Treze Estados registram alta na quantidade de novos casos de covid-19 confirmados em compara��o com duas semanas atr�s. A situa��o influencia a taxa nacional, que tamb�m subiu no per�odo, e se mant�m em cerca de 60 mil novos diagn�sticos por dia. Especialistas alertam que, embora o Pa�s assista � queda de mortes, o cen�rio com tantos infectados sinaliza para a continuidade do patamar grave nos pr�ximos meses. Por isso, a crescente flexibiliza��o do isolamento social e a vacina��o lenta preocupam.
Dados do cons�rcio de ve�culos de imprensa mostram que, ao contr�rio da tend�ncia notada em rela��o aos �bitos pelo novo coronav�rus, os casos t�m crescido na �ltima semana. A nova alta sucede o pico registrado no fim de mar�o e in�cio de abril, meses que bateram recorde de letalidade na pandemia e v�rias redes de sa�de entraram em colapso. O patamar de testes positivos pode indicar que o Brasil se manter� em um plat� elevado ou at� mesmo reverter� a tend�ncia de redu��o de v�timas, apontam especialistas.
O Paran�, por exemplo, mal se recuperou do pico de mar�o e registrou alta de 61% na m�dia de novos casos di�rios, na compara��o do dado da segunda-feira passada com 14 dias atr�s. Os testes positivos passaram de 3 mil por dia para 4,8 mil em duas semanas. Uma alta intensa, de 83%, tamb�m � notada no Rio. L�, as secretarias estadual e municipal de sa�de atribuem a varia��o � notifica��es represadas de semanas anteriores.
Em Pernambuco, o patamar de novos casos � o maior da pandemia. O Estado tem m�dia de 2,2 mil testes positivos, segundo dados da segunda-feira passada - alta de 19% em rela��o a 14 dias atr�s, formando uma curva que n�o para de crescer.
"Nas �ltimas semanas, temos notado tend�ncia de interrup��o de queda nos novos casos de s�ndrome respirat�ria aguda grave e podemos tra�ar um paralelo com as flexibiliza��es das restri��es e a retomada das intera��es sociais", analisa o pesquisador da Fiocruz e coordenador do Sistema Infogripe, Marcelo Gomes. "Baixar a guarda desse jeito tem como efeito o aumento da exposi��o e � quest�o de tempo at� mais locais notarem sinais da retomada de crescimento dos casos."
Ap�s o pico de abril passado, em v�rios Estados, j� houve ampla retomada de atividades econ�micas, como com�rcio, restaurantes, bares e at� boates. Cr�tico do isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro tem amea�ado editar decreto para barrar novas a��es de quarentena. J� a vacina��o sofre com dificuldades no recebimento de insumos para fabricar mais doses e adiamento de entregas.
Em pa�ses com vacina��o mais avan�ada, como o Chile, a alta no cont�gio n�o necessariamente causou mais mortes. Mas o pa�s vizinho j� imunizou 47% da popula��o, e o Brasil, 8,8% com as duas doses
Al�m do Rio, Paran� e Pernambuco, houve alta em Roraima, Amap�, Maranh�o, Alagoas, Tocantins, Piau�, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Par�. J� Minas, Rio Grande do Norte, Bahia, Rio Grande do Sul, Para�ba e Rond�nia tiveram varia��o positiva ou negativa inferior a 5%, e s�o considerados est�veis. Houve queda em Esp�rito Santo, Cear�, Distrito Federal, S�o Paulo, Mato Grosso, Goi�s, Amazonas e Acre.
"Estamos relativizando a situa��o por tomar como base o momento mais dram�tico. Mas assim perdemos a sensibilidade de que ainda estamos em situa��o dif�cil, seja de casos, interna��es ou �bitos. O passado recente foi completamente extremo, mas o presente est� longe de ser tranquilo", acrescenta Gomes.
Os casos ajudam a prever a tend�ncia. O novo caso de hoje pode ser o novo paciente grave de amanh�, com demanda de UTI, e eventual �bito. Quanto mais testes positivos, mais chance de a curva de mortes subir. "H� um tempo at� a evolu��o do caso, da ordem de tr�s semanas. Para saber o que acontece agora, o �bito n�o � o melhor indicador, pois est� sempre atrasado quanto � atual situa��o da pandemia", diz Gomes.
Medidas
A prefeitura de Curitiba decidiu ontem ampliar as medidas restritivas na cidade. A gest�o municipal disse que a decis�o leva em conta "o aumento do n�mero de novos casos, casos ativos, taxa de transmiss�o e ocupa��o de leitos". O toque de recolher foi ampliado e o hor�rio de funcionamento do servi�os n�o essenciais, reduzido.
Em nota, a Secretaria de Estado de Sa�de fluminense disse ter havido grande volume de notifica��es de casos represados na cidade do Rio. "N�o significa dizer que os casos ocorreram na semana passada, mas que foram inseridos no sistema nestas datas, gerando o aumento observado."
A Secretaria municipal confirmou a situa��o, atribuindo a alta ao trabalho para incluir resultados laboratoriais no sistema. As pastas n�o detalharam a propor��o de registros represados.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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