Assembleia de metrovi�rios no fim da noite da quarta-feira suspendeu greve em SP

O Sindicato dos Metrovi�rios decidiu na noite desta quarta-feira, 19, suspender a greve no Metr� de S�o Paulo. A decis�o foi tomada sem que as reivindica��es apresentadas ao governo do Estado tenham sido atendidas e encerrou a paralisa��o que se estendeu ao longo do dia. As linhas voltaram ao funcionamento normal nesta quinta-feira, 20. A categoria mant�m a mobiliza��o e dever� realizar uma nova assembleia na pr�xima ter�a-feira, 25.

A suspens�o da greve foi decidida durante assembleia que terminou �s 22 horas desta quarta, com o apoio de 2.488 representantes da categoria (75,99%). A maioria da categoria (80,42%) rejeitou a nova proposta apresentada pelo governo estadual, mas acatou (93,59%) a proposta sugerida pelo TRT-2 em audi�ncia no per�odo da tarde.

A previs�o inicial era de que a greve duraria 24 horas. Com in�cio � 0h, ela afetou o funcionamento de linhas cuja opera��o � feita pelo Estado: 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. Em meio aos transtornos provocados pela greve, o TRT-2 convocou uma nova audi�ncia de media��o entre as partes. A discuss�o durou mais de uma hora, mas o sindicato e o Metr� n�o chegaram a um consenso e a negocia��o continuar� ocorrendo.

De acordo com a proposta do TRT-2 aceita na assembleia da noite desta quarta-feira, os metrovi�rios teriam reajuste salarial de 7,79%, e da mesma propor��o nos vales refei��o e alimenta��o, a partir deste m�s. Tamb�m foram previstos os pagamentos de 40% do adicional noturno e de 60% do adicional de f�rias, ambos atrasados, at� janeiro do pr�ximo ano.

O acordo oferecido inicialmente pelo Metr� previa apenas a antecipa��o da Participa��o nos Resultados, a ser paga em janeiro de 2022, para agosto deste ano, e do abono salarial, previsto para mar�o de 2022, no pr�ximo 31 de janeiro. Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) afirma que o Metr� apresentou uma proposta "no limite de sua realidade econ�mica".

Paralisa��o afetou deslocamento; rod�zio foi liberado pela Prefeitura

Afetados pela greve, usu�rios do Metr� reclamaram na quarta da maior demora para chegar ao destino e de aglomera��es provocadas em meio � pandemia. Segundo afirmam, houve sobrecarga para a CPTM - j� que os trens acabaram recebendo parte da demanda de passageiros. Por causa da paralisa��o, o rod�zio de ve�culos tamb�m foi suspenso pela Prefeitura.

No in�cio da semana, o Tribunal tinha aceitado pedido liminar para limitar a greve. Segundo o TRT-2, havia a determina��o para manter funcionamento de 80% do servi�o do efetivo do Metr� nos hor�rios de pico (entre 6h e 10h e entre 16h e 20h) e 60% nos demais hor�rios. "Em caso de descumprimento da liminar, que foi deferida pela ju�za Maria Cristina Christianini Trentini, ser� aplicada multa di�ria de R$ 100 mil, cuja destina��o ser� oportunamente decidida", afirma, em nota.

O Sindicato dos Metrovi�rios alega que os sal�rios est�o congelados h� dois anos, sem reajuste pela infla��o e com perda real calculada em cerca de 10%. Tamb�m afirmam n�o receber a Participa��o nos Resultados (PR) referentes aos anos de 2019 e 2020.

J� a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, do governo estadual, diz que o reajuste proposto de 2,61%, al�m de benef�cios, representa "excelentes condi��es", especialmente durante a pandemia de covid-19.

A decis�o pela greve foi tomada na noite da ter�a-feira, 18, ap�s nenhum representante da administra��o p�blica comparecer a outra audi�ncia no TRT, segundo relata a entidade. Para dirigentes do sindicato, a atitude seria "um desrespeito � categoria".

"N�o estamos pedindo aumento, estamos pedindo o reajuste inflacion�rio (do sal�rio). � claro que, se vier alguma proposta de negocia��o, estamos dispostos a conversar e n�o paralisar o metr�. Mas isso est� nas m�os do governo e do Metr�", afirmou mais cedo Camila Lisboa, uma das coordenadoras do sindicato, antes da audi�ncia de media��o.

Um dos dirigentes do sindicato, Altino Prazeres chegou a afirmar que a categoria estaria disposta a voltar ao trabalho, se a tarifa deixasse de ser cobrada dos usu�rios. "Se deixarem a catraca aberta, voltamos a trabalhar na mesma hora. Sempre dizem que quando entramos de greve, isso atrapalha o transporte p�blico. Mas se o governo topar, a gente topa tamb�m."

Cl�usula de Paz

Em nota emitida na noite da quarta-feira, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirma que a suspens�o da greve se deu mediante uma Cl�usula de Paz organizada entre o Metr�, o Tribunal Regional do Trabalho, o Minist�rio P�blico do Trabalho e o Sindicato dos Metrovi�rios. A STM ainda alega que ofereceu na quarta-feira uma quinta proposta de acordo trabalhista desde o in�cio das mobiliza��es, "no limite de sua realidade econ�mica".

"A oferta feita ao sindicato contempla reajuste salarial, manuten��o de empregos e benef�cios acima do exigido em CLT, al�m da antecipa��o da participa��o nos lucros e abono salarial de janeiro/22 para agosto/21 e mar�o/22 para janeiro/22, respectivamente", diz o comunicado.