Mais de um ano ap�s o come�o da pandemia, o Minist�rio da Sa�de mant�m, em canais oficiais, informa��es desatualizadas ou erradas sobre o uso de m�scaras durante a pandemia. O aplicativo oficial criado para orientar a popula��o recomenda o uso de m�scara apenas para quem tem sintomas da covid-19 ou est� cuidando de uma pessoa com suspeita do v�rus. A recomenda��o contradiz falas do pr�prio ministro rec�m-empossado, Marcelo Queiroga, que tem defendido o uso da prote��o por todos e j� citou que o Pa�s deve adotar como slogan ser a "p�tria de m�scaras".
O programa foi atualizado em outubro e tem mais de 5 milh�es de downloads apenas na Play Store do sistema Android. O mesmo aplicativo tamb�m afirma que ainda n�o h� vacina dispon�vel contra a covid-19. Al�m do app, o site da pasta tamb�m continha informa��es desatualizadas. At� a semana passada, a sess�o "perguntas e respostas" do Minist�rio da Sa�de sobre a pandemia afirmava que o aperto de m�os era a principal forma de cont�gio da covid-19. Al�m disso, negava que a doen�a fosse transmitida pelo ar. A p�gina foi exclu�da ap�s questionamento do Estad�o.
"O COVID-19 � transmitido pelo ar?", era uma quest�o. "N�o, a transmiss�o acontece de uma pessoa doente para outra por contato pr�ximo, por meio de: aperto de m�os (principal forma de cont�gio)" era a resposta. Tamb�m eram citadas got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro e objetos e superf�cies contaminadas como formas e locais de cont�gio.
OMS
A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) afirma que a transmiss�o da covid-19 � feita de uma pessoa a outra, por meio de got�culas que se propagam a partir do nariz ou da boca de uma pessoa, principalmente ap�s tosse ou espirro. O �rg�o tamb�m cita a contamina��o ao tocar olhos, nariz e boca depois de ter contato com uma superf�cie contaminada. O aperto de m�o, por�m, est� longe de ser tratado como principal forma de transmiss�o.
O Portal do Servidor do governo federal tamb�m est� desatualizado. Em texto sobre orienta��es para evitar a contamina��o n�o h� men��o ao uso de m�scaras. Atualizada em 16 de mar�o, a p�gina recomenda medidas como higieniza��o das m�os, cobrir o rosto com len�o de papel ao espirrar ou tossir, evitar aglomera��es e manter ambientes bem ventilados, mas ignora a prote��o. Desde que assumiu o posto, ap�s a sa�da de Eduardo Pazuello, Queiroga cobra o uso das m�scaras.
Procurada, a Sa�de n�o informou se o ministro tamb�m pretende reservar recursos para a compra do equipamento de prote��o para a popula��o, como fizeram alguns Estados e munic�pios. Queiroga tamb�m tem afirmado que uma de suas primeiras a��es na pasta foi editar portaria para determinar o uso de m�scara dentro do Minist�rio da Sa�de, mais de um ano ap�s o come�o da pandemia.
Como mostrou o Estad�o no m�s passado, a falta de preocupa��o da pasta com os protocolos para conter a propaga��o do v�rus motivou queixas entre os pr�prios funcion�rios. O texto anunciado por Queiroga, por�m, at� agora n�o foi publicado. Em outubro, uma portaria j� determinou o uso da prote��o, o que n�o vinha sendo cumprido nem sequer por Pazuello e seus auxiliares.
Esse texto tamb�m afirmava que m�scaras "profissionais", como os modelos descart�veis ou N95, devem ser prioridade apenas para profissionais que atuam no atendimento de pacientes. O pr�prio Queiroga, por�m, tem usado prote��o mais refor�ada em reuni�es de governo ou ao atender a imprensa.
"Para pessoas saud�veis, use m�scara somente se voc� estiver cuidando de uma pessoa com suspeita de infec��o por coronav�rus." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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