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Estado de Minas GERAL

Mortes de pedestres caem e de motoqueiros sobem na pandemia em S�o Paulo


27/05/2021 14:47

O total de acidentes envolvendo pedestres em S�o Paulo atingiu no ano passado o seu menor �ndice desde 2012, de acordo com dados divulgados na quarta-feira, 26, pela Companhia de Engenharia de Tr�fego (CET). Ao mesmo tempo, motociclistas formam o grupo de maior envolvimento em todas as ocorr�ncias, respons�veis por 38,7% dos casos. Especialistas ouvidos pelo Estad�o apontam que essa tend�ncia � um efeito colateral da pandemia e do isolamento social, que tirou as pessoas de circula��o pelas ruas e aumentou o fluxo de motos no tr�nsito.

"Isso reflete bem o comportamento da sociedade. O que aconteceu com a atividade urbana na metr�pole foi que o deslocamento de pedestres diminuiu, principalmente nos hor�rios mais centrais e, com os motociclistas, aconteceu o �bvio", observa Sergio Ejzenberg, engenheiro e mestre em Transportes pela Escola Polit�cnica da Universidade de S�o Paulo.

De acordo com os dados da CET, foram 809 mortes no tr�nsito da capital paulista ao longo de 2020, um aumento de 2,2% em rela��o ao ano anterior. Destas v�timas, 345 eram motociclistas, a maior parcela (38,7%) de todas as modalidades e a que mais cresceu comparativamente, com aumento de 16%. A categoria tamb�m foi a maior respons�vel pelos atropelamentos, envolvida em 21% das ocorr�ncias fatais.

O hor�rio letal para os motociclistas foram as noites e madrugadas dos fins de semanas, quando ocorreram mais de metade das mortes. As v�timas eram na sua maioria homens, entre os 20 e 30 anos, cujas ocupa��es principais se alternavam entre entregadores ou estudantes. No boletim, a CET aponta como fatores de risco a pouca experi�ncia sobre duas rodas, "imper�cia ou imprud�ncia" , "perda de controle" e "excesso de velocidade".

Consultor em seguran�a do tr�nsito, Hor�cio Augusto Ferreira acredita que motociclistas praticam uma esp�cie de "boliche humano" com quem anda a p� pela capital e defende que a diminui��o de 12% nas mortes de pedestres no ano passado � fruto do isolamento social, suspens�o de aulas e trabalho presenciais e implementa��o do home office. "Some a isso os desempregados e quem migrou para o transporte individual, com medo do v�rus, ent�o a circula��o diminuiu drasticamente", explica.

Ele afirma que a morte de motociclistas no tr�nsito � um problema que come�ou h� 20 anos e que dificilmente vai melhorar se n�o houver uma mudan�a na fiscaliza��o. "As motos s�o o grupo de condutores que mais comete infra��es, porcentualmente. Se n�o tiver equipamento e fiscaliza��o rand�mica para motocicletas, n�o conseguimos mudar o cen�rio", observa.

Ejzenberg reconhece que os motofretistas trabalham sob a press�o de muitas entregas em pouco tempo e, como os principais radares n�o s�o equipados para registrar as infra��es entre as fileiras de carros, a velocidade acaba sendo muitas vezes letal. "Os la�os detectores pegam os ve�culos tradicionais, mas entre as faixas n�o h� la�o detector. A moto passa em excesso de velocidade e nada acontece." .

A sa�da, apontam, seria um aumento rand�mico de fiscaliza��es presenciais pela capital, alinhado a um trabalho de conscientiza��o dos motociclistas. Na legisla��o, o veto do presidente Jair Bolsonaro sobre o artigo 56-A do novo C�digo de Tr�nsito, que permitia a circula��o de motocicletas entre ve�culos apenas "quando o fluxo estiver parado ou lento", � vista como uma "oportunidade perdida".

Eles tamb�m criticam os programas anunciados pela administra��o municipal, como o Motorista Seguro, implementado em 2018 e que de acordo com a CET impactou 7.500 motociclistas desde sua cria��o, com a��es educativas e orienta��es de seguran�a. "A Prefeitura est� brincando de fiscalizar, fingindo que atua. Se n�o sentarem com a Pol�cia Militar e focarem 90% das a��es em motos, os motociclistas infelizmente v�o continuar se matando e, muitas vezes, ficando inv�lidos."

Os especialistas acreditam que a tend�ncia � de piora para esse cen�rio, � medida que a pandemia passar e a vida voltar ao normal, ou a algo mais pr�ximo do que conhec�amos como isso. "A gente vai ter mais morte de motociclistas com a melhora da vacina��o e aumento de circula��o das pessoas, porque eles v�o continuar se colocando em risco."


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