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Estado de Minas GERAL

Aulas online t�m estudante de outros Estados e pa�ses


19/04/2021 13:05

Pela tela do computador, Dami�n, de 7 anos, tem aulas. A escola fica em S�o Paulo, mas o menino est� em Santa Cruz de La Sierra, na Bol�via, a mais de 2 mil quil�metros de dist�ncia. Novato, ele s� conhece o col�gio onde j� estuda por fotos e v�deos e est� de olho na lona de circo que sabe que vai encontrar na escola quando a fam�lia finalmente conseguir se mudar para o Brasil.

Enquanto as aulas permanecem online ao menos para parte da turma, estudantes de outros Estados brasileiros e at� do exterior frequentam escolas particulares na capital. Com ajustes no fuso hor�rio e uma dose de paci�ncia, o "interc�mbio" se torna poss�vel e a troca de experi�ncias e culturas pode virar at� parte da aula.

Quando os pais matricularam Dami�n na Escola Castanheiras, em Santana do Parna�ba, na Grande S�o Paulo, j� sabiam que se mudariam para o Brasil, por causa do emprego do pai. O processo de mudan�a atrasou e a fam�lia continua em Santa Cruz de La Sierra � espera de uma chance de chegar ao Brasil. As aulas de Dami�n, no entanto, est�o a todo vapor.

"Achamos importante ter aulas porque ele tem de come�ar a conhecer os companheiros, os amigos, aprender a l�ngua. Tem de ter um ritmo, rotina", diz o pai, o advogado Javier Castellanos, de 34 anos. O sotaque novo deixa a turma atenta e curiosa, conta a m�e, a psic�loga Paloma Per�, que tamb�m aproveita as classes do filho para aprender portugu�s. As professoras se esfor�am para falar devagar. Dif�cil mesmo � acompanhar o fuso brasileiro, que p�e o menino de p� antes das 7 horas.

Quem tamb�m sofreu com o fuso hor�rio foi Laura Fabris, de 16 anos, que �s 6h30 j� est� a postos na frente do computador, enquanto os rel�gios dos colegas de classe marcam 7h30. Laura mora em Cuiab� com a fam�lia e a escola onde estuda fica em S�o Paulo. "No come�o foi mais dif�cil, mas acabei me adaptando e virou essa a rotina." No in�cio do ano passado, antes da pandemia, a adolescente deixou m�e e pai em Cuiab� e se mudou para S�o Paulo para estudar no Col�gio Poliedro. Com o avan�o do v�rus e o fechamento do col�gio, Laura voltou para a cidade natal, mas continua matriculada na escola em S�o Paulo, fazendo aulas remotas. No �ltimo ano do ensino m�dio, quer tentar uma vaga em Administra��o. "Sem menosprezar as escolas de Cuiab�, mas S�o Paulo � uma cidade maior, com mais chance de crescer e a escola me proporciona a oportunidade de conhecer essa �rea."

Em fevereiro, quando teve in�cio o ano letivo, a adolescente chegou a viajar para S�o Paulo, mas durou pouco a estadia. O col�gio foi novamente fechado e, agora em Mato Grosso, Laura n�o tem data para voltar � capital paulista. E j� pensou at� na possibilidade de se formar sem nunca mais pisar no col�gio (algo s� poss�vel pelo ensino remoto). "Por enquanto, meu plano � continuar aqui porque, mesmo com a volta das aulas, ainda acho arriscado ir. Os casos (de coronav�rus) ainda est�o aumentando cada vez mais."

Na capital paulista, escolas foram autorizadas a reabrir na semana passada porque o Estado saiu da fase emergencial, a mais restritiva da quarentena. Laura sente falta do contato com os professores e amigos - ela acredita que aprendia tamb�m com a intera��o social em sala de aula -, mas conseguiu manter as amizades que fez quando podia ir � escola.

Sem troca

Guilherme, de 6 anos, se despediu de S�o Paulo, mas n�o da escola onde estuda. A fam�lia se mudou para Bar�o de Cocais, uma cidade de 30 mil habitantes no interior de Minas Gerais, e o menino continua matriculado no Col�gio Santa Maria, na zona sul de S�o Paulo. "Ele tinha acabado de se mudar para o col�gio. N�o pretendo trocar de escola, pelo menos enquanto durarem as aulas remotas", diz a m�e, a advogada Mariana Giraldes, de 39 anos.

As incertezas sobre o avan�o da pandemia dificultam os planos, mas a m�e tem a ideia de mant�-lo matriculado na escola longe de casa pelo menos at� o meio do ano. Em Bar�o de Cocais, tamb�m n�o h� aulas presenciais. "Acho que no m�nimo at� junho n�o volta 100% presencial, que � quando encerraria mais um ciclo. Depois, em junho, a gente avalia."

Ela tamb�m trocou de emprego - est� agora em um totalmente remoto - para conseguir se mudar com o marido, engenheiro, que foi transferido para Minas. "Se fosse uma situa��o normal, em que ele (Guilherme) pudesse frequentar a escola, n�o trocaria uma escola presencial por uma online, ainda que a presencial n�o fosse t�o boa. Ele sente bastante falta de ir � escola, mas nessa condi��o de aulas online preferimos manter na que j� est�", diz a m�e, que notou avan�os no processo de alfabetiza��o desde que o menino come�ou a estudar no Santa Maria.

Enquanto uns v�o, outros chegam. O col�gio j� tem matr�cula de alunos que v�m de outro Estado - caso do Gabriel, de 9 anos, e da Lara, de 7. "� um coleguinha que est� longe, est� em outro Estado, mas quando passar a pandemia vai estar com a gente", disse a professora para apresentar Gabriel � turminha no Santa Maria. "Eles ficaram agitados, querendo ver, conhecer o Gabriel, saber onde ele estava", conta a m�e, a enfermeira Eliz�ngela Oliveira, de 36 anos.

Em Blumenau (SC), as crian�as tiveram aulas remotas no col�gio de S�o Paulo desde o in�cio de fevereiro e s� agora, em abril, a fam�lia se mudou para a capital paulista, ap�s a transfer�ncia de emprego do marido. Lara finalmente conheceu a escola na semana passada e Gabriel aguarda a sua vez para pisar no col�gio. "O ponto positivo do online � esse: se estiver em outro pa�s, voc� consegue manter as aulas, mas o contato, a vida social, de crian�a com crian�a, n�o tem pre�o." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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