A vacina��o em massa da popula��o de Serrana com a Coronavac demonstrou que o imunizante � efetivo tamb�m para evitar hospitaliza��es e mortes entre idosos maiores de 70 anos. Dados preliminares foram apresentados nesta segunda-feira, 31, em coletiva de imprensa do Instituto Butantan.
O munic�pio do interior paulista foi escolhido por pesquisadores para um estudo sobre os efeitos da vacina��o em massa na popula��o adulta. Ao todo, 27.160 mil habitantes acima de 18 anos receberam as duas doses da Coronavac em uma campanha finalizada em meados de abril.
De acordo com dados apresentados pelo diretor m�dico de pesquisa cl�nica do Butantan, Ricardo Palacios, o n�mero de hospitaliza��es e mortes na faixa et�ria superior aos 70 anos foi reduzido a zero ap�s a semana epidemiol�gica 14, quando 95% dos adultos de Serrana j� estavam vacinados. Foram registrados apenas uma morte e uma interna��o nessa faixa et�ria, mas entre indiv�duos n�o imunizados. Antes da conclus�o da vacina��o, o n�mero de registros do tipo chegou a cinco por semana.
O Butantan n�o apresentou todos os dados brutos da pesquisa, justificando que eles ser�o publicados em artigo cient�fico futuramente. Segundo Palacios, os dados demonstram o efeito tamb�m indireto da campanha de vacina��o em massa na prote��o at� dos n�o vacinados.
"Isso reflete a somat�ria do efeito direto e indireto da vacina, ou seja, entre as pessoas que recebem a vacina e a redu��o da transmiss�o do v�rus. O efeito da vacina � t�o forte que ele consegue proteger aqueles que n�o foram vacinados em idades mais avan�adas", declarou Palacios.
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, o resultado da pesquisa indica que n�o h� necessidade de revacinar ou dar dose de refor�o a idosos que receberam a Coronavac. "Os dados que temos n�o indicam isso. Esses resultados (de estudos que indicam menor efetividade da vacina em idosos com mais de 80 anos) s�o preliminares, de bancos de dados. Aqui n�o, aqui a realidade foi estudada, as pessoas foram acompanhadas, ent�o fiquem tranquilos", disse Covas.
Na coletiva, o Butantan reafirmou os dados divulgados no domingo de que a oferta de Coronavac � toda popula��o adulta diminuiu em 95% o n�mero de �bitos por covid-19 na cidade do interior paulista, contando popula��o vacinada e n�o vacinada. Os dados preliminares foram divulgados pelo Fant�stico, da TV Globo, e confirmados pelo Estad�o.
O n�mero de casos sintom�ticos caiu 80% e as interna��es foram reduzidas em cerca de 86%. Para comprovar que o desempenho de Serrana n�o foi decorrente apenas de uma melhora no cen�rio epidemiol�gico, o Butantan comparou os dados do munic�pio com o de 15 cidades vizinhas. Esses locais registraram alta no n�mero de infectados e alguns, como Brodowski, est� a beira do colapso no sistema de sa�de.
Ainda segundo a pesquisa do Butantan, o controle da transmiss�o no munic�pio se deu quando 75% da popula��o eleg�vel estava vacinada, o que indica que esse � o porcentual de imunizados que precisar�amos ter no Pa�s para atingir a imunidade de rebanho pela vacina e frear o v�rus.
No momento, com a campanha nacional de imuniza��o em ritmo lento, o Brasil tem 21% de vacinados com a primeira dose, dos quais apenas 10% receberam tamb�m a segunda aplica��o.
"Os resultados demonstram de maneira categ�rica o que poderia estar acontecendo no Brasil inteiro n�o fosse o atraso na vacina��o. Demonstra que s� existe um caminho para controlar a pandemia no Brasil: vacina, vacina e vacina para todos os brasileiros", disse o governador Jo�o Doria durante a coletiva.
Pesquisa teve alta ades�o da popula��o e demonstrou seguran�a do imunizante
Antes da realiza��o da pesquisa em Serrana, o munic�pio precisou realizar um censo para ter o n�mero exato de moradores por faixa et�ria. O inqu�rito mostrou popula��o de 45.644 pessoas, das quais 28.830 t�m 18 anos ou mais, considerado p�blico-alvo da pesquisa. Destes, 27.160 receberam as duas doses da Coronavac, o equivalente a uma ades�o de 95,7%.
Os dados do estudo em Serrana tamb�m reafirmaram a seguran�a da Coronavac. De acordo com dados apresentados por Marcos Borges, diretor do Hospital Estadual de Serrana, foram administradas 54.882 doses na popula��o, foram registrados 67 eventos adversos graves, nenhum deles relacionado � vacina��o.
O �ndice geral de eventos adversos foi de 4,4% da primeira dose, a maioria deles leves. Somente 0,02% dos vacinados tiveram registros de efeitos grau 3 ou superior, mas a maioria teve dor de cabe�a ou muscular.
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