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Estado de Minas GERAL

�Banco do crime� � suspeito de lavar dinheiro desviado da covid-19 no Rio


08/05/2021 13:00

O �Banco do Crime�, o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para movimentar o dinheiro do tr�fico de drogas, � investigado pela Pol�cia Federal (PF) sob a suspeita de movimentar recursos desviados de hospitais de campanha para a covid-19 no Rio, na gest�o do governador cassado Wilson Witzel. Essa � uma das principais revela��es da Opera��o Tempestade, deflagrada pela PF nesta semana.

Um dos doleiros acusados - Wilson Decaria Junior, o Tio - � ainda o elo entre a apura��o da PF e a Opera��o Sharks. De acordo com os investigadores, s�o dois os principais esquemas de lavagem de dinheiro do PCC. Um deles envolve uma doleira identificada pelos criminosos como "Veia". O outro � o esquema detectado pela Opera��o Tempestade, que usava pelo menos duas empresas como bancos: o "Banco Neman" e a Bidu Cobran�as, Investimentos, Transportes e Participa��es.

Segundo relat�rio da PF assinado pelos delegados Rodrigo de Campos Costa e Adriano Mendes Barbosa, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, os investigados criaram estrutura pr�pria para o "branqueamento de capitais por meio do uso de empresas fict�cias e de laranjas conscientes", emitindo notas fiscais frias para justificar a presta��o de servi�os inexistentes. O empres�rio Dalton Baptista Neman � apontado como o l�der do esquema criminoso - que incluiria ainda seu filho. A a��o contaria ainda com a participa��o de Decaria J�nior.

Neman e Decaria foram identificados pela PF na Opera��o La�os de Fam�lia, em 2016, que apurou o envolvimento do ex-presidente do Paraguai Hor�cio Cartes com o contrabando de cigarros para o Brasil. Neman manteria contato com outras divis�es da organiza��o criminosa, como o chamado N�cleo Canadense. � aqui que surgiram as suspeitas da PF de liga��es entre o Banco do Crime e os desvios dos recursos pata o combate � covid-19.
Lobista. De acordo com a PF, o advogado e lobista Roberto Bertholdo seria a pe�a que uniria os dois esquemas. Ele � investigado por suposto envolvimento em desvio de recursos de hospitais de campanha para a covid-19 no Rio. A PF chegou a pedir � Justi�a a pris�o tempor�ria de Bertholdo, mas ela foi negada pela 6.� Vara da Justi�a Federal de S�o Paulo.

De acordo com a o relat�rio da PF, Bertholdo "ficou conhecido como o homem que grampeou S�rgio Moro". Os federais destacaram os contatos pol�ticos do advogado, cujo escrit�rio fica em Bras�lia, no MDB e no PP. Durante as investiga��es, os federais encontraram R$ 700 mil transferidos da conta do escrit�rio de Bertholdo para a empresa Bidu Importa��o e Exporta��o Eirelli, dos Nemans. Bertholdo seria representante do Iabas (Instituto de Aten��o B�sica e Avan�ada da Sa�de), que foi contratado pelo governo do Rio para construir os hospitais de campanha.

Em pelos menos uma oportunidade, os federais registraram o transporte de dinheiro de S�o Paulo para o Rio. Era 3 de fevereiro de 2020, quando os federais flagraram um intermedi�rio recebendo dinheiro dos Nemans em um hangar do aeroporto de Jacarepagu�, no Rio.

Em uma conta banc�ria ligada a Bertholdo, os federais afirmaram terem encontrado nove dep�sitos feitos pelo Iabas no valor de R$ 6,5 milh�es e quatro outros feitos por Bertholdo � Bidu, no valor de R$ 2,4 milh�es. Ao todo, Roberto Bertholdo teria movimentado por meio de uma empresa r$ 77 milh�es. J� os Nemans teriam movimentado cerca de R$ 220 milh�es. "H� ind�cios fort�ssimos que levam � possibilidade de que os valores transportados pelos Nemans, fisicamente, possam ter como destino o pagamento de propina a membros do governo daquele Estado (Rio)".

O N�cleo Canadense usaria o banco do crime para "se beneficiar de recursos p�blicos, em tese, oriundos de fraudes em licita��es e contratos superfaturados". De acordo ainda com os delegados da PF, os "clientes dos Nemans" j� foram investigados na Opera��o Prato Feito (um ex-prefeito), que apurou o desvio de merenda escolar em S�o Paulo, e na Opera��o Zelotes, sobre fraudes no Conselho de Administra��o de Recursos Fiscais (Carf).

"A desfa�atez do grupo � tamanha que criou uma institui��o financeira, o Banco Neman, com um �nico objetivo: lavagem de ativos il�citos de qualquer atividade criminosa", escreveram os delegados. Durante a Opera��o Tempestade, a PF cumpriu cinco mandados de pris�o, quatro preventivas e uma tempor�ria - os delegados haviam pedido cinco preventivas e seis tempor�rias. A PF n�o revelou os nomes dos presos.

Os agentes fizeram 22 buscas em endere�os de S�o Paulo, Tiet� (SP), Guaruj� (SP), Rio e Bras�lia. Entre os alvos vasculhados estavam resid�ncias, empresas e dois escrit�rios de advocacia. O Coaf identificou movimenta��es at�picas de R$ 699 milh�es, "que hoje est�o integrados no mercado econ�mico, como se l�citos fossem, cujos benefici�rios s�o criminosos tanto do colarinho branco como de fac��es criminosas, incluindo o PCC".

O Estad�o procurou Neman, Bertholdo e Decaria Junior bem como as empresas citadas, mas n�o conseguiu encontrar os acusados ou os seus representantes legais. Decaria Juniorest� foragido desde julho de 2020, depois que recebeu um habeas corpus para responder em liberdade � acusa��o de ter assassinado o advogado, segundo a PF, "por supostamente ter rela��o a uma cobran�a de d�vida referente a criptomoeda". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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