que n�o precisa esperar por uma decis�o final do STF sobre o assunto e que, "como igrejas, precisamos dar o exemplo e evitar ao m�ximo as atividades presenciais. Esta ser� nossa maior contribui��o ao pa�s que se desfaz em luto".
A decis�o da Conic tamb�m vai na contram�o da indica��o da Associa��o Nacional de Juristas Evang�licos (Anajure), que entrou em junho com a��o para libera��o de missas e cultos presenciais, e abriu precedente para decis�o de Nunes Marques. Na ocasi�o, pediu a derrubada de decretos que haviam vetado o funcionamento dos templos sem ressalvar pr�ticas livres de aglomera��o - o que n�o inclu�a cultos.
Na a��o em que Nunes Marques liberou celebra��es religiosas presenciais, a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) se manifestou inicialmente contra o reconhecimento do pedido. Depois da publica��o de uma reportagem do Estad�o sobre o posicionamento da pasta, o advogado-geral da Uni�o, Andr� Mendon�a, enviou uma nova manifesta��o, revendo o entendimento, e se posicionando, agora, a favor da legitimidade da Anajure.
O tamb�m ministro do STF Gilmar Mendes negou nesta segunda-feira, 5, pedidos do PSD e do Conselho Nacional de Pastores do Brasil para derrubar o decreto do governo de S�o Paulo que vetou atividades religiosas coletivas presenciais durante as fases mais restritivas do plano de combate ao coronav�rus. Ao criticar a "postura negacionista" e manter de p� a proibi��o do governador Jo�o Doria (PSDB) a cultos e missas, Gilmar divergiu do entendimento de Nunes Marques - agora, caber� ao plen�rio do tribunal pacificar a quest�o nesta quarta-feira, 7.
Confira a �ntegra do comunicado da Conic:
"Temos acompanhado as discuss�es sobre se igrejas s�o ou n�o de servi�o essencial. Considerando o sofrimento provocado pela pandemia da Covid-19, o empobrecimento da popula��o brasileira, a falta de sentido de vida diante das aus�ncias de perspectiva, poder�amos facilmente afirmar que, sim, igrejas desenvolvem servi�os essenciais quando contribuem para o fortalecimento da espiritualidade, acompanhamento nas cerim�nias de sepultamento e durante o luto.
No entanto, alguns momentos lit�rgicos, de ora��o, estudos b�blicos, e at� cultos e celebra��es, n�o precisam ser realizados de forma presencial. Lembramos o vers�culo b�blico do Evangelho de Mt 18.20, que lembra que Jesus est� entre n�s quando duas ou tr�s pessoas estiverem reunidas em Seu nome. Esta reuni�o n�o precisa acontecer nos templos. Igreja � o sacerd�cio geral de todas as pessoas que creem, de modo que, uma fam�lia, uma pessoa sozinha e ou pessoas de uma mesma casa podem reunir-se em ora��o. Ali estar�o vivendo igreja. Sabemos que, muitas vezes, existe a vontade e a necessidade de conversar com o padre, com o pastor ou a pastora, no entanto, os recursos tecnol�gicos dispon�veis hoje facilitam esta comunica��o.
As proje��es relacionadas � pandemia em nosso pa�s s�o graves. Estudo divulgado no in�cio de abril, de um centro de estudos da Universidade de Washington, indica que em 1� de julho, o Brasil poder� acumular 562.863 mortes causadas pela covid-19. Para o m�s de abril a proje��o � de mais 100 mil mortes.
O estudo indica um cen�rio otimista e outro pessimista. O otimista indica que se 95% das pessoas usarem m�scara em p�blico o n�mero de �bitos at� 1 de julho poder� chegar a 501 mil. J� o cen�rio pessimista mostra que se o n�mero de mobilidade social aumentar nos pr�ximos dias, o n�mero de mortes chegar� at� 01 de julho a 598 mil.
Evitar deslocamentos, usar m�scaras, n�o realizar aglomera��es s�o atitudes de amor � vida e �s pessoas. De nada adianta ir � igreja se desprezamos a vida e o cuidado com as pessoas. Nosso testemunho de amor precisa se expressar em atitudes. Ficar em casa, usar m�scaras, praticar a solidariedade s�o a��es coerentes com o Evangelho e salvam vidas.
N�o esperemos uma decis�o do STF relacionada � abertura ou n�o de igrejas. Nossa orienta��o � que, como igrejas, precisamos dar o exemplo e evitar ao m�ximo as atividades presenciais. Esta ser� nossa maior contribui��o ao pa�s que se desfaz em luto."
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