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Estado de Minas GERAL

Pol�cia diz n�o ter d�vidas sobre autoria do crime que vitimou o menino Henry


08/04/2021 13:10

A Pol�cia Civil do Rio afirmou na manh� desta quinta-feira, 8, que o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, sofria agress�es peri�dicas por parte do vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), preso nesta manh� junto com a professora Monique Medeiros, sua namorada e m�e da crian�a. Segundo os investigadores, conversas registradas num aparelho telef�nico mostram que a bab� de Henry relatou essas agress�es � patroa, que teria mentido em depoimento � pol�cia. Ap�s a morte, a bab� foi pressionada a tamb�m mentir.

"Alguns pontos dessa conversa nos chamaram muita aten��o. A bab� fala que o Henry relatou a ela que o padrasto o pegou pelo bra�o, deu uma banda, uma rasteira, e o chutou. Ficou claro que houve les�o ali; fala que Henry estava mancando, que n�o deixou dar banho nele porque estava com dor na cabe�a", apontou o delegado Antenor Lopes, diretor da Pol�cia Civil na capital fluminense.

"Depois que veio o pior resultado poss�vel de uma rotina de viol�ncia, que foi a morte do Henry, ela esteve em sede policial por mais de quatro horas e deu declara��es mentirosas, protegendo o assassino do filho."

Nessa linha, o delegado respons�vel pelo caso, Henrique Damasceno, descartou que Monique tenha sofrido qualquer tipo de amea�a do namorado; era, na verdade, uma aliada dele, disse. "Se eu tivesse percebido qualquer tipo de coa��o, n�o teria pedido a pris�o dela", apontou.

Jairinho e Monique s�o suspeitos de cometer homic�dio duplamente qualificado com emprego de tortura e sem capacidade de defesa da v�tima. A pris�o tempor�ria, v�lida por 30 dias, foi justificada pela tentativa de atrapalhar as investiga��es. Ainda n�o houve den�ncia.

No depoimento � pol�cia, o casal alegou que vivia em harmonia familiar com o menino. N�o citou nenhum tipo de agress�o e disse que existia na casa uma rotina de afeto. A partir de desdobramentos das apura��es, no entanto, percebeu-se que a vers�o seria falaciosa. A pol�cia adquiriu recentemente o software Cellebrite, o mesmo usado, por exemplo, pelo Minist�rio P�blico do Rio. Ele permitiu uma s�rie de an�lises avan�adas nos materiais apreendidos nos mandados de busca e apreens�o.

Al�m desses aspectos tecnol�gicos, a investiga��o analisou os laudos j� produzidos e concluiu que n�o restam d�vidas sobre a autoria do crime. Henry apresentava les�es nos rins e no pulm�o, por exemplo, e sangramentos internos, incompat�veis com um eventual acidente. Ainda h� outros laudos pendentes, e por isso o pedido foi de pris�o tempor�ria. A investiga��o continua.

Henry foi deixado pelo pai por volta das 19h30 na casa de Monique e Jairinho, no dia 7 de mar�o, h� um m�s. Estava sem nenhum tipo de les�o, de acordo com a investiga��o. Em poucas horas, chegou morto ao hospital. Apenas o casal esteve com o menino nesse intervalo.

A delegada Ana Carolina Medeiros, que conduziu a opera��o desta manh�, disse que o casal tentou se desfazer dos celulares quando a pol�cia chegou � resid�ncia, na zona oeste do Rio. Os aparelhos, contudo, foram resgatados pelos agentes.

O vereador e a mulher foram presos por agentes da 16� DP (Barra da Tijuca). A pol�cia cumpriu mandados de pris�o tempor�ria expedidos pela ju�za Elizabeth Louro Machado, do II Tribunal do J�ri do Rio.

Henry morreu no Hospital Barra DOr, na Barra da Tijuca. Foi levado para l� pelo casal, que alegava t�-lo encontrado desmaiado no quarto onde a crian�a dormia. O menino estaria com olhos revirados, p�s e m�os geladas e dificuldades para respirar. De acordo com os m�dicos, o garoto chegou ao estabelecimento em parada cardiorrespirat�ria. No Instituto M�dico Legal (IML), a necropsia constatou m�ltiplos sinais de trauma, como equimoses, hemorragia interna e ferimentos no f�gado, t�picos de agress�o.

A pol�cia suspeita que Henry tenha morrido depois de ser submetido por Dr. Jairinho a uma sess�o de torturas, com o conhecimento de Monique. Aos investigadores, o casal afirmou suspeitar que o menino teria se ferido em uma queda. Os ferimentos, contudo, n�o s�o compat�veis com tal vers�o.

Jairinho foi o 16� mais votado dentre os 51 vereadores eleitos no Rio no ano passado. Eleito pela primeira vez em 2004, � figura conhecida do Legislativo carioca e filho de um ex-deputado estadual, o policial Coronel Jairo (PSC), que ficou na Assembleia Legislativa de 2003 a 2018.

Integrante do Conselho de �tica, a vereadora Teresa Bergher (Cidadania) anunciou que vai pedir ainda nesta quinta o afastamento dele da Casa; o colegiado se re�ne �s 18h. O vereador chegou a ser l�der do governo de Marcelo Crivella (Republicanos) na legislatura passada. O pai, por sua vez, foi preso em 2018 pela Opera��o Furna da On�a, suspeito de receber mesada para aprovar projetos de interesse do governo de S�rgio Cabral.


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