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Estado de Minas GERAL

Butantan � contr�rio � revacina��o


30/05/2021 07:36

Diante de um estudo que demonstrou queda de efetividade da Coronavac em idosos e do debate entre cientistas sobre a necessidade de uma dose de refor�o ou revacina��o desse p�blico, o diretor m�dico de pesquisa cl�nica do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, afirma que n�o h� dados que justifiquem essa decis�o e defende que agora � o momento de ampliar a parcela da popula��o imunizada.

Em entrevista ao Estad�o, o especialista citou dados que mostram o impacto da vacina na redu��o da mortalidade e de interna��es dos idosos brasileiros, apontou algumas limita��es do estudo que encontrou queda de efetividade em idosos e esclareceu que nenhuma vacina oferece 100% de prote��o, da� a necessidade de ampliarmos a cobertura vacinal da popula��o para reduzir a transmiss�o comunit�ria do v�rus.

O debate sobre a necessidade de dose de refor�o em pessoas acima dos 80 anos ganhou for�a a partir de um estudo preliminar de pesquisadores brasileiros e estrangeiros publicado na semana passada na plataforma MedRxiv em formato pr�-print, ou seja, ainda sem a revis�o de outros cientistas. O artigo mostrou que, nesse grupo et�rio, a efic�cia global da Coronavac foi de apenas 28%.

Como mostrou o Estad�o, um dos autores da pesquisa, o infectologista Julio Croda, da Fiocruz, defendeu que idosos mais velhos sejam revacinados ainda neste ano, ap�s o t�rmino da imuniza��o do grupo priorit�rio.

Para Palacios, no entanto, essa proposta n�o deve ser feita sem que seja conhecida a efetividade da vacina contra hospitaliza��es e mortes nessa faixa et�ria. A efic�cia global medida no estudo refere-se a qualquer grau da doen�a.

"Em termos de sa�de p�blica, a vacina n�o tem como objetivo principal prevenir qualquer manifesta��o da doen�a. O esfor�o de vacina��o �, sobretudo, para prevenir hospitaliza��o e morte, e n�o h� nenhum dado que nos traga preocupa��o de que a vacina n�o est� funcionando para isso. Ent�o, a revacina��o neste momento � uma proposta ousada com base numa informa��o limitada. N�o h� hoje dados que justifiquem uma revacina��o", disse o diretor.

Ele ressalta, no entanto, que � prov�vel haver a necessidade de doses de refor�o anuais das vacinas contra a covid-19 para a atualiza��o do imunizante para as cepas predominantes no per�odo - mesmo processo que acontece atualmente com a vacina da gripe. Isso deveria ocorrer, por�m, s� no ano que vem.

Palacios reconhece tamb�m que, assim como acontece com outras vacinas, o envelhecimento reduz a resposta imune do indiv�duo, o que pode fazer com que mesmo pessoas vacinadas com duas doses sejam internadas e morram, como ocorreu com o sambista Nelson Sargento. Mas defende que, em termos coletivos, a vacina j� vem demonstrando um bom desempenho na redu��o expressiva de casos graves e mortes. "Em todas as vacinas, a gente vai ter algu�m que pode n�o responder, que pode ter uma infec��o maior. A forma de reduzir esse risco � quando voc� tem uma vacina��o t�o grande que ela come�a a trazer uma diminui��o de transmiss�o, protegendo indiretamente tamb�m os idosos. O valor da vacina � coletivo", diz.

Por isso, ele reitera que, neste momento de escassez de vacinas no Pa�s, seja priorizada a vacina��o de um maior n�mero de pessoas em vez de oferecer novas doses a um grupo j� vacinado. "A gente tem de focar esses esfor�os limitados em objetivos de sa�de p�blica", defende.

Efeitos

O diretor do Butantan diz que, embora n�o haja ainda dados definitivos sobre a taxa exata de efetividade da Coronavac na faixa et�ria superior aos 80 anos, pesquisas com dados de hospitaliza��es e mortes j� demonstram o benef�cio da vacina para esse grupo. Um dos estudos foi feito pela Universidade Federal de Pelotas e mostrou que a propor��o de mortos por covid-19 no Pa�s com 80 anos ou mais caiu de 25% entre as semanas epidemiol�gicas 1 a 6 (03/01 a 13/02) para 13,1% nas semanas 13 e 14 (28/03 a 10/04), quando boa parte do grupo j� havia recebido as duas doses.

Pesquisas de efetividade feitas no Chile e no Uruguai com a popula��o geral demonstraram que a vacina � capaz de reduzir interna��es e mortes em mais de 80%. No caso do Uruguai, essa prote��o foi superior aos 90%. Essas pesquisas, por�m, n�o foram detalhadas por faixa et�ria.

Palacios diz que, na pr�xima semana, ser�o apresentados dados do estudo feito em Serrana, cidade do interior de S�o Paulo onde todos os moradores maiores de 18 anos foram vacinados, que corroboram os dados. O diretor do Butantan cita, como exemplo de bom desempenho da vacina, dados da pr�pria pesquisa que apontou a queda da efetividade em idosos. No artigo, um gr�fico com a incid�ncia da doen�a por faixa et�ria entre janeiro e abril mostra um "achatamento" da curva referente aos idosos com 90 anos ou mais, enquanto outras idades t�m crescimento maior no per�odo de pico da pandemia no Pa�s, entre mar�o e abril.

"Se (os casos) est�o aumentando de forma expressiva em todas as faixas et�rias, menos na de 90 anos, que foi a primeira a ser vacinada, quer dizer que a vacina est� funcionando tamb�m para os mais velhos", destaca. Aos idosos e familiares preocupados com uma poss�vel queda na taxa de prote��o, o diretor ressalta a import�ncia da aplica��o da segunda dose, mesmo que com atraso. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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