SP imuniza mais grupos na semana que vem, mas vacina��o de professor trava

O governo de S�o Paulo come�a na semana que vem a vacinar novos grupos priorit�rios no Estado contra a covid-19, como pessoas com doen�as preexistentes, gr�vidas com comorbidades e trabalhadores de transporte p�blico. Por outro lado, a gest�o Jo�o Doria (PSDB) n�o tem nenhuma previs�o para concluir a imuniza��o dos profissionais da educa��o, embora tenha sido o primeiro Estado a oferecer doses para essas categorias.

A partir desta quinta-feira, 6, ser�o vacinados idosos de 60, 61 e 62 anos. No dia 10, ser�o pessoas com s�ndrome de Down, transplantados e pacientes em terapia renal, de 18 a 59 anos. Gestantes com comorbidades e pu�rperas (mulheres que deram � luz h� 45 dias ou menos) acima dos 18 anos ser�o imunizadas dia 11, assim como pessoas de 55 a 59 anos com defici�ncia permanente. Nesta data, tamb�m ser� a vez dos metrovi�rios.

No dia seguinte, � a vez dos adultos de 55 a 59 anos com comorbidades, como insufici�ncia card�aca, doen�a renal e obesidade m�rbida, entre outras. Motoristas e cobradores de �nibus podem ir aos postos de sa�de a partir do dia 18. Na �rea do transporte p�blico, sindicatos amea�aram greve no m�s passado para pressionar o governo pela inclus�o na fila da vacina. Ao todo, os pr�ximos grupos somam 2,725 milh�es de pessoas.

No caso dos trabalhadores de escolas, a imuniza��o come�ou em 10 de abril, mas para profissionais com 47 anos ou mais. Faltam ainda cerca de 525 mil profissionais das redes p�blicas e privada - a maioria - para serem contemplados.

Fontes disseram ao Estad�o que lobbies de v�rios grupos que defendem outros profissionais essenciais tiraram, por ora, os professores das mais recentes discuss�es do plano de imuniza��o. Do total esperado de 350 mil trabalhadores da educa��o que deveriam ser vacinados nesta etapa at� 47 anos, 320 mil j� foram atendidos.

Questionadas, as Secretarias de Sa�de e de Educa��o n�o souberam informar nova data para a continuidade do plano. Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imuniza��o contra a covid, Regiane de Paula, trabalhadores da educa��o com menos de 47 anos ser�o inclu�dos "t�o logo tenhamos vacinas". "A escassez de vacinas e a falta de perspectivas claras do Minist�rio da Sa�de para viabilizar mais doses nos impele a fragmentar a campanha por faixas et�rias e p�blicos", afirmou.

Pela estimativa oficial, h� cerca de 286 mil profissionais da educa��o no Estado nas redes p�blica e privada de 40 a 46 anos, por exemplo. Eles s�o 32% do total de cerca de 875 mil. Se a vacina fosse dada para esse grupo, somado ao atual, mais de 70% dos trabalhadores das escolas estariam imunizados.

Press�o

Outros Estados e cidades foram mais r�pidos na aplica��o de doses em profissionais da educa��o. Esp�rito Santo e Maranh�o e capitais como Recife e Salvador j� imunizam docentes com 40 anos e preveem terminar as outras idades este m�s (mais informa��es nesta p�gina). Sindicatos docentes pelo Pa�s t�m pedido a vacina��o de todos os profissionais para aceitar a volta �s aulas presenciais. Em S�o Paulo, seria necess�rio cerca de 1,8 milh�o de doses (duas para cada um dos 875 mil) para atender todos.

Como o Estad�o revelou, professores de escolas particulares de elite de S�o Paulo se organizaram para n�o voltar m�s passado, quando o retorno foi autorizado pelo Estado. Uma das reivindica��es tamb�m era a vacina para todos. Segundo o sindicato da categoria, s� 30% na rede privada tem acima de 47 anos e, em geral, s�o coordenadores e diretores. "Aqueles que mais precisariam ser chamados ficaram de fora da vacina��o inicial", diz o presidente do Sinpro, Luiz Antonio Barbagli.

Carolina Marques, de 38 anos, d� aula no 4.� ano de uma escola municipal de Jundia�, interior de S�o Paulo, e est� trabalhando presencialmente, apesar de dizer que tem muito medo. Seu pai e sua tia morreram este m�s, v�timas da covid. Sua m�e e irm�o tamb�m foram infectados. Ela se diz "revoltada" com a demora do governo para acelerar a vacina��o.

"N�o sei como vou reagir ao v�rus. Uma vez que a educa��o � essencial, a seguran�a do professor e dos alunos tem de estar em primeiro lugar." Ela conta que voltou � sala de aula porque muitas das crian�as s�o vulner�veis, ficam na rua e t�m pouca ajuda dos pais. "N�o tenho condi��o de mensurar o quanto vai afetar o futuro delas esse tempo que ficaram sem escola."

Regiane diz que h� "total rigor com o planejamento" e por isso "aqui em S�o Paulo n�o h� falta de 2� dose como temos visto em outros Estados". "Garantir o esquema vacinal completo � essencial, tanto quanto incluir novos grupos", afirmou.

Como mostrou o Estad�o, ao menos nove capitais atrasaram a 2� dose. As cidades dizem ter seguido a orienta��o do Minist�rio da Sa�de e usado todo o estoque como primeira dose, sem deixar reserva posterior.

Prioridade

Especialistas defendem aulas presenciais independentemente da vacina para docentes pelos preju�zos �s crian�as e porque pesquisas t�m mostrado que a escola � um espa�o seguro se cumpridos os protocolos. Outros pa�ses, como Chile, Argentina, Fran�a, It�lia, Alemanha, Vietn�, R�ssia e China, tamb�m vacinaram docentes. Segundo estudo da Unesco, 25% dos professores no mundo todo foram priorizados na primeira fase para tomar imunizantes em seus pa�ses.

Salvador e Recife

Salvador deve imunizar esta semana os cerca de 15 mil profissionais de educa��o de todas as idades, da rede p�blica e privada. No dia 3, quem tinha mais de 40 anos j� havia recebido a vacina, mas ap�s um ano e dois meses de escolas fechadas na cidade s� 10% dos professores voltaram para o presencial.

Secret�rio de Educa��o do Recife, Fred Am�ncio tamb�m garante que a vacina��o de profissionais da educa��o, de todas as idades, termina em maio - 27 mil professores e outros profissionais da �rea. Segundo ele, as aulas devem voltar nos pr�ximos dias na rede municipal.

O Esp�rito Santo est� usando a reserva t�cnica de vacinas enviada pelo Minist�rio da Sa�de - 5% do total - para imunizar professores da educa��o b�sica. S�o 42 mil no Estado. S� depois ser�o vacinados os outros trabalhadores das escolas e universidades. "N�o deve ser pr�-requisito para a volta, mas traz mais tranquilidade", diz o secret�rio de Educa��o capixaba, Vitor de Angelo. L�, a vacina��o de professores est� na etapa de 50 a 59 anos, mas semana que vem j� passa para 40 a 49 anos, em seguida 30 a 39 anos e de 18 a 29 anos. A expectativa � de vacinar todos este m�s.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.