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Estado de Minas GERAL

Brasileiros t�m 'vida normal' no exterior ap�s lockdown e vacina��o


03/05/2021 13:01

Enquanto o Brasil ultrapassa a marca dos 400 mil mortos pela covid-19, tem m�dia de mais de 2 mil mortes di�rias e sofre com a vacina��o atrasada, brasileiros que moram no exterior j� testemunham a vida voltando ao normal em pa�ses onde a pandemia do coronav�rus est� sob controle.

Cidades que tiveram lockdown rigoroso no ano passado, como Sparks, no interior dos EUA, est�o com vacina��o avan�ada e j� protegem jovens de 16 anos. Em Pequim, na China, onde a peste come�ou, as crian�as t�m aulas normais, o com�rcio est� bombando e a economia cresce - no primeiro trimestre de 2021, o PIB chin�s avan�ou 18,3% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado.

"N�s estamos com a maioria dos estabelecimentos abertos, as escolas est�o funcionando desde agosto. E os adultos frequentam o com�rcio normalmente", conta Nat�lia Gava, de 37 anos, nutricionista de S�o Paulo que vive em Sparks, no Estado de Nevada, nos EUA, com a fam�lia. Nat�lia tem duas filhas, de 5 e 10 anos, e mora no exterior h� sete anos e meio.

Do outro lado do mundo, em Pequim, onde vive h� tr�s anos, Denise Melo, de 36 anos, testemunha situa��o semelhante. Ela conta que j� recebeu a primeira dose da vacina e que a capital chinesa tem dias de normalidade depois de ter passado por fortes controles de circula��o. "Aqui, eles respeitaram aqueles tr�s meses de lockdown no in�cio de 2020", lembra. "E quando come�ou a reabertura, desempregado de loja foi trabalhar na reforma das ruas", explica Denise.

O Estad�o ouviu ainda o depoimento da advogada Ana Ganzarolli, de 42 anos, que mora em Newcastle, no Reino Unido, cidade que teve reabertura no �ltimo dia 12. O coordenador de marketing Guilherme Dorf, de 34 anos, que vive na Austr�lia, conta que a vida por l� tamb�m se normalizou. Em Melbourne, onde Dorf reside, a covid matou 820 pessoas, dos 910 �bitos causados pelo coronav�rus ocorridos no pa�s. A �nica morte de 2021 ocorreu em Queensland, de um homem que havia retornado recentemente das Filipinas. Em toda a pandemia, o Estado teve sete mortes. Para a estudante Paola Victorio, de 26 anos, de Sydney, a pandemia parece ser coisa do passado: a �ltima morte por covid no Estado onde vive foi registrada em 27 de dezembro.

DEPOIMENTOS

Nat�lia Gava, de 37 anos, nutricionista em Sparks (EUA)

'N�o esperava que a abertura fosse ser t�o r�pida'

"N�s estamos com a maioria dos estabelecimentos abertos, com 50% da capacidade, com exce��o de danceterias e casas de shows. As escolas est�o abertas desde agosto. Nas festas privadas, em casa, temos um limite de no m�ximo 25 pessoas. A recomenda��o tamb�m � para que as pessoas usem m�scaras, a n�o ser que estejam vacinadas. O ideal � que as pessoas que n�o foram vacinadas se encontrem somente com uma outra fam�lia de cada vez e que continuem usando m�scaras. Mas as viagens, por exemplo, est�o liberadas, desde que se use m�scara em todos os transportes. N�s j� tivemos aqui uma abertura, em setembro, mas foi colocada o que eles chamaram de uma pausa em todo o Estado em novembro, porque enfrentamos a segunda onda. E a� eles diminu�ram a capacidade dos estabelecimentos para 25%. Tivemos um per�odo muito pesado aqui no final do ano. Cancelamos o Natal, passamos somente na minha casa, sem ningu�m de fora. N�o � f�cil. Mas � por algo mais importante. Depois disso, foi reaberto no in�cio de mar�o. Eu n�o esperava essa abertura t�o r�pida. Acreditava que seria em junho ou julho. A vacina��o atingiu a popula��o acima dos 16 anos em 12 de mar�o. Est� tendo muita procura por vacina e � dif�cil conseguir marcar, mas est� indo bem. J� tomei as duas doses da vacina da Moderna."

Denise Melo, de 36 anos, editora em Pequim (China)

'Todos t�m QR code com seus dados de sa�de'

"H� muitos meses n�o h� registro de novos casos em Pequim, e um dos motivos � porque a cidade est� fechada. Nenhum voo de outro pa�s chega aqui. N�o h� casos importados. As ruas est�o cheias, o com�rcio est� aberto, e as pessoas ainda usam m�scaras na rua. Para facilitar o controle, n�s temos um c�digo QR, que � escaneado em todos os lugares. Nele h� todos os dados de sa�de: se fez exames, se tomou vacina. Eu, por exemplo, tenho 36 anos e j� tomei a vacina. J� foram vacinados chineses de todas as idades e est�o vacinando os estrangeiros. Sobre a economia, a China cresceu muito rapidamente, � impressionante. Mas � preciso lembrar que, no come�o de 2020, o pa�s inteiro virou um deserto. As pessoas aqui respeitaram aqueles primeiros tr�s meses. E, assim que reabriu, eles come�aram a reformar tudo para aquecer a economia. O desempregado da loja que fechou foi reconstruir cal�ada. E teve bastante ajuda do governo. Eles davam b�nus para os chineses poderem comprar comida. Houve um apoio muito grande. As pessoas que tiveram de trabalhar tiveram jornada reduzida, sim. E depois, para reaquecer a economia, ganharam b�nus para viagens para outras cidades, como hospedagem gratuita, descontos de 50% na passagem de trem. Isso para reaquecer a economia das regi�es pelo turismo interno."


Guilherme Dorf, de 34 anos, coordenador de marketing em Melbourne (Austr�lia)

'Se voc� contrai o v�rus, governo d� um aux�lio extra'

"Praticamente n�o sentimos que a doen�a existe. Quase todo mundo pega transporte p�blico, vai para o trabalho, tem op��es de lazer. O �nico momento que a gente se lembra que o v�rus existe � no transporte p�blico, onde temos de usar a m�scara. Os an�ncios do governo ainda est�o presentes, mas a gente j� consegue se reunir com amigos, h� eventos grandes, conseguimos ficar em lugares fechados sem m�scaras. Desde o come�o do ano a situa��o est� bem controlada, mas, por outro lado, cada vez que h� qualquer tipo de aumento descontrolado no n�mero de casos - quando falo descontrolado quero dizer dez casos -, a cidade adota o lockdown por um per�odo curto. Hoje estamos colhendo os frutos desse rigor. A vacina��o est� devagar. Acho que isso ocorre at� pelos n�meros estarem controlados. O governo n�o est� com muita pressa. Eles est�o muito cautelosos para escolher as melhores vacinas. Come�ou agora a ter a vacina��o dos grupos priorit�rios. O governo ajudou muito o cidad�o e os neg�cios. Houve uma divis�o entre australianos e imigrantes, que n�o receberam o mesmo volume de aux�lio. Mas, ainda assim, consegui acessar um aux�lio. O governo faz an�ncios para que, se voc� tiver sintomas, procure postos de sa�de para fazer o teste. E ele te d� um aux�lio extra para voc� n�o circular e transmitir. Isso ajuda no distanciamento social.

Paola Victorio, de 26 anos, estudante em Sydney (Austr�lia)

'Austr�lia venceu a covid-19 com consci�ncia'

"Ficamos no processo de lockdown por tr�s meses e ele foi levado muito a s�rio. Foi uma fase de muita restri��o, de mar�o at� o comecinho de junho de 2020. A� come�ou a abrir, com dist�ncia social. A vida normal, mesmo, voltou aqui h� dois meses. Cinemas, shows e com�rcios est�o funcionando. As escolas abriram antes. A �nica coisa que a gente precisa fazer aqui, que eu acho excelente, � sempre que voc� vai a um restaurante ou supermercado, voc� deve escanear um c�digo no celular, dar o seu nome e seu e-mail. Dessa forma, eles conseguem rastrear todos os locais onde voc� esteve. Se houver qualquer caso, eles entram em contato com todas as pessoas que estiveram naquele local naquele dia. O controle � muito efetivo. Eu vivo num local onde, com consci�ncia, se conseguiu vencer a doen�a. As pessoas t�m de ter consci�ncia, pensar na comunidade.� complicado fazer essa an�lise porque a Austr�lia � um pa�s rico e deu um suporte para as pessoas. E, no Brasil, vejo que as pessoas n�o respeitam as regras do distanciamento porque elas n�o t�m op��o. Sobre a vacina, a previs�o para a popula��o inteira da Austr�lia � ser vacinada at� setembro, incluindo imigrantes, estudantes, mesmo que n�o sejam cidad�os daqui. A previs�o � que eu tome a vacina no final de junho."

Ana Ganzarolli, de 42 anos, advogada em Newcastle (Reino Unido)

'Governo envia kit de autoexame para sua casa'

"Estamos trabalhando, minhas filhas est�o indo para a escola. No com�rcio, as pessoas voltaram a trabalhar em 12 de abril. Os restaurantes s� est�o funcionando nas �reas abertas. N�o se pode ainda visitar as pessoas, h� uma limita��o de encontrar s� em �rea externa, at� quatro pessoas, mas, considerando a pandemia que a gente est� enfrentando, � uma vida praticamente normal. N�s ficamos quatro meses totalmente isolados, s� sa�a para fazer compras. Todo o com�rcio ficou fechado, escolas tamb�m. Agora, reabriu. H� alguns cuidados adotados desde o ano passado, como dividir os intervalos e os hor�rios de refei��o entre as salas para as crian�as n�o terem contato umas com as outras. Queria destacar tamb�m um kit que � fornecido aqui. Pelo fato de as escolas terem sido reabertas e as crian�as ficarem expostas, elas podem ser um canal de transmiss�o. Ent�o, o governo incentiva as fam�lias a pedirem um kit de autoexame, que eles mandam pelo correio. Voc� n�o precisa estar com os sintomas para fazer. Voc� faz em casa. � para evitar a prolifera��o. A vacina��o est� bem avan�ada. Aqui no norte, como a infec��o n�o foi t�o generalizada quanto na capital, a vacina��o est� mais lenta. Eu tenho a informa��o de vacina��o agora de pessoas com 45 anos." (Ontem, a vacina��o no Reino Unido j� alcan�ava as pessoas de 40 anos e a pr�pria Ana se preparava para ser imunizada).

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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