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Estado de Minas GERAL

Pol�cia investiga poss�vel liga��o entre assassinatos de gays no Paran�

Devido � sequ�ncia de mortes violentas de gays, a Alian�a Nacional LGBTI+ lan�ou um manual para evitar a viol�ncia lgbtif�bica


11/05/2021 20:16 - atualizado 11/05/2021 22:05

A orientação sexual das vítimas foi confirmada por organizações não governamentais (foto: Pixabay/Divulgação)
A orienta��o sexual das v�timas foi confirmada por organiza��es n�o governamentais (foto: Pixabay/Divulga��o)
Em pouco mais de uma semana, dois homens gays foram assassinados de forma parecida, em Curitiba, capital do Paran�. O estudante de medicina Marcos Vin�cio Bozzana da Fonseca, de 25 anos, foi encontrado morto no dia 5 de maio, e o enfermeiro David Lev�sio, de 30 anos, no dia 30 de abril. Ambos moravam sozinhos e foram achados amarrados, com sinais de tortura e sufocamento em seus apartamentos. Eles n�o se conheciam. A pol�cia trabalha com a hip�tese de crimes de �dio contra homossexuais cometidos pela mesma pessoa.

Marcos Vin�cio era de Campo Grande (MS) e se mudou para Curitiba em 2017, para cursar medicina. Amigos estranharam a aus�ncia e pediram ajuda a um chaveiro para entrar no apartamento, no bairro Port�o. O corpo estava coberto com uma manta e tinha sinais de tortura e asfixia. O enfermeiro David Levisio foi encontrado com as m�os amarradas, de bru�os, com sinais de viol�ncia. Ele n�o dava not�cias havia tr�s dias e amigos decidiram ir ao apartamento, no bairro Lindoia.

A orienta��o sexual das v�timas foi confirmada por organiza��es n�o governamentais de direitos humanos. "Estamos acompanhando esses casos e outros que t�m caracter�sticas parecidas. Nossa �rea jur�dica e de seguran�a p�blica recebeu informa��es de que a investiga��o est� adiantada. H� certa comprova��o de que foi crime de lgbtfobia pelo n�vel de crueldade como as v�timas foram atacadas e pelas conversas tidas pelos aplicativos �s quais a pol�cia teve acesso", disse Toni Reis, presidente da Alian�a Nacional LGBTI+.

Segundo Reis, a apura��o j� indica que o autor ou os autores dos crimes conheceram as v�timas por meio de aplicativos de relacionamento, com encontros em seus apartamentos. Para o procurador jur�dico da Alian�a, Marcel Jeronymo, a suspeita � de que o mesmo homem marcou os encontros e assassinou as duas v�timas. "S�o muitos ind�cios que mostram que os casos t�m liga��o. Eram jovens solteiros, de outras cidades, que moravam sozinhos em Curitiba. A forma como foram mortos � muito semelhante", disse.

O presidente da Alian�a v� rela��o desses crimes com outras duas mortes recentes de homossexuais: a do jovem militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) Lindolfo Kosmaski, de 25 anos, em S�o Jo�o do Triunfo, tamb�m no Paran�, e a do professor universit�rio Robson Paim, de 36 anos, em Abelardo (SC).

Lindolfo foi achado morto no carro dele, no dia 1 de maio, � margem de uma rodovia. "Foi assassinado de forma cruel, com ind�cios de disparos de tiros e seu corpo carbonizado. Nosso companheiro � mais uma v�tima de um crime de �dio por ser LGBT assumido", disse, em nota, o MST. J� o professor Paim foi encontrado morto no dia 17 de abril, em um dos quartos da casa em que morava. Ele teve o carro roubado pelo autor do crime, o que levou a pol�cia a registrar o caso como de latroc�nio. O ve�culo foi achado dias depois em Almirante Tamandar�, a 15 km de Curitiba.

Devido � sequ�ncia de mortes violentas de gays, a Alian�a Nacional LGBTI+ lan�ou um manual para evitar a viol�ncia lgbtif�bica, baseado nas orienta��es do Grupo Gay da Bahia. Entre as 11 dicas est�o cuidados com os encontros marcados por aplicativos e com os falsos gays e garotos de programa. No caso de Lindolfo, tr�s pessoas foram presas, suspeitas de envolvimento no crime. Segundo dados do Grupo Gay Bahia, de 1975 at� este ano, 312 pessoas morreram v�timas da lgbtfobia no Paran�. Nos �ltimos cinco anos, foram 83 mortes.

Reis lembrou que a lgbtifobia recrudesceu durante a doen�a e morte do ator e humorista Paulo Gustavo, v�tima da covid-19. Ao lado da grande corrente pela sa�de dele, houve quem desejasse sua morte por ele ser homossexual. "Foram abertos inqu�ritos contra um pastor de Alagoas e outro de Goi�s, al�m de um vereador do interior do Estado do Paran�, por estarem semeando a lgbtifobia. A gente n�o est� acusando os pastores e esse vereador pelos assassinatos, mas eles est�o afiando a faca que mataram os homossexuais de Curitiba. Quando faz um discurso de �dio voc� desumaniza as pessoas. Estamos trabalhando com o Minist�rio P�blico e a Secretaria de Seguran�a P�blica (do Paran�) para que os casos logo sejam elucidados."

A Secretaria de Seguran�a P�blica do Paran� informou que os casos est�o sendo investigados pela 3a Delegacia da Divis�o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP) de Curitiba. Informa��es sobre o andamento da apura��o n�o s�o divulgadas para n�o prejudicar na investiga��o.


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