O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira, 21, que todos os grupos priorit�rios podem ser imunizados contra a covid-19 antes de setembro. O m�dico n�o havia ainda apresentado previs�es de vacina��o de cerca de 77,2 milh�es de pessoas que constam nas prioridades do Plano Nacional de Imuniza��o (PNI). Neste grupo est�o pessoas acima de 60 anos, com outras doen�as - diabetes ou hipertens�o, por exemplo - e grupos de trabalhadores essenciais, como professores e for�as de seguran�a.
"O processo de vacina��o do Brasil tem ocorrido de forma cada vez mais c�lere. Se continuar nesse ritmo, at� setembro, pode-se atingir a imuniza��o da popula��o prevista no PNI. Nosso objetivo � que isso ocorra antes", disse Queiroga � imprensa.
O governo federal tem alterado previs�es de datas para imunizar grupos priorit�rios. Em dezembro, o minist�rio esperava ter imunizado 50 milh�es - volume do grupo priorit�rio � �poca - em 3 meses ap�s o come�o da campanha. Em mar�o, o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello disse que metade da popula��o apta a receber a vacina seria imunizada no primeiro semestre. O restante, at� o fim do ano.
Mais de 3 meses ap�s o come�o da vacina��o no Brasil, 24,8 milh�es de pessoas receberam a primeira dose, segundo dados da Sa�de. Como mostrou o Estad�o, o minist�rio n�o atualiza o cronograma de entrega de vacinas desde 19 de mar�o. O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na ter�a-feira, 20, que o governo detalhe o cronograma de entrega das vacinas em at� cinco dias. Queiroga disse que ir� apresentar os dados dentro do prazo.
Queiroga atribuiu as mudan�as nos calend�rios de entrega de vacina e de imuniza��o aos atrasos de fornecedores. O ministro citou que o cons�rcio Covax Facility "n�o nos entrega o que foi acordado". Ainda lembrou atrasos na chegada de insumos para a fabrica��o das doses no Butantan e na Fiocruz.
O ministro tamb�m confirmou que a Sa�de negocia mais 100 milh�es de doses da vacina da Pfizer, mirando a campanha de imuniza��o de 2022. O governo j� fechou a compra do mesmo volume para este ano, ap�s meses negando ofertas da farmac�utica.
Questionado se h� previs�o de antecipar a entrega de doses, Queiroga pediu aos jornalistas que n�o busquem apenas "problemas" na campanha de imuniza��o do Pa�s -- e n�o respondeu � pergunta. "A gente est� aqui para dar solu��o. Fica com essa coisa de 'contando doses da vacina'. Vamos vacinar a popula��o brasileira. Estamos aqui trabalhando e voc�s s�o testemunhas disso", afirmou o ministro.
O governo chegou a apresentar cronogramas invi�veis de entrega de vacinas, somando 20 milh�es de doses da Covaxin, desenvolvida na �ndia, quando o produto nem sequer tinha certifica��es exigidas pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). Ap�s diversos recuos, a gest�o Queiroga ainda n�o apresentou uma previs�o de entrega das doses at� o fim do ano.
Kit intuba��o
O ministro Queiroga disse que a "fase mais cr�tica" da escassez de medicamentos usados na intuba��o de pacientes em UTI e de oxig�nio medicinal est� perto do fim. Queiroga tamb�m declarou que o Pa�s vive uma "estabiliza��o (da doen�a), embora com n�mero ainda elevado de �bitos". Sem dar detalhes, Queiroga afirmou que h� tend�ncia de queda de �bitos e redu��o hospitalar em algumas regi�es do Pa�s.
A Sa�de tamb�m informou que ainda ir� receber doa��es de medicamentos de intuba��o da ind�stria, do governo espanhol. A pasta tamb�m promete abrir uma compra destes produtos com fornecedores nacionais e internacionais.
Novo tratamento
Queiroga afirmou que o Minist�rio da Sa�de pedir� a incorpora��o do coquetel REGN-COV2 � rede p�blica. A decis�o final � da Comiss�o Nacional de Incorpora��o de Tecnologias no Sistema �nico de Sa�de (Conitec), que avalia crit�rios como custo, efetividade do produto e p�blico-alvo do tratamento.
O ministro n�o deu prazo para a an�lise, pois a decis�o cabe ao �rg�o. O prazo para an�lises deste tipo � de at� 180 dias. O produto custa mais de R$ 10 mil nos Estados Unidos.
A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) aprovou na ter�a-feira, 20, o uso emergencial deste tratamento, que re�ne os anticorpos produzidos em laborat�rio casirivimabe e imdevimabe (cujos nomes originais s�o, respectivamente, casirivimab e imdevimab). O coquetel � destinado a casos leves e moderados com resultado positivo em laborat�rio para o novo coronav�rus e "que possuem alto risco de progredir para formas graves da doen�a", como idosos de 65 anos ou mais e pessoas do grupo de risco. O uso ser� restrito a hospitais, com venda proibida no com�rcio e em farm�cias, e � destinado a pacientes que n�o est�o internados e que n�o necessitam de suplementa��o de oxig�nio de alto fluxo ou ventila��o mec�nica.
Queiroga disse que ainda h� discuss�es pendentes sobre o tratamento, como qual ser� o pre�o ofertado ao Brasil. O ministro afirmou que ir� conversar com a fabricante Roche e citou a possibilidade de buscar pre�os mais baixos por meio de acordos.
GERAL