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Estado de Minas GERAL

'Se fosse em Copacabana, eles j� tinham resolvido'


26/04/2021 08:01

Foi-se o tempo em que a comerciante Laureana Souza n�o tinha sossego durante o expediente. Hoje, quem chega � pequena mercearia que ela mant�m ao lado da Esta��o Palmeiras do Telef�rico do Alem�o a encontra sentada e lendo a B�blia. Poucas pessoas passam ali, e o estabelecimento - que j� chegou a faturar R$ 1,5 mil por dia no per�odo de funcionamento do modal - fica � espera de algum cliente, que �s vezes n�o vem. Se consegue lucrar de R$ 5 a R$ 10 no dia, calcula, � muito.

�ltima esta��o do telef�rico que funcionou de 2011 a 2016 no complexo de favelas, a Palmeiras vivia repleta de turistas e moradores da regi�o. Em 2012, primeiro ano cheio de funcionamento, o modal transportou em m�dia 10 mil passageiros por dia. Via cabo, as pessoas que moram no conjunto de morros tiveram, pela 1� vez, integra��o oficial com o sistema de trens. Ap�s o acesso gratuito ao telef�rico, embarcavam nos trilhos na esta��o Bonsucesso.

"O golpe na gente foi na hora que acabou. N�o teve governador, ningu�m aqui para dar um motivo dessa queda para a gente. Se fosse no P�o de A��car ou Copacabana, isso j� estaria resolvido. Como � dentro da favela, n�o se preocupam", aponta.

Outro impacto do telef�rico envolveu a gera��o de empregos durante as obras. O marido da dona de casa Renata Alfama, de 35 anos, trabalhou na constru��o e conseguiu, com aquela oportunidade, construir a casa em que moram at� hoje. "Olho minha casa e penso: foi o telef�rico", diz ela.

Desempregada h� um ano e quatro meses, a ex-caixa de supermercado est� com problema no joelho. A dor dificulta o acesso ao ponto alto do Morro do Alem�o, onde mora. "A gente j� sofre tanta coisa por morar em ponto alto de comunidade, um descaso geral", diz. "Com dinheiro sobrando, d� para pegar a kombi (R$ 3), mas nem sempre vai ter", afirma Renata.

Acesso

Os moradores cobram que ao menos os pr�dios das esta��es sejam usados para atividades que antes ocupavam aqueles espa�os, como bibliotecas, Cl�nicas da Fam�lia ou �reas de esporte. Telef�rico favorecia deslocamentos na comunidade e para o asfalto
Com 3,5 quil�metros de extens�o, o telef�rico era de gra�a para moradores. Facilitava o acesso ao asfalto - levando dali a regi�es centrais do Rio - e tamb�m ajudava no deslocamento interno, num complexo marcado pelo vaiv�m de ladeiras.

Dona de uma lojinha de salgados na entrada do Morro da Baiana, um dos que integram o conjunto, a moradora Alda Costa, de 41 anos, vive perto da esta��o de mesmo nome, no alto da favela. Quando o telef�rico funcionava, trabalhava na zona sul e contava com as g�ndolas para chegar ao trem. Hoje dependeria de kombi e �nibus, antes de embarcar nos trilhos.

Ap�s deixar o emprego na �rea mais rica da cidade, abriu a lojinha. Durante o dia, ela precisa ir e voltar de casa para o trabalho mais de uma vez - a p�. "Faz muita falta, era r�pido. At� hoje o povo comenta. Mas, pelo tempo que j� est� parado, muita gente j� perdeu a esperan�a."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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