(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GERAL

Brasil chega a 400 mil mortos por covid-19 com risco de terceira onda � vista


29/04/2021 13:37

O Brasil chega hoje a 400 mil mortos pela covid-19 com um patamar ainda alto de �bitos di�rios e �ndices de mobilidade crescentes, o que, para especialistas, aumenta o risco de o Pa�s ter uma terceira onda da pandemia antes de atingir a imunidade de rebanho pela vacina.

Para cientistas especializados em epidemiologia e virologia ouvidos pelo Estad�o, a reabertura precipitada das atividades econ�micas antes de uma queda sustentada de casos, interna��es e mortes favorece que as taxas de transmiss�o voltem a crescer, com risco maior do surgimento de novas variantes de preocupa��o. Com isso, o intervalo entre a segunda e uma eventual terceira onda seria menor do que o observado entre o primeiro e o segundo picos.

"Nos n�veis em que o v�rus circula hoje, esse per�odo entre picos pode ser abreviado, sim. J� vimos esse efeito em algumas localidades na virada do ano. A circula��o em n�veis altos favorece isso", diz o virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona�mica, for�a-tarefa de laborat�rios faz o monitoramento gen�tico de novas cepas.

Em 2020, o n�mero de casos e mortes come�ou a cair entre julho e agosto para ter novo aumento a partir de novembro. O surgimento de uma nova cepa do v�rus (P.1) em Manaus colapsou o sistema amazonense em janeiro e provocou a mesma cat�strofe em quase todos os Estados do Pa�s entre fevereiro e mar�o.

Os �ltimos dois meses foram os piores da pandemia at� aqui. No ano passado, o Pa�s demorou quase cinco meses para atingir os primeiros 100 mil mortos, outros cinco meses para chegar aos 200 mil e dois meses e meio para alcan�ar as 300 mil v�timas. A triste marca dos 400 mil �bitos veio apenas 36 dias depois.

E os dados dos �ltimos dias indicam que a queda das interna��es e mortes iniciada h� tr�s semanas j� estagnou. O mais prov�vel agora � que os �ndices se estabilizem em n�veis elevados, com 2 mil a 3 mil mortes di�rias, ou voltem a crescer, projeta o estat�stico e pesquisador em sa�de p�blica da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) Leonardo Bastos.

"Agora era a hora de segurar mais, fazer uma reabertura mais lenta e planejada. Esse aumento de mobilidade e contato entre as pessoas pode levar a uma manuten��o do n�mero de hospitaliza��es em um patamar super alto, o que � p�ssimo, porque sobrecarrega o sistema de sa�de. Do jeito que est�, a quest�o n�o � se vai acontecer uma nova onda, mas quando", diz o especialista.

Como exemplo de como uma nova variante pode provocar grandes surtos em um intervalo curto de tempo, o especialista da Fiocruz cita o caso do Rio. Ele considera que o Estado j� viveu tr�s ondas. Al�m da primeira, entre maio e junho de 2020, os munic�pios fluminenses sofreram um segundo pico em dezembro, com o surgimento da variante P.2, e uma nova alta em mar�o deste ano, com a emerg�ncia da P.1. "Talvez a pr�xima onda n�o seja s�ncrona em todo o Pa�s, mas poderemos ter surtos em diferentes locais", opina Bastos.

Para Spilki, o aumento nas taxas de mobilidade e relaxamento das medidas de prote��o n�o s� elevam as taxas de transmiss�o como facilitam o surgimento de variantes mais transmiss�veis ou letais. "A variante P.1 e outras n�o s�o entes est�ticos, podem evoluir e se adaptar a novos cen�rios com o espa�o que vem sendo dado para novos casos", diz ele. Desde novembro, relata o especialista, j� foram identificadas oito novas variantes originadas no Brasil.

O epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (FMUSP), tamb�m destaca que, mesmo com a queda de casos e mortes nas �ltimas tr�s semanas, o Brasil est� longe de vislumbrar um controle da pandemia.

"Houve arrefecimento do n�mero de casos e mortes pelas medidas de distanciamento social realizadas �s duras custas. No momento, o retorno �s outras fases de distanciamento � preocupante, principalmente na pr�xima semana, com aumento da procura de lojas pelo Dia das M�es e, tamb�m pela frequ�ncia maior de encontros sem a prote��o necess�ria, como j� aconteceu no Natal", alerta.

Os especialistas acham improv�vel que a imuniza��o consiga contemplar a maioria da popula��o antes de uma nova onda. "A vacina��o segue lenta, com interrup��es e falhas de esquema, como falta de doses para refor�o, o que � mais um complicador no que tange a frear a dissemina��o e evolu��o de variantes", comenta o virologista.

Para os cientistas, as medidas necess�rias para minimizarmos o risco de um novo tsunami de casos e mortes s�o as mesmas preconizadas desde o in�cio da pandemia: uso de m�scara (de prefer�ncia PFF2), distanciamento social, prefer�ncia por ambientes ventilados, rastreamento e isolamento de pessoas infectadas, al�m da acelera��o da campanha de vacina��o, que esbarra na escassez de doses.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)