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Estado de Minas GERAL

Faxineira diz que viu Henry 'apavorado' ap�s ficar trancado com Dr Jairinho


15/04/2021 20:20

A faxineira Leila Ros�ngela de Souza Mattos, que trabalhou na casa de Henry Borel, de 4 anos, morto em 8 de mar�o no Rio, contou � pol�cia na quarta-feira, 14, ter visto o menino "com cara de apavorado" ap�s ficar trancado no quarto por dez minutos com o padrasto, o m�dico e vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr Jairinho. Ela disse tamb�m que a m�e de Henry e namorada de Jairinho, a professora Monique Medeiros Costa e Silva de Almeida, contou a ela em fevereiro que o filho havia tido "um surto" com o padrasto. O pol�tico e Monique est�o presos temporariamente em inqu�rito que apura a morte do menino.Faxineira diz que viu Henry 'com cara de apavorado' ap�s ficar trancado com Dr. Jairinho

Rose afirmou que em 12 de fevereiro, a sexta-feira anterior ao carnaval, Monique havia sa�do de casa quando Dr. Jairinho chegou, por volta de 15h15. Henry ent�o correu at� o pol�tico, para abra��-lo, o que era absolutamente incomum - por isso, a bab� Thayn� Ferreira teria ligado para Monique. Em seguida, o vereador chamou o enteado para o quarto do casal, anunciando ter comprado algo para ele. Ficaram dez minutos com a porta trancada e ao sair, segundo a faxineira, a crian�a tinha "cara de apavorado" e o menino falou � bab� que n�o queria mais ficar sozinho na sala.

Quando a bab� perguntou por que Henry estava mancando, ele respondeu que havia "ca�do da cama" e que seu joelho estava doendo. Rose tamb�m disse ter ouvido quando Henry reclamou que a cabe�a do�a.

Rose, como � chamada a faxineira, trabalhava no apartamento em que moravam Dr. Jairinho, Monique e Henry, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O menino morreu com diversas les�es pelo corpo. Dr Jairinho e Monique foram presos temporariamente em 8 de abril. S�o acusados de obstruir a investiga��o. A pol�cia acha que s�o respons�veis pela morte do menino.

Na quarta, a faxineira prestou novo depoimento ao delegado Henrique Damasceno, da 16� DP (Barra da Tijuca), que investiga o caso. A suspeita � que o garoto tenha morrido em consequ�ncia de tortura.

Em seu primeiro depoimento, em 24 de mar�o , Rose havia contado � pol�cia outra vers�o. Na ocasi�o, diferentemente de suas declara��es mais recentes, havia dito que Jairinho n�o ficava sozinho com Henry. Tamb�m n�o relatou ter conhecimento de alguma agress�o contra o garoto. Depois disso, investigadores descobriram mensagens entre Monique e Thayn� no WhatsApp. Nelas, ambas falam sobre agress�es narradas pela crian�a. Jairinho seria o autor.

Com base nessas conversas, a pol�cia pediu � Justi�a que decretasse a pris�o do casal, acusado de obstruir a investiga��o. Eles foram presos em 8 de abril. No dia 12, Thayn� deu novas declara��es no inqu�rito. Admitiu que mentira por ordem de Monique e por ter medo de Dr. Jairinho. Detalhou ainda tr�s epis�dios em que o vereador teria agredido Henry. Como o pol�tico e o garoto, nesses epis�dios, ficaram trancados, a bab� n�o viu nada, mas ouviu relatos da crian�a e observou les�es no corpo de Henry.

Faxineira diz que Henry "chorava o tempo todo"

Como Monique e o namorado viajaram para Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, durante o carnaval, a faxineira ligou para Monique no domingo, 14 de fevereiro. Queria saber quando deveria voltar ao trabalho. Foi nessa liga��o que Rose disse ter ouvido de Monique que o filho "teve um surto" com Dr. Jairinho e por isso ela quase voltou ao Rio no s�bado mesmo. Mas Monique n�o deu detalhes, nem mudou o plano de viagem. Ficou em Mangaratiba at� segunda-feira, 15 de fevereiro.

A faxineira tamb�m contou � pol�cia que Henry "chorava o tempo todo" e vomitava "de vez em quando". Disse que numa ocasi�o, ao ver o filho chorando, Monique afirmou que ele era muito mimado. Advertiu o garoto que, se continuasse chorando "sem motivo", ele iria morar com o pai. Henry respondeu que n�o queria morar com o pai, segundo Rose.

A faxineira contou tamb�m que Monique e Dr. Jairinho tomavam muitos rem�dios. Monique, segundo Rose, dava medicamentos ao filho, que considerava muito ansioso.

Rose disse n�o ter contado esses epis�dios no primeiro depoimento por n�o ter se lembrado deles.

Cabeleireira testemunhou conversa de Monique e Henry por v�deo

A cabeleireira que atendeu Monique em um sal�o de beleza do shopping Metropolitano, a poucos metros da casa da m�e de Henry, a partir das 16h30 de 12 de fevereiro, tamb�m j� prestou depoimento � pol�cia. Enquanto Monique era atendida, a bab� da crian�a ligou e, por chamada de v�deo realizada �s 17h, o pr�prio Henry narrou que havia sido agredido por Jairinho. Depois, Monique conversou com o namorado por telefone. Segundo a TV Globo, que teve acesso ao depoimento, a cabeleireira contou � pol�cia que Monique brigou com o namorado.

"Voc� nunca mais fale que meu filho me atrapalha, porque ele n�o me atrapalha em nada", disse Monique. Diante de suposta amea�a de Jairinho de demitir a bab�, a namorada reagiu: "Voc� n�o vai mandar ela embora, porque se ela for embora, vou embora junto, porque ela cuida muito bem do meu filho. Ela n�o fez fofoca nenhuma, quem me contou foi ele", disse Monique, segundo a faxineira.Jairinho, ent�o, teria amea�ado quebrar algo e a namorada reagiu: "Quebra! Pode quebrar tudo mesmo! Voc� j� est� acostumado a fazer isso!". Apesar da discuss�o, Monique permaneceu no sal�o. Fez escova no cabelo e as unhas dos p�s e das m�os. Segundo a bab� de Henry, s� chegou em casa �s 19h.

Brasil teve mais de 2 mil mortes de crian�as por agress�o em uma d�cada

A morte de Henry por espancamento n�o � um caso isolado de viol�ncia dom�stica. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ao menos 2.083 crian�as at� essa idade foram mortas por agress�o no Brasil, de janeiro de 2010 a agosto de 2020. Para cada caso de �bito registrado dessa forma, especialistas estimam haver outros 20 subnotificados.


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