
S�o Paulo – O estado de S�o Paulo identificou o primeiro caso da cepa B.1.617 do novo coronav�rus, conhecida como variante indiana. O paciente tem 32 anos, mora em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos em 22 de maio. A amostra foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Sa�de, e o sequenciamento, finalizado ontem. O passageiro foi identificado pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), respons�vel pelo monitoramento no aeroporto. O �rg�o federal informou a pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro j� havia embarcado em voo dom�stico para o Rio de Janeiro. Segundo o governo estadual, n�o h� registros de um caso aut�ctone desta linhagem no Estado de S�o Paulo.
A Secretaria de Sa�de informou que, imediatamente depois de comunicada pela Anvisa, come�ou as medidas de vigil�ncia epidemiol�gicas necess�rias junto ao munic�pio. Foi pedida a lista completa dos passageiros do voo, al�m dos nomes de todos os funcion�rios do aeroporto, laborat�rio e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigil�ncia do Rio de Janeiro tamb�m foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso.
Desde o �ltimo dia 14 de maio, as equipes de Vigil�ncia Epidemiol�gica da Secretaria de Estado da Sa�de notificam os munic�pios de resid�ncia de todos os passageiros vindos da �ndia que desembarcam no Brasil. A medida � uma parceria com a Anvisa, que envia para a Sa�de a lista completa dos passageiros do voo.
Nesta ter�a-feira, a Prefeitura de S�o Paulo come�ou a fazer uma triagem no Terminal Rodovi�rio do Tiet� para evitar a entrada da variante indiana na cidade. Os passageiros que chegam do Maranh�o, local onde a variante foi confirmada, t�m a temperatura aferida e precisam preencher um question�rio de sa�de. Outras a��es de preven��o est�o sendo feitas nas rodovias.
TERCEIRA ONDA
O coordenador executivo do Centro de Conting�ncia da COVID-19 de S�o Paulo, Jo�o Gabbardo, negou que a terceira onda da pandemia esteja diretamente relacionada � chegada no Brasil da variante identificada pela primeira vez na �ndia. Ele afirmou que S�o Paulo se prepara para um eventual comportamento mais agressivo da nova cepa e que Secretaria da Sa�de trabalha com o aumento da disponibilidade de leitos.
O Maranh�o informou nesta semana que foi entubado o paciente identificado como portador da nova cepa ap�s piora do quadro de sa�de. Especialistas temem que a muta��o do coronav�rus que causou o colapso do sistema de sa�de indiano tenha taxa de cont�gio maior. “Quando as pessoas perguntam se estamos prevendo terceira onda: n�o. N�o existe nenhuma correla��o entre o aparecimento de uma variante e uma terceira onda. Essa variante pode n�o ter capacidade de maior transmissibilidade e maior letalidade. Isso tem de ser analisado e estudado. Temos a possibilidade de ter uma nova variante. Toda hora temos novas variantes. Isso n�o significa terceira onda”, afirmou Gabbardo.
A an�lise de Gabbardo foi feita durante coletiva ao lado do governador Jo�o Doria (PSDB) e outros membros do governo paulista ontem � tarde. O coordenador pontuou que h� mobiliza��o para que tr�s mil leitos, antes utilizados para pacientes com COVID-19 e hoje em outras especialidades, sejam remanejados caso seja necess�rio. Gabbardo disse tamb�m que, independentemente da variante ou do v�rus original, a popula��o deve manter prud�ncia e medidas sanit�rias, como distanciamento f�sico, uso de m�scaras e evitar aglomera��es. O coordenador do Centro de Conting�ncia chamou aten��o � necessidade de avan�ar na vacina��o para redu��o dos indicadores epidemiol�gicos.
“Ainda estamos enfrentando patamar elevado dos indicadores. N�o seria conveniente, neste momento, essa flexibiliza��o, conforme estava previsto para 1º de junho. H� eleva��o pequena no n�mero de interna��es, casos, uma estabilidade em patamares elevados e o risco da variante indiana. Tudo isso faz que essa medida de seguran�a seja a mais adequada para adiar em mais duas semanas a amplia��o da reabertura”, afirmou, ap�s Doria anunciar a manuten��o das atuais restri��es.
ENQUANTO ISSO...
...Cepa se dissemina pelo mundo
A variante indiana do novo coronav�rus, a B.1.617, j� foi detectada oficialmente em 49 pa�ses e 4 territ�rios, segundo relat�rio da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) publicado ontem. S�o oito novas �reas em rela��o ao boletim da semana passada. A organiza��o tamb�m afirmou j� ter recebido informa��es, de fontes n�o oficiais, indicando que a variante foi encontrada em mais sete pa�ses e territ�rios, incluindo na��es que s�o refer�ncia no combate � pandemia, como China e Nova Zel�ndia, o que eleva o total de �reas afetadas para 60. O documento indica que a cepa B.1.617 � mais contagiosa e diminui a efic�cia das vacinas da Pfizer e de Oxford/AstraZeneca, mas ainda � investigado se ela est� relacionada a quadros mais graves de COVID-19 e se ela aumenta o risco de reinfec��o.
Queiroga: “EUA n�o v�o doar vacinas ao Brasil”
Bras�lia – O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, comentou ontem sobre a manifesta��o do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre a inten��o de doar vacinas contra COVID-19 a outros pa�ses. Queiroga avaliou positivamente a promessa, mas afirmou que no caso do Brasil, “sendo pragm�tico, os EUA n�o v�o doar as vacinas, at� porque o Brasil comprou essas doses das ind�strias americanas”.
De acordo com Queiroga, o esfor�o nas tratativas com o pa�s n�o pleiteia a doa��o de vacinas, destacando sua conversa com o secret�rio de Sa�de dos EUA, Xavier Becerra, Queiroga afirmou que seu esfor�o � para antecipar a entrega das vacinas compradas com farmac�uticas americanas como a Pfizer e Johnson & Johnson “e propor algo com as ind�strias americanas”.
Queiroga participou na manh� de ontem de sess�o conjunta das comiss�es de Fiscaliza��o Financeira e de Defesa do Consumidor da C�mara. Ele afirmou que o esfor�o do minist�rio na busca de vacinas contra COVID-19 � “diuturno” e que a pasta tem mantido conversas constantes com as farmac�uticas na tentativa de garantir celeridade na produ��o dos imunizantes. O ministro destacou ainda a import�ncia da autonomia na produ��o dos imunizantes e afirmou que pode haver a necessidade de uma vacina��o anual contra a doen�a. “A ci�ncia ainda n�o trouxe todos esses dados, mas � poss�vel que sim”, afirmou o ministro sobre a possibilidade de a vacina ter que ser aplicada anualmente. Com rela��o ao tema, Queiroga refor�ou a import�ncia de avan�ar em tratativas de transfer�ncia tecnol�gica que permitam que as vacinas sejam produzidas nacionalmente.
Queiroga tamb�m afirmou que se re�ne constantemente com farmac�uticas como a Moderna, a Pfizer, e com o Instituto Butantan, dizendo que essas tratativas fazem parte das estrat�gias para lidar com a pandemia nos pr�ximos anos.
Ainda sobre a aquisi��o de vacinas, na tentativa de acelerar o Plano Nacional de Imuniza��es (PNI), Queiroga tamb�m comentou sobre a participa��o da iniciativa privada na compra de imunizantes. Segundo o ministro, o debate “diminuiu” porque as empresas viram que n�o � simples adquirir vacinas no exterior. Ele destacou o trabalho no processo de compra de vacinas realizado pelo Minist�rio das Rela��es Exteriores, que � comandado por Carlos Alberto Fran�a.
Total de �bitos passa de 454 mil
Bras�lia – O Brasil registrou 2.398 mortes nas �ltimas 24 horas causadas pela COVID-19, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass). Com os registros, 454.429 vidas foram perdidas para a doen�a.
O levantamento do Conass, que compila dados de secretarias de Sa�de dos 26 estados e do Distrito Federal, apontou ainda 80.486 novos casos de COVID-19 em 24 horas, com um total de 16.274.695 registros desde o in�cio da pandemia.
Ainda h� 3.749 mortes em investiga��o. O termo � empregado pelas autoridades de sa�de para designar casos em que um paciente morre, mas a causa segue sendo apurada mesmo ap�s a declara��o do �bito.
O n�mero de pessoas que pegaram COVID, mas se recuperaram desde o in�cio da pandemia totalizou 14.733.987, o que corresponde a 90,5% do total de pessoas que foram infectadas com o v�rus.
O ranking de estados com mais mortes pela COVID � liderado por S�o Paulo (109.241), seguido do Rio de Janeiro (49.899), Minas Gerais (39.540), Rio Grande do Sul (27.756) e Paran� (25.777).
Na parte de baixo da lista, com menos vidas perdidas para a pandemia, est�o Roraima (1.612), Acre (1.652), Amap� (1.673), Tocantins (2.813) e Alagoas (4.661).
At� o momento, foram distribu�das a estados e munic�pios 90,7 milh�es de doses de vacinas contra a COVID-19. Desse total, foram aplicadas 59,6 milh�es de doses, sendo 40,4 milh�es da primeira dose e 19,2 milh�es da segunda dose.