Ministro da Sa�de abre campanha de vacina��o em massa contra covid em Botucatu

O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, abriu a campanha de vacina��o em massa contra a covid-19 na popula��o de Botucatu, no interior de S�o Paulo, neste domingo, 16, e prometeu imunizar todo o Brasil contra o coronav�rus at� o fim deste ano. "N�s vemos um cen�rio de muita esperan�a em termos vacina para imunizar a popula��o brasileira maior de 18 anos at� o final do ano", disse.

Ao ser questionado sobre falhas na distribui��o, ele afirmou que o Pa�s n�o estoca vacinas e todas as doses que chegam s�o distribu�das. "H� car�ncia de vacina em todo mundo, mas o Brasil j� � o quinto pa�s no mundo que mais aplicou vacinas", comentou.

Queiroga citou o contrato assinado com a Pfizer para o fornecimento de 100 milh�es de doses at� o fim do ano e disse que a car�ncia de vacina � mundial. "� importante passar uma mensagem positiva para a popula��o brasileira, n�o ficar nessa cantilena que t� faltando, t� faltando...", afirmou aos jornalistas.

Na presen�a de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) que v�o coordenar a pesquisa em Botucatu, Queiroga amenizou declara��o dada na sexta-feira, 14, de que a paralisa��o da produ��o da vacina Coronavac pelo Instituto Butantan decorre de problema contratual e n�o diplom�tico com a China.

Segundo o Butantan, h� dez mil litros do insumo parado na China, � espera de autoriza��o para ser enviado ao Brasil, e a crise diplom�tica do governo com os chineses teria atrasado a libera��o. "Esses contratos, do nosso ponto de vista, t�m cl�usulas um pouco rigorosas, mas mantemos uma boa rela��o com o Instituto Butantan que, ali�s, est� produzindo toda a vacina da nossa campanha contra a gripe."

O ministro disse que as rela��es diplom�ticas com a China s�o boas e que a pr�pria Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) est� com dificuldade para entregar a vacina Covax contratada com o Brasil. "Essas vacinas j� deveriam ter sido entregues."

Uso da m�scara e distanciamento

Ao defender o uso de m�scara e distanciamento social, ele foi lembrado por um jornalista que o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, tem causado aglomera��o e aparecido com frequ�ncia sem o protetor facial.

Queiroga disse que o presidente � um patriota e se preocupa com a popula��o, por isso deu autonomia para o ministro.

Um grupo de manifestantes estendeu faixas de protesto em frente � Escola Cardoso de Almeida, no momento em que o ministro chegava para o evento, na regi�o central de Botucatu. As faixas pediam "vacina para todos" e "fora genocida".

De acordo com o advogado do grupo, Caio Baggioni, o momento � de luto e n�o de festa. "Qual o significado de vacinar toda popula��o de Botucatu, enquanto o pa�s agoniza, com mais de 430 mil vidas perdidas e sem vacina para todos", questionou.

Botucatu ser� teste sobre efetividade da vacina de Oxford contra variantes

A vacina��o em massa em Botucatu vai testar a efetividade da vacina Oxford/AstraZeneca contra as variantes da covid-19 que j� circulam na regi�o e tamb�m os efeitos da imuniza��o maci�a em munic�pios vizinhos.

O Hospital das Cl�nicas da Unesp em Botucatu, com mais de 500 leitos, torna o munic�pio um polo de refer�ncia para as cidades vizinhas. A vacina��o, n�o obrigat�ria, � exclusiva para moradores da cidade, com idades entre 18 e 60 anos - cerca de 80 mil pessoas.

A prefeitura de Botucatu mobilizou quase tr�s mil pessoas em preparativos para realizar a vacina��o em um s� dia, como se fosse uma elei��o.

Uma parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) permitiu que a mesma estrutura usada nas elei��es fosse utilizada na vacina��o em massa. S� a Justi�a Eleitoral contribuiu com cerca de 900 volunt�rios, como a servidora Welen de Oliveira, de 33 anos, que coordenava a checagem de documentos na Escola Cardoso de Almeida.

"� uma satisfa��o estar aqui contribuindo com algo t�o importante. Se n�o estivesse aqui, estaria com minha fam�lia, aproveitando este domingo ensolarado", disse ela.

Quando o ministro Marcelo Queiroga aplicou a primeira vacina na moradora Suzy Helena Crespan, de 58 anos, a vacina��o tinha sido iniciada havia meia hora e j� alcan�ara 2.200 pessoas.

A vacina��o n�o � obrigat�ria. Os vacinados ter�o de receber a segunda dose at� tr�s meses ap�s a primeira. Eles ser�o acompanhados pelos pesquisadores durante oito meses. O plano � realizar o sequenciamento gen�tico dos casos positivos e verificar se a vacina � eficaz tamb�m contra outras cepas do v�rus que j� circulam em Botucatu.

O comparecimento aos postos de vacina��o, que s�o os mesmos em que o eleitor vota nas elei��es, era por faixa et�ria. Das 8 �s 10h30, eram vacinados os moradores com idades entre 51 e 60 anos. De 15h30 �s 18 horas, a vacina��o seria encerrada com pessoas de 18 a 30 anos.

Quatro postos extras de vota��o atender�o os moradores que n�o votam em Botucatu e que precisam comprovar resid�ncia na cidade.

Conforme a prefeitura, os mun�cipes aptos a serem vacinados que n�o estavam na cidade neste domingo, ou que tomaram a vacina da gripe em per�odo inferior a 15 dias, bem como aqueles que tiveram covid-19 at� um m�s antes, ter�o uma nova chance de imuniza��o entre os dias 18 e 22 deste m�s. Para isso, precisam preencher um cadastro no site da prefeitura at� o dia 16.

O projeto envolve, al�m do Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, vinculado � Unesp, onde ser�o concentradas as pesquisas, a Universidade de Oxford e a Funda��o Bill e Melinda Gates.

O cadastro e a vacina��o ter�o auditoria realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A data de aplica��o da segunda dose ainda ser� definida.