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Estado de Minas GERAL

Ensino chin�s chega ao Brasil com mandarim, ingl�s e at� 10h de aulas


31/05/2021 13:01

Um dos maiores produtores mundiais de vacinas, principal parceiro comercial do Brasil e l�der em Ci�ncias e Educa��o, a China chegou � rede educacional brasileira. Foi aberta no Rio a primeira Escola Chinesa Internacional, criada com o financiamento de empres�rios chineses que vivem no Pa�s e com apoio do governo chin�s. O objetivo, segundo o site da escola rec�m-inaugurada, � proporcionar ensino de refer�ncia internacional. O modelo ser� o da educa��o b�sica chinesa, em ambiente tril�ngue: mandarim, portugu�s e ingl�s.

A escola j� investiu R$ 3 milh�es em tecnologia. Tem tablets e quadros-negros digitais e um rob� que conversa em mandarim com os alunos, corrigindo sua pron�ncia. O plano � abrir, ainda este ano, uma filial em S�o Paulo - onde a comunidade chinesa � muito maior.

Os chineses sentiam falta de uma escola que garantisse a educa��o integral de seus filhos no Pa�s, com ensino de mandarim e acesso a universidades chinesas. A China � o maior parceiro comercial do Brasil h� mais de dez anos. Cerca de 300 mil chineses vivem no Pa�s.

Dezenas de empresas chinesas t�m filiais no Brasil, sobretudo no Rio e em S�o Paulo. Al�m do mandarim, a escola mant�m o curr�culo chin�s, que � muito mais avan�ado em Matem�tica do que o brasileiro, por exemplo. Tamb�m preza os ensinamentos do fil�sofo Conf�cio (551 A.C./479 A.C.), entre outros aspectos da cultura e tradi��o chinesas. Os alunos aprendem �pera e at� culin�ria da China. A gin�stica laboral - uma tradi��o nas escolas e empresas chinesas - tamb�m est� presente.

"Muitos de n�s, chineses, viemos para o Brasil j� adultos; crescemos e estudamos na China", afirma o empres�rio Zheng Xiamao, um dos investidores da escola. "Mas nossos filhos nasceram aqui, e percebemos que eles perderam um pouco da identidade, das ra�zes chinesas. �s vezes n�o t�nhamos nem tempo de ensinar o mandarim."

Chineses que vivem no Brasil contam que precisaram mandar os filhos de volta � China, ainda pequenos, para garantir que aprendessem a l�ngua e tivessem garantido o acesso �s universidades chinesas. Com o curr�culo brasileiro, � praticamente imposs�vel ingressar no ensino superior no pa�s asi�tico.

"No Brasil e em outros lugares do mundo existem escolas alem�s, brit�nicas, americanas. Por que n�o chinesa?", questionou Xiamao. "Elaboramos ent�o esse projeto de termos uma escola 100% chinesa."

Cultura local

Mas a cultura brasileira tamb�m est� presente. Os alunos t�m aula de jongo, por exemplo, onde aprendem a dan�a brasileira de origem africana, t�pica de comunidades negras. Em uma aula acompanhada pelo Estad�o, crian�as chinesas tentavam aprender a dan�ar e a tocar os tambores t�picos do ritmo ao lado de brasileirinhos levemente mais cadenciados.

As aulas de Hist�ria e Geografia, claro, tamb�m seguem o curr�culo nacional - uma exig�ncia do Minist�rio da Educa��o.

A China, atualmente, lidera o ranking mundial de educa��o, o Pisa, nas tr�s categorias: Leitura, Ci�ncia e Matem�tica. Est� � frente de todos os pa�ses escandinavos, tradicionalmente muito bem colocados. O aluno formado nessa escola ter� acesso n�o s� a universidades da China como tamb�m a institui��es dos Estados Unidos e da Europa.

Dos cerca de 50 alunos j� matriculados, 60% s�o brasileiros, 30% s�o chineses e 10%, de outras nacionalidades - h� alunos americanos e italianos, por exemplo. "A maioria dos nossos alunos � brasileira", atesta a diretora da escola, Yuan Aiping, que vive h� 23 anos no Brasil. "E fico muito feliz de ver como os brasileiros abra�aram a ideia e reconheceram a nossa educa��o como de alto n�vel. A troca cultural certamente ser� imensa. Queremos um aluno globalizado."

Entre os brasileiros que j� matricularam seus filhos na escola est�o os deputados federais Clarissa Garotinho e Pedro Paulo Carvalho, que atualmente � secret�rio de Fazenda e Planejamento da prefeitura do Rio.

"A comunidade chinesa trazia as fam�lias, mas, depois de alguns poucos anos, tinham de mandar os filhos de volta se quisessem que eles cursassem uma universidade chinesa; s�o sistemas educacionais muito diferentes", conta o c�nsul da China no Rio de Janeiro, Li Yang. "Mas se estendermos a educa��o chinesa a outros pa�ses, essas crian�as podem ter a mesma educa��o que teriam na China e quando voltarem n�o ter�o problemas."

A primeira dificuldade, claro, � a l�ngua. Mas, mesmo sendo um sistema tril�ngue (e o mandarim � escrito em ideogramas), a experi�ncia da escola mostra que as crian�as absorvem conhecimento muito r�pido.

Entre os menores, na pr�-escola, n�o h� propriamente aula de idioma. Mas eles s�o assistidos por tr�s professoras nativas: uma chinesa, uma brasileira e uma americana. Cada uma delas s� se dirige �s crian�as em sua l�ngua natal. Funciona: as crian�as passam de uma l�ngua para outra com grande naturalidade. "Os pequenos se adaptaram muito r�pido, muito mais r�pido do que imagin�vamos", conta a coordenadora pedag�gica Josilene Germ�nia.

Outro obst�culo

A Matem�tica tamb�m � um grande obst�culo. Segundo Yang, a Matem�tica ensinada no 2.� ano de educa��o b�sica na China equivale ao que � ensinado no 5.� ou no 6.� ano em outros pa�ses. "Mas a nossa escola � aberta tamb�m para as crian�as locais, n�o apenas �s chinesas", lembra o c�nsul. "Assim, elas poder�o ter acesso a uma educa��o de alta qualidade, tril�ngue, al�m de conhecer a cultura chinesa."

Os alunos passam de oito a dez horas na escola, o que pode parecer um pouco excessivo para alguns brasileiros. A mensalidade tamb�m varia de R$ 4 mil a R$ 8 mil dependendo da idade da crian�a e do n�mero de horas que ela fica no col�gio.

'Cidad�o global'

Vicente, filho da deputada federal Clarissa Garotinho (PROS-RJ), completou 6 anos na semana passada. Na hora do bolo, ele n�o se contentou em cantar parab�ns apenas em portugu�s. "Ele fez quest�o de cantar tamb�m em mandarim", conta a m�e, orgulhosa.

O neto dos ex-governadores do Rio Anthony e Rosinha Garotinho � aluno da Escola Chinesa Internacional desde o in�cio do per�odo letivo deste ano. � um dos brasileiros mais avan�ados em mandarim. Ele j� se apresenta na l�ngua asi�tica, dizendo seu nome e idade com a entona��o correta, para deleite dos professores chineses.

"Quer�amos um col�gio internacional, para formar um cidad�o global", conta Clarissa. "A� vimos que a China � o primeiro lugar do mundo no ranking de educa��o e toda a parte de tecnologia e matem�tica tamb�m � muito forte. No caso do Brasil, as rela��es comerciais s�o cada vez mais pr�ximas; enfim, achamos que seria um ganho cultural muito grande."

As mesmas raz�es nortearam a decis�o do atual secret�rio de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo, na hora de matricular os dois filhos, Matteo, de 8 anos, e Lucca, de 6, na escola chinesa. "O col�gio tem tudo o que a gente estava buscando", diz o secret�rio. "Ningu�m tem d�vidas de que o ensino chin�s � o melhor do mundo. Tem a quest�o da tecnologia, do contato com outras culturas, do ensino do ingl�s e do mandarim, que � a segunda l�ngua mais falada do mundo e rapidamente ser� a primeira."

Sem falar na matem�tica. Matteo j� � considerado uma promessa na mat�ria e � ensinado pessoalmente por um professor chin�s. "Sempre percebi essa aptid�o dos meninos pelo c�lculo", conta Paulo. "Por fim, a escola tem conv�nio com nove universidades chinesas, fora as americanas, forma��o que dar� a eles grande vantagem." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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