
para esse homic�dio duplamente qualificado, pela tortura e sem possibilidade de a v�tima prover a sua pr�pria defesa, esperamos a pena m�xima e com todo e total rigor da lei para os dois, Dr. Jairinho e a m�e (de Henry), Monique", afirma o especialista em direito criminal Ailton Barros. O tamb�m advogado criminalista Leonardo Barreto auxilia a acusa��o no caso.
"A conclus�o do relat�rio est� acontecendo e, Leia a seguir os principais trechos da entrevista com os advogados:
Al�m da fala da crian�a, dizendo que "o tio abra�a forte", tiveram outras suspeitas de que o menino sofria agress�o?
Leonardo Barreto - Na verdade, neste momento e no per�odo desse relato, o que n�s t�nhamos � que o menino dizia que o “tio abra�ava forte” e que isso incomodava a crian�a. Quanto ao epis�dio que foi relatado agora que ele ficava mancando e tinha ca�do, na verdade, tudo que se reportava � m�e, ela justificava dizendo que ele tinha ca�do. Todo machucado que aparecia no garoto e o pai reportava � m�e ela falava que ele tinha se machucado brincando ou algo do tipo. Vamos combinar, que � muito normal uma crian�a de 4 anos se machucar enquanto brinca de bola ou outras brincadeiras. At� ent�o n�o havia machucados que denotavam uma agress�o.
H� registros de primeiros socorros que foram realizados?
LB - Eles falaram que n�o houve primeiros socorros da parte do Dr. Jairinho, que ele n�o fez, quem me parece que tentou fazer alguma coisa foi a Monique, m�e do garoto.
Uma atendente de um sal�o de beleza disse que ouviu uma liga��o da m�e do menino, na qual ele pedia que Monique voltasse imediatamente para casa, pois estava sendo v�tima de Jairinho. A mesma mo�a disse que ela ligou para o marido e gritou com ele. H� ind�cios disso?
LB - Foi um depoimento em que realmente essa pessoa relatou este epis�dio. Temos que saber quantos dias esse fen�meno ocorreu antes da morte do menino. Porque n�o � natural. Se voc� � m�e e te ligam dizendo que seu filho est� apanhando ou sendo agredido, voc� vai sair do sal�o e ir ver seu filho, voc� vai parar o que voc� est� fazendo e ir atr�s dele. Isso � um comportamento natural de um ser humano comum, ela n�o fez isso e continuou no sal�o de beleza. Poderia estar gritando e esperneando, mas ela n�o abriu m�o da beleza dela. Isso � bem estranho.
Como era a rela��o do Henry com as duas fam�lias, do pai e da m�e?
Ailton Barros - A rela��o do casal e da fam�lia, Leniel e Monique, sempre foi uma rela��o muito boa. A Monique, que � a m�e da crian�a, at� antes de eles se separarem, ela tinha uma determinada conduta e um determinado procedimento. Eles estavam casados h� quase 10 anos e � natural nesse tempo terem um desgaste na rela��o, mas nada que afetasse a rela��o deles com a crian�a. O fato � que quando a m�e (Monique) se separou do pai, ela mudou o comportamento, tanto em rela��o ao pai quanto ao filho. Por relatos do pai, no tempo em que eles estavam casados, ela sempre teve uma rela��o afetuosa com a crian�a. Depois que ela saiu de casa e come�ou a se relacionar com o Dr. Jairinho, o comportamento dela mudou em rela��o ao pai (Leniel) e hoje n�s estamos vivendo esse caso.
Como o pai ficou sabendo da morte de Henry?
AB - Ele ficou sabendo do que aconteceu por meio de uma liga��o que a Monique fez. Estava na resid�ncia dele na hora que recebeu a liga��o. Ele tinha passado o final de semana com a crian�a. No domingo, a entregou para m�e em perfeitas condi��es, e voltou para casa, pois no dia seguinte ele iria viajar para trabalhar. Na madrugada, ele recebeu uma liga��o da m�e, em determinado momento, ela falou: “Vem para c�, que nosso filho est� passando mal”. Nesse momento, o Dr. Jairinho pegou o telefone da m�o dela e disse: “Vem para c� que a gente acredita que ele teve uma parada card�aca". Ele foi para o hospital e j� viu v�rios m�dicos ao redor do filho, se ajoelhou rezando para que Deus n�o levasse a vida do filho dele. Assim, ele ficou durante todo tempo no hospital, at� que fosse confirmada a morte do filho, visto que ele j� chegou l� sem vida.
Dr. Jairinho prestou primeiros socorros � crian�a?
AB - Dr. Jairinho � conhecido no Rio de Janeiro como m�dico, ele � formado. Quando o Leniel chegou ao hospital, viu toda a cena, com o filho rodeado pelos m�dicos e o Dr. Jairinho, acreditou que ele estava ajudando os m�dicos a salvar a vida do filho. Por�m, n�o era isso. O Dr. Jairinho estava fazendo um tipo de lobby para pressionar os m�dicos a liberarem o corpo da crian�a, sem que ele passasse pelo IML. Quando a crian�a foi levada ao hospital, tinha sido levada com roupas de mangas compridas para tentar encobrir as marcas das agress�es e hematomas e tamb�m criar a vers�o de que teria tido um infarto.
O que aconteceu quando o pai chegou ao hospital? Como ocorreu a quest�o do atestado de �bito?
AB - Chegando l�, os m�dicos tiraram a roupa da crian�a e a viram cheia de hematomas. Logo depois de todo procedimento, o pai foi orientado a iniciar uma investiga��o policial. Nesse momento, o padrasto fez de tudo para que os m�dicos liberassem o corpo, sem passar pelo IML, direto para ser enterrado. O m�dico, ap�s ver os hematomas, n�o concordou com a situa��o e n�o liberou sem que o corpo passasse pelo IML. A press�o foi t�o grande que ele quase conseguiu, os m�dicos acharam que era algo pequeno, at� verem os hematomas de fato no corpo do menino.
N�o s� isso como a m�e de Jairinho fez press�o em Leniel para que ele pudesse agilizar os procedimentos do enterro do menino, para que tudo pudesse ocorrer de maneira mais r�pida. Ela n�o estava preocupada que algu�m estivesse sofrendo, ela queria logo que o enterro acontecesse para n�o passar ao ponto de uma per�cia que verificasse o que n�s j� vimos, que s�o 23 les�es.
N�o s� isso como a m�e de Jairinho fez press�o em Leniel para que ele pudesse agilizar os procedimentos do enterro do menino, para que tudo pudesse ocorrer de maneira mais r�pida. Ela n�o estava preocupada que algu�m estivesse sofrendo, ela queria logo que o enterro acontecesse para n�o passar ao ponto de uma per�cia que verificasse o que n�s j� vimos, que s�o 23 les�es.
Acredita que a Monique defendia o marido, Dr. Jairinho?
AB - Eu n�o acredito que a Monique defendeu o Dr. Jairinho. O perfil dele � de se aproximar de mulheres humildes, pobres, que tenham um filho de 4 a 5 anos de idade. Ele se aproxima dessas mulheres, pratica uma pol�tica assistencialista, d� empregos para as meninas, paga col�gio para as crian�as, emprega toda a fam�lia e, ap�s esse tempo de envolvimento, ele come�a a sair com as crian�as sozinho, vai em shopping e outros locais. Nesse momento acontecem algumas agress�es, como aconteceu com Henry.
Qual o sentimento do pai diante de tudo o que houve?
AB - Quando o filho faleceu ele j� vinha sofrendo bastante com isso e se culpando muito, que poderia ter feito mais. O pai n�o podia fazer nada, porque a m�e sempre o amea�ava falando em tomar a guarda do filho. Qualquer coisa que o pai fizesse sem provar, a m�e falava em tirar a guarda do filho. O pai tinha poucas informa��es do filho, ele (Henry) s� falava que (Jairinho) "abra�ava forte".
O pai n�o tinha vis�o das agress�es, uma vez que toda a fam�lia negava, dizendo que era apenas fruto da imagina��o da crian�a. O pai nunca imaginou e nunca poderia imaginar que isso fosse acontecer com o filho. Ficou mais abalado com o depoimento da bab�, pois isso confirmava as hip�teses dele, que as outras pessoas da fam�lia de Monique sempre omitiram ou mentiram para ele. Diante disso, o mundo dele caiu. Leniel sempre compartilha as fotos do filho nas redes sociais, como o Instagram, como forma de manter a mem�ria do filho viva.
O pai n�o tinha vis�o das agress�es, uma vez que toda a fam�lia negava, dizendo que era apenas fruto da imagina��o da crian�a. O pai nunca imaginou e nunca poderia imaginar que isso fosse acontecer com o filho. Ficou mais abalado com o depoimento da bab�, pois isso confirmava as hip�teses dele, que as outras pessoas da fam�lia de Monique sempre omitiram ou mentiram para ele. Diante disso, o mundo dele caiu. Leniel sempre compartilha as fotos do filho nas redes sociais, como o Instagram, como forma de manter a mem�ria do filho viva.
Que desfecho esperam para o caso?
AB - Toda essa investiga��o n�s entendemos que n�o foi apenas para colocar a Monique e o Dr. Jairinho na cadeia, mas observamos que existem outros casos em que h� agress�o familiar. Nesta �ltima quarta-feira (14/4) foi protocolado um projeto de lei que o deputado federal H�lio Lopes (PSL) intitulou de “Henry Borel”. Com ajuda do Dr. Henrique Barreto, elaboramos esse PL com artigos, e buscamos uma forma de ajudar outras fam�lias que passam por isso.
* Estagi�rias sob supervis�o de Mariana Niederauer