Pesquisa identifica 68 beb�s que nasceram com anticorpos contra o coronav�rus

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou 68 casos de transfer�ncia de anticorpos do coronav�rus da m�e para o filho durante a gesta��o. A pesquisa utilizou o teste do pezinho e testagem das m�es para identificar os anticorpos e ir� acompanhar as repercuss�es no desenvolvimento infantil dos rec�m-nascidos. Nenhuma das m�es participantes do estudo havia sido vacinada para covid-19.

Outros estudos tamb�m comprovaram a transmiss�o de anticorpos da m�e para o beb� durante a gesta��o, como o trabalho conduzido no Hospital Pennsylvania, na cidade de Philadelphia, onde das 83 gr�vidas que tinham testado positivo para infec��es anteriores de covid-19, sendo que 72 transmitiram o IgG via placenta para os beb�s. Outro caso brasileiro de beb� que nasceu com anticorpos, mas proveniente da m�e imunizada pela vacina, ocorreu na cidade de Tubar�o, em Santa Catarina.

Os resultados preliminares da pesquisa mineira mostram que a maioria das m�es que se infectaram pelo Sars-Cov-2 durante a gravidez podem passar anticorpos IgG (anticorpos de mais longa dura��o) para os beb�s por meio da transfer�ncia placent�ria. At� agora foram testadas 506 m�es e beb�s nos cinco munic�pios mineiros participantes da pesquisa, Uberl�ndia, Contagem, Itabirito, Ipatinga e Nova Lima. O objetivo do estudo � chegar a 4 mil m�es testadas.

Os casos ser�o acompanhados por dois anos, para avaliar a dura��o da imunidade adquirida pelo feto e se a infec��o trouxe consequ�ncias para o desenvolvimento das crian�as. Um grupo de controle, com m�es e beb�s com resultados negativos, tamb�m ser� acompanhado.

O resultado tamb�m pode auxiliar em pesquisas para uma futura vacina��o de beb�s. "A confirma��o da passagem de anticorpos da m�e para o beb� durante a gravidez pode ajudar a planejar o momento ideal para vacina��o dos beb�s contra a covid. Em outras infec��es, como no sarampo por exemplo, j� se sabe que os anticorpos maternos reduzem a efic�cia da vacina contra sarampo, e por isso ela � feita mais tardiamente", diz Cl�udia Lindgren, a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG.