Ap�s revis�o de oito diretrizes nacionais e internacionais para o tratamento da covid-19, um grupo de especialistas coordenado pelo Minist�rio da Sa�de elaborou um documento em que contraindica cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, colchicina e outros medicamentos que n�o t�m efic�cia comprovada cientificamente contra a doen�a, para pacientes hospitalizados.
O documento foi apresentado � Comiss�o Nacional de Incorpora��o de Tecnologias no Sistema �nico de Sa�de (Conitec) na semana passada e recebeu parecer favor�vel. Nesta segunda-feira, 17, foi aberta consulta p�blica para que o documento receba contribui��es nos pr�ximos dez dias. O grupo autor das diretrizes � composto por um painel de especialistas sob coordena��o de um departamento do minist�rio. O painel inclui m�dicos de diferentes especialidades, farmac�uticos e representantes da pasta federal, de universidades e de sociedades m�dicas, entre elas a Associa��o de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), a Associa��o Paulista de Medicina (APM) e a Sociedade de Infectologia (SBI).
"Alguns medicamentos foram testados e n�o mostraram benef�cios cl�nicos na popula��o de pacientes hospitalizados, n�o devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associa��o de casirivimabe + imdevimabe n�o possuem evid�ncia que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, n�o devendo ser utilizados nessa popula��o", informa o documento, denominado "Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com covid-19".
Sobre hidroxicloroquina ou cloroquina, medicamentos amplamente divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, e o antibi�tico azitromicina, o documento � enf�tico na contraindica��o e apresenta motivos. "N�o h� evid�ncia de benef�cio seja no seu uso de forma isolada ou em associa��o com outros medicamentos. A cloroquina e a hidroxicloroquina n�o devem ser utilizadas, independentemente da via de administra��o (oral, inalat�ria ou outras)."
No documento do minist�rio, a exce��o � para pacientes que j� utilizam as medica��es, por estarem em tratamento contra doen�as reumatol�gicas ou mal�ria, ou pessoas com quadros de infec��o bacteriana, no caso do uso do antibi�tico.
As indica��es
Tamb�m foram avaliados estudos com corticoesteroides e anticoagulantes. Seguindo a linha de estudos cient�ficos, a dexametasona foi recomendada para pacientes em estado grave em uso de oxig�nio suplementar. Os anticoagulantes s�o indicados "em doses de profilaxia para tromboembolismo venoso em pacientes hospitalizados com covid-19".
Coordenador do grupo que elaborou o documento, Carlos Carvalho, professor de pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (Famusp), diz que a constru��o das diretrizes foi uma solicita��o do ministro da Sa�de Marcelo Queiroga diante de problemas como a falta de oxig�nio e dos medicamentos para o kit intuba��o, al�m da necessidade de proteger pacientes em ventila��o mec�nica e de oferecer orienta��es farmacol�gicas para pacientes internados. "Est� agora em consulta p�blica. Decidimos fazer essas recomenda��es para pacientes mais graves, abordando medicamentos para intuba��o para o m�dico que estiver na ponta poder executar essas manobras, como estrat�gias de ventila��o."
Desde o ano passado, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) j� alertava para a inefic�cia das medica��es na luta contra o novo coronav�rus, comprovada em um estudo publicado em outubro.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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