(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GERAL

Ap�s vacina, eles mant�m cuidados e fazem planos


10/05/2021 13:05

O anivers�rio de dona Gilda Regis na sexta-feira, 23 de abril, foi comemorado de forma diferente, mas nem por isso menos emocionante. Sentada em uma cadeira de rodas na sala de entrada do Residencial Santa Cruz, uma institui��o de longa perman�ncia em Vila S�o Pedro, ela assistia atrav�s da parede de vidro os dois filhos, tr�s netos, nora e a bisneta que nunca abra�ou celebrarem do outro lado a sua chegada aos 94 anos.

Apenas na rede p�blica estadual, o governo estima que 19,2 mil idosos moram em lares de longa perman�ncia. Desde fevereiro, eles completaram a imuniza��o contra o coronav�rus, quando formaram o primeiro grupo priorit�rio para a vacina��o no Brasil. Ainda assim, o regime de isolamento social severo continua, como forma de garantir a pr�pria seguran�a desse p�blico enquanto a pandemia avan�a pelo resto do Pa�s. Afastados do mundo l� fora, a rotina � de saudades e, garantem, de esperan�a.

"Foi o maior presente pra ela ter vindo aqui. E eu senti al�vio, porque sei que ela est� protegida", conta Claudia Avancine, a filha mais velha de dona Gilda, que diz visitar a m�e regularmente aos domingos desde que ela foi morar na institui��o tr�s anos atr�s. Desde fevereiro do ano passado, entretanto, os contatos passaram a ser atrav�s do vidro e, no lugar do carinho de um beijo ou abra�o, ela fala com a m�e por um interfone instalado na parede.

Dona Gilda ainda n�o conheceu sua primeira bisneta, a pequena Cec�lia de um ano e quatro meses, que tenta tocar a bisav� pelo vidro enquanto a voz de Xuxa canta Parab�ns pelo alto-falante do celular do pai. "Vai demorar muito at� sermos vacinados, o risco n�o vale a pena", explica Aloysio Regis, de 53 anos, irm�o ca�ula de Claudia. Ela conta n�o ter certeza se a m�e entende o que est� acontecendo por causa do Alzheimer avan�ado.

Por alguns momentos, parece que dona Gilda tenta levantar as m�os cobertas por luvas para acompanhar os aplausos, e os cuidadores comentam que ela tamb�m costuma se agitar quando transmitem algum show do Roberto Carlos no cinema.

A saudade dos netos tamb�m � a maior falta que Ana Maria Benavente, de 83 anos, sente da vida pr�-pandemia. Isso e os passeios com o filho aos fins de semana, quando ainda podia sair do Cora Senior, no bairro do Ipiranga, e ir ao cinema. "Tem que ter paci�ncia e esperar isso tudo passar. Mas a tristeza de n�o poder ver o filho e abra�ar os netos d�i muito", conta, dizendo que se acostumou. "Acho que esse ano todo vai ser dif�cil."

"Essa situa��o que a gente est� vivendo tem um vi�s emocional muito grande. Antes, voc� podia visitar os residentes em qualquer hor�rio. Com a pandemia, passamos a restringir essas visitas", explica Jarbas Salto, diretor m�dico e de opera��es da Cora Residencial Senior.

Para contornar a solid�o do isolamento, a rede tem oferecido rodas de conversa, transmitido sess�es de teatro e auxiliado os moradores a fazerem videochamadas com os familiares, que j� ultrapassaram a marca de oito mil desde o in�cio da pandemia. "Eu tinha esperan�as de que isso n�o fosse durar tanto tempo. N�o poder acompanhar meu bisnetinho crescendo e se desenvolvendo� Eu sinto muita falta, mesmo. Esse afastamento � cruel", conta Luci Elsa Santos, de 77 anos.

No pr�ximo m�s, ela vai completar quatro anos morando no Cora Ipiranga e diz que se acostumou a "conversar por vidro", mas no in�cio se sentia muito nervosa de n�o poder abra�ar a fam�lia. Lucy se considera privilegiada por estar em um lugar bom e j� vacinada. "Nunca senti uma picadinha t�o gostosa!"

Ela conta que j� tem planos para quando a vida voltar ao normal: "Quero fazer um churrasco mesmo", se empolga. "Com direito a cerveja e sem hora para acabar." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)