Garimpeiros se mobilizam em grupos de WhatsApp para avisar sobre opera��o

Alvos de uma opera��o que envolve a For�a Nacional e o Ibama nesta ter�a-feira, 25, garimpeiros que atuam ilegalmente na regi�o de Jacareacanga e Itaituba, no Par�, disseminam informa��es a todo instante entre si, na tentativa de alertar sobre a chegada das policiais.

O Estad�o teve acesso a uma s�rie de troca de mensagens enviadas por meio de grupos de Whatsapp, que re�nem garimpeiros da regi�o. Nos �udios, eles alertam sobre o deslocamento das equipes, n�meros de carros e helic�pteros mobilizados para apoiar o trabalho da Pol�cia.

A maior preocupa��o � esconder equipamentos ou retir�-los a tempo, antes que os agentes cheguem e destruam o material. A destrui��o de m�quinas usadas pelos criminosos � uma a��o prevista em lei e, inclusive, recomend�vel em uma s�rie de situa��es. Muitas vezes, o descolamento dos equipamentos oferece risco aos agentes, que podem ser alvos de emboscada durante a mobiliza��o. Paralelamente, a queima dos bens impossibilita a sua retomada e reutiliza��o pelos criminosos. O presidente Jair Bolsonaro j� se posicionou, em diversas ocasi�es, contra a queima dos equipamentos.

Os relatos compartilhados nesta ter�a-feira, 25, d�o conta de que h� equipamentos j� em destrui��o. Nas a��es criminosas, os garimpeiros costumam levar, para dentro da floresta, retroescavadeiras de grande porte, conhecidas como "PCs". Trata-se de m�quinas caras, que custam, facilmente, cerca de R$ 500 mil.

Itaituba e Jacareacanga s�o munic�pios que est�o �s margens do Rio Tapaj�s, em uma das �reas mais cobi�adas do Pa�s pela extra��o ilegal de ouro. Na regi�o, vivem mais de 14 mil ind�genas das etnias munduruku e apiak�, em 145 aldeias.

S� em 2020, uma �rea equivalente a mais de 2 mil campos de futebol foram desmatadas dentro das terras ind�genas Munduruku e Sai Cinza, no alto Tapaj�s. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - �rg�o ligado ao Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia, respons�vel pelos dados oficiais de desmate - confirmam a derrubada de 2.052 hectares da floresta.

O desmatamento na regi�o em 2020 supera o volume j� alarmante de 2019, quando 1.835 hectares de floresta foram perdidos na terra ind�gena Munduruku. J� na terra Sai Cinza, que � vizinha da primeira, houve explos�o de desmatamento, saindo de 16 hectares em 2019 para 304 hectares no ano passado.