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Estado de Minas GERAL

MP investiga suspeita de press�o sobre m�dicos por rem�dios sem efic�cia


12/04/2021 22:08

O Minist�rio P�blico de S�o Paulo (MPE-SP) investiga suspeita de que m�dicos da rede Prevent Senior estariam sendo pressionados para prescrever rem�dios sem efic�cia comprovada contra o novo coronav�rus, ignorando riscos de efeitos colaterais nos pacientes. Em nota, a operadora de sa�de nega a acusa��o e diz respeitar a autonomia dos m�dicos.

No inqu�rito civil, instaurado no dia 24 de mar�o, o promotor de Justi�a Arthur Pinto Filho, da �rea de Sa�de P�blica, diz ter recebido den�ncia an�nima de que profissionais da rede seriam for�ados a ministrar os medicamentos em pessoas internadas. "O representante alega que os m�dicos est�o pressionados pela empresa a prescreverem, notadamente, Flutamida e Etanercept, ignorando-se por completo os seus potenciais efeitos colaterais."

� promotoria, tamb�m foram enviados prints de conversas de m�dicos da Prevent Senior, em um grupo de WhatsApp. Uma mensagem, atribu�da a um diretor da operadora, afirma: "Bom plant�o a todos e enfatizo a import�ncia da prescri��o da Flutamida 250 mg de 8/8hs para todos os pacientes que internarem. Estamos muito animados com a melhora dos pacientes".

Flutamida � um f�rmaco usado no tratamento de c�ncer de pr�stata. Em 2004, a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) chegou a divulgar alerta ap�s receber notifica��o de cinco casos de hepatite fulminante em mulheres jovens, de 21 a 35 anos, que usaram o medicamento contra perda de cabelo, aumento de pelos ou acne. Quatro morreram na �poca.

J� o Etanercept serve para tratar artrite e � contraindicado para pacientes com infec��es ativas s�rias. N�o h� estudo cient�fico ou indica��o de �rg�os m�dicos para ministrar esses medicamentos para quadros de covid.

O caso foi revelado pelo rep�rter Guilherme Balza, da Globonews. Em mat�ria veiculada no domingo, 11, a emissora afirma ter conversado com cinco m�dicos que trabalharam na Prevent Senior.

Segundo a reportagem, os profissionais relataram uma rotina de ass�dio para prescrever os medicamentos, sob risco de serem demitidos caso se negassem a seguir a recomenda��o da operadora. Dois deles tamb�m teriam feito plant�o em hospitais da rede mesmo tendo recebido diagn�stico de coronav�rus.

�Kit covid�

O inqu�rito civil apura, ainda, suposta pr�tica de distribui��o generalizada do chamado "kit covid" -- composto por medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina. Esses rem�dios s�o indicados para outros tratamentos, como contra mal�ria ou infesta��o por parasita (piolho, por exemplo).

Segundo a promotoria, h� suspeita de que as receitas sejam distribu�das ainda antes da consulta, at� para pessoas � espera do exame da covid. Assinada por um diretor-executivo da Prevent Senior, a prescri��o aconteceria mesmo sem a comprova��o da patologia ou do hist�rico m�dico do paciente.

"Al�m de distribuir medicamentos sem efic�cia comprovada, que podem gerar graves problemas de sa�de aos usu�rios, o faz em completo desacordo com as normas do CFM (Conselho Federal de Medicina)", registrou o MPE-SP, ao instaurar o inqu�rito.

Ap�s uma s�rie de estudos realizados desde o ano passado, a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) passou a desaconselhar o uso de cloroquina contra a covid. Contudo, o CFM mant�m o parecer de que o rem�dio pode ser prescrito, contanto que seja respeitada a autonomia do m�dico e haja consentimento do paciente.

Segundo o �rg�o, os profissionais de sa�de tamb�m devem explicar que "n�o h� evid�ncias s�lidas de que essas drogas tenham efeito confirmado na preven��o e tratamento dessa doen�a". Caso divulguem o "kit covid" como "cura milagrosa", podem responder a sindic�ncia nos conselhos regionais.

Em mar�o, o Estad�o mostrou que o uso do kit covid levou cinco pacientes � fila de transplante de f�gado em S�o Paulo e � apontado como causa de ao menos tr�s mortes por hepatite causada por rem�dios. O uso desses medicamentos tamb�m pode estar ligado a hemorragias, insufici�ncia renal e arritmias.

Em nota, a Prevent Senior afirma que "jamais coagiu m�dicos a trabalhar doentes, o que foi atestado recentemente por vistorias de conselhos de classe" e que "d� aos m�dicos a prerrogativa de adotar os procedimentos que julgarem necess�rios, com toda a seguran�a e efici�ncia". Tamb�m diz que os todos os prestadores de servi�o que precisaram ser afastados "continuaram a receber sal�rios".

"A Prevent Senior tem todo o interesse nas investiga��es do Minist�rio P�blico, institui��o de extrema import�ncia e seriedade que, ao final das apura��es, constatar� que seus m�dicos agiram sempre de acordo com os marcos legais e na defesa da sa�de dos pacientes", afirma.

A operadora diz j� ter salvo mais de 36 mil pacientes e defende os resultados dos hospitais da rede. "A taxa de mortalidade � de 7% para pacientes acima de 60 anos, metade do que � observado no Estado de S�o Paulo."

Prevent Senior afirma, ainda, que abriu investiga��es internas para apurar suposta "utiliza��o indevida de dados de prontu�rios m�dicos, o que configura crime de divulga��o de segredo". Segundo a operadora, dados sigilosos teriam sido distorcidos e vazados � imprensa por um ex-funcion�rio, supostamente gerando uma falsa den�ncia.

"Lamentavelmente, um m�dico demitido e j� identificado usou de sua fun��o para violar informa��es sigilosas de pacientes que n�o havia atendido para prejudicar a empresa", diz. "Por isso, a operadora mover� a��es judiciais nas esferas c�vel e criminal."


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