Um estudo preliminar divulgado nesta sexta-feira, 21, indica que a efetividade da Coronavac cai conforme a idade e varia de 61,8% a 28% a partir dos 70 anos. A pesquisa foi publicada na plataforma MedRxiv e ainda est� na fase pr�-print, ou seja, n�o foi revisado por outros cientistas. O trabalho mostra ainda que o imunizante n�o confere nenhuma prote��o com apenas uma dose.
A pesquisa foi realizada pelo grupo Vebra Covid-19, que re�ne pesquisadores brasileiros e estrangeiros de institui��es como Fiocruz e Instituto Global de Sa�de de Barcelona para avaliar a efetividade das vacinas em uso no Brasil. O projeto tem apoio financeiro da Organiza��o Panamericana da Sa�de (Opas).
Os testes de efetividade s�o considerados os "estudos de vida real", ou seja, medem a taxa de prote��o da vacina quando ela � aplicada em massa na popula��o e fora do ambiente controlado de uma pesquisa cl�nica.
A pesquisa avaliou o desempenho da vacina em idosos de 70 anos ou mais vacinados no Estado de S�o Paulo entre janeiro e o final de abril, per�odo em que a variante P.1 j� era predominante.
Os cientistas analisaram dados de 15.900 pessoas com suspeita de covid (tanto testes negativos quanto positivos) para calcular a taxa de prote��o, chegando � conclus�o de que h� redu��o da efetividade conforme aumenta a idade, o que, segundo os cientistas, ocorre tamb�m com o imunizante contra a gripe "e � esperado que ocorra em outras vacinas".
De acordo com o artigo, a efetividade encontrada foi de 61,8% na faixa et�ria dos 70 aos 74 anos; 48,9% nas pessoas de 75 a 79 anos e de 28% acima dos 80 anos. A m�dia de efetividade em todo o grupo foi de 42%.
Em comunicado � imprensa, o grupo Vebra esclareceu que os dados de efetividade da Coronavac contra casos graves e mortes em idosos a partir de 70 anos ainda est�o em an�lise.
Estudo do tipo feito no Chile e divulgado no m�s passado apontou 80% de prote��o contra mortes e 85% contra hospitaliza��es, considerando o per�odo de 14 dias ap�s a segunda dose. Os dados do estudo chileno, por�m, n�o tinham informa��es detalhadas por faixa et�ria.
O estudo sobre o cen�rio brasileiro traz ainda a informa��o que a Coronavac n�o conferiu nenhuma prote��o com apenas uma dose, dado especialmente preocupante diante do imenso n�mero de brasileiros que ainda n�o completaram o esquema vacinal. Conforme revelado pelo Estad�o na �ltima ter�a-feira, 4,5 milh�es de brasileiros est�o com a segunda aplica��o da Coronavac atrasada.
As taxas de efic�cia medidas pelo grupo e citadas no estudo referem-se ao per�odo de 14 dias depois da aplica��o da segunda dose. Entre o 1� e o 13� dia ap�s a dose de refor�o, a prote��o ficou em 18%.
Questionado sobre eventuais mudan�as no uso da Coronavac entre p�blicos priorit�rios e a eventual necessidade de aplica��o de dose de refor�o em idosos, o Minist�rio da Sa�de informou que monitora os estudos de vacinas e que segue o que est� na bula dos imunizantes. Como a Coronavac est� indicada para idosos, a pasta afirma que manter� a estrat�gia de vacina��o at� surgirem novas evid�ncias.
Tamb�m procurado, o Instituto Butantan afirmou que a Coronavac "se mostrou segura e eficaz, com indica��o de uso para toda a popula��o adulta, incluindo os idosos". Disse ainda que a vacina "n�o � barreira para a infec��o pelo v�rus Sars-Cov-2, mas reduz expressivamente o risco de uma pessoa ter a doen�a causada pelo v�rus, evitando, sobretudo, quadros graves, hospitaliza��es e mortes".
Destacou ainda que, nos testes cl�nicos realizados pelo Butantan no Brasil, a resposta imunol�gica e a seguran�a da vacina entre idosos foram semelhantes �s verificadas no grupo menor de 60 anos. Vale lembrar, por�m, que a resposta imune � a medi��o de anticorpos nos vacinados e nem sempre � integralmente confirmada na an�lise de efic�cia da vacina. Os dados de efic�cia dos estudos brasileiros da Coronavac n�o foram divulgados por faixa et�ria.
Por fim, o Butantan ressaltou que os idosos correm maior risco de agravamento pela infec��o e, por isso, devem se vacinar. "� importante que as pessoas sigam tomando a vacina, conforme os esquemas adotados pelos gestores de sa�de, de modo a se prevenirem contra as complica��es do novo coronav�rus", destacou o instituto.
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