
O veto imposto a celebra��es religiosas presenciais pelo governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), anunciado no pacote de medidas restritivas para frear a dissemina��o do coronav�rus no Estado, que enfrenta o pior momento desde o in�cio da pandemia, virou tema de prega��o durante uma missa transmitida ao vivo �s v�speras da P�scoa.
Na ocasi�o, havia expectativa em torno de uma decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pedidos para liberar a abertura dos templos no per�odo, um dos mais importantes do calend�rio crist�o. Dias depois, o plen�rio do tribunal acabou referendando decretos que proibiram temporariamente cultos e missas com a presen�a de fi�is.
A rotina de igreja vazia irritou o padre Oscar Donizete Clemente, da Par�quia Imaculado Cora��o de Maria, em S�o Jos� do Rio Preto, no interior paulista. Ap�s a celebra��o da missa no �ltimo dia 2, o l�der religioso subiu o tom e criticou as medidas que limitaram a entrada nos tempos.
Clemente atribuiu as restri��es � influ�ncia do "Partido Comunista Chin�s", que promoveu a revolu��o comunista no pa�s asi�tico em 1949 e, desde ent�o, permanece no poder do outro lado do globo.
Ao politizar a pandemia, o padre criticou Doria, chamado de "imund�cie", se referiu a adeptos de ideologias ditas de "esquerda" como "vagabundos" e repetiu a teoria conspirat�ria de que h� um plano para transformar o Brasil em um pa�s comunista e acabar com as igrejas no prazo de uma d�cada - segundo c�lculos pr�prios do religioso.
"Por que isso est� acontecendo? � por causa do Partido Comunista Chin�s. Esse bando de vagabundo n�o quer mais que Deus esteja presente. Ent�o vamos distanciar, vamos afastar o povo de Deus. Todo mundo acha que � uma beleza, � uma gracinha, mas n�o vai dez anos, escreve. Se a gente n�o reagir, se a gente n�o bater de frente com esses vagabundos pol�ticos, o Brasil vai ser um pa�s comunista. Deus queria que a gente fa�a alguma coisa", disse.
"Vamos continuar assim. N�s de igreja, padres, bispos, pastores de igreja, vamos continuar tudo com a boca fechada. Voc�s v�o ver daqui a dez anos. � por isso que a igreja est� desse jeito. Aqui na igreja tem COVID, mas no �nibus lotado e nas festas n�o t�m. Esse bando de canalha. A �nica coisa que eu posso fazer � falar, porque se eu tivesse autoridade para fazer ia ser diferente."
O padre ainda estendeu as cr�ticas �s demais autoridades respons�veis pela gest�o da pandemia e repreendeu o sil�ncio das lideran�as religiosas diante das restri��es a atividades coletivas nas igrejas.
"Nunca � demais falar que isto acontece, por causa dessas autoridades incompetentes que n�s temos. De um lado, os governantes que est�o de sacanagem, est�o de brincadeira, come�ando por essa imund�cie desse governador. N�o pode na igreja, com todos os cuidados poss�veis, ter presen�a do povo na celebra��o, porque na igreja se pega COVID-19.
Nos �nibus lotados, nas festaiadas que t�m por a�, ningu�m fala nada. E, por outro lado, as nossas autoridades religiosas, que t�m medo, s� pode ser medo, incompetentes, n�o batem de frente com esses vagabundos, abaixam a cabe�a e dizem am�m. Isso em �mbito cat�lico, em �mbito evang�lico", disparou.
Clemente tamb�m repetiu o bord�o "Vai para Cuba", popular entre grupos de extrema-direita, e disse que na Venezuela, comandada por Nicol�s Maduro, "chefes de fam�lias est�o sendo obrigados a comer as folhas da B�blia" ap�s sess�es de tortura.
"S� para voc� dar uma olhadinha, aqui, vizinho nosso, na Venezuela, que todo mundo acha, principalmente esse povo de esquerda, que ama, esses esquerdistas vagabundos. Por que n�o v�o morar na Venezuela? Por que n�o v�o morar em Cuba? Na Venezuela as autoridades pol�ticas est�o fazendo os chefes de fam�lias, depois de serem torturados, comer as folhas da B�blia at� acabar. Na Bol�via, semana passada ou agora essa semana, n�o vai ser mais permitido evangelizar na Bol�via. E todo esse bando de esquerdista vagabundo batendo palma para essa corja e as nossas autoridades n�o fazem nada. Mostra, Cl�vis, aqui a igreja. � por isso que a igreja est� desde jeito que voc�s v�o ver agora: olha a�, olha que bonito, olha que gracinha, est� vendo. Do jeito que o Partido Comunista Chin�s deseja", emendou.
A reportagem tentou contato com o padre, por meio da Par�quia Imaculado Cora��o de Maria e da Arquidiocese de S�o Paulo, mas n�o teve resposta at� a publica��o desta mat�ria. O espa�o est� aberto para manifesta��es.
