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Estado de Minas GERAL

Variante de Sorocaba � mais transmiss�vel e resistente �s vacinas, diz estudo


07/04/2021 15:13

A variante da linhagem sul-africana do coronav�rus detectada em uma paciente de Sorocaba, interior de S�o Paulo, tem maior capacidade de driblar o sistema imunol�gico das pessoas infectadas e as vacinas j� dispon�veis apresentam baixa efetividade contra ela. � o que revela um estudo de pesquisadores da Universidade de S�o Paulo (USP), coordenado pelo Instituto Butantan e com apoio de outras institui��es, inclusive da �frica do Sul. A nova cepa detectada pela primeira vez no Brasil tem comportamento parecido com a variante de Manaus, que � mais transmiss�vel e predomina sobre as demais cepas j� conhecidas.

A descoberta foi descrita em vers�o pr�via de artigo cient�fico publicado no site medRxiv, de informa��es cient�ficas, no �ltimo dia 4, estando ainda sujeito � revis�o. O estudo utilizou amostras colhidas pela rede de vigil�ncia gen�mica do v�rus Sars-Cov-2 do Estado, que integra laborat�rios p�blicos e privados. De acordo com o pesquisador Rafael dos Santos Bezerra, da Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto, da USP, os pesquisadores sequenciaram e geraram 217 genomas do v�rus, a partir de coletas realizadas em Sorocaba, Ara�atuba, Mar�lia, Taubat�, Campinas e Ribeir�o Preto, al�m de cidades da Grande S�o Paulo e da Baixada Santista.

Conforme o pesquisador, 64,05% dos genomas analisados pertencem � linhagem P.1 surgida no Estado do Amazonas e identificada no Jap�o, que ficou conhecida como variante brasileira de Manaus. Outros 25,34% eram das linhagens B.1.1.28, que provavelmente originaram a P.1. J� a variante inglesa do coronav�rus apareceu em 5,99% das amostras. "A linhagem P.2 (variante detectada inicialmente no Rio de Janeiro) foi detectada em apenas 0,92% dos casos, o que demonstra um poss�vel avan�o da P.1 sobre outras linhagens que eram predominantes em S�o Paulo", explicou.

A linhagem B.1.351 identificada em Sorocaba compartilha 15 muta��es com a cepa sul-africana, mas n�o apresenta seis das muta��es definidoras daquela cepa. No entanto, seu genoma apresenta nove muta��es exclusivas. "As an�lises gen�ticas demonstram a proximidade ineg�vel do nosso isolado com a linhagem sul-africana, sendo que se agrupa com outras sequ�ncias deste mesmo tipo, mais precisamente isolados da variante sequenciados na Europa", disse.

Segundo ele, apesar da nova variante ter sido detectada em uma �nica amostra, "esse fato � preocupante por ela ter um comportamento muito parecido com o da P.1 (variante de Manaus), apresentando maior transmissibilidade e escape do sistema imune". Cientificamente, tanto a de Manaus como a nova cepa de Sorocaba s�o consideradas variantes de preocupa��o. "As duas podem agir de maneira muito semelhante por compartilharem tr�s muta��es que est�o ligadas � maior transmissibilidade", disse.

Conforme o pesquisador, ainda � dif�cil estabelecer com precis�o como a variante do v�rus chegou a Sorocaba. A mulher de 34 anos que contraiu a variante n�o saiu da cidade, nem teve contato com estrangeiros. "Estamos trabalhando no rastreamento de outras pessoas que possivelmente tiveram contato com a paciente. A hip�tese mais segura � que seja uma cepa importada, pois Sorocaba � uma �rea de ind�strias com alto fluxo de pessoas, por�m apenas com mais isolados poderemos confirmar um poss�vel evento de converg�ncia."

Alerta

De acordo com o cientista, � dif�cil assegurar que n�o h� mais pessoas infectadas. "Comparado com pa�ses como o Reino Unido, o Brasil ainda faz sequenciamento em poucos genomas em rela��o aos casos identificados como positivos para Sars-Cov-2 no Pa�s. Com o estabelecimento dessa rede de laborat�rios e vigil�ncia gen�mica em tempo real, coordenado pelo Instituto Butantan, conseguiremos mensurar a dissemina��o dessa variante no estado e como ela vem se comportando, pois assim como a P.1, ela se dissemina de forma mais r�pida e isso gera um alerta."

Bezerra lembrou que um estudo realizado pela pesquisadora Penny Moore, do Instituto Nacional de Doen�as Transmiss�veis em Joanesburgo, �frica do Sul, e por colaboradores, verificou que as vacinas j� existentes no mercado apresentam baixa efetividade contra essa muta��o do v�rus. "Isso, de fato, � preocupante, sendo necess�ria uma maior aten��o sobre essa variante", alertou, lembrando que o estudo ainda passar� por revis�o da comunidade cient�fica. Al�m da Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto, colaboraram no trabalho pesquisadores da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de KwaZulu-Natal (�frica do Sul), al�m da empresa Mendelics sediada em S�o Paulo.

Conforme a prefeitura de Sorocaba, a paciente que apresentou a variante mora na zona norte da cidade e teve sintomas da doen�a no dia 5 de mar�o. A identifica��o da variante B.1.351 foi comunicada ao munic�pio no dia 31 daquele m�s. Dois familiares da mulher - um filho e o marido - tiveram a covid-19 e est�o sendo monitorados. O Butantan j� realiza o sequenciamento gen�mico em amostra do filho do casal, que teve os primeiros sintomas antes da m�e. A Vigil�ncia Epidemiol�gica Municipal monitora todos os contatos dessa fam�lia e ampliou a investiga��o epidemiol�gica, encaminhando amostras positivas para o instituto, mas ainda aguarda o resultado.


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