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Estado de Minas GERAL

Cientistas j� testam rem�dio anticovid; Brasil vai iniciar an�lise de dois soros


04/06/2021 13:03

Com a vacina��o ainda longe de imunizar a maioria da popula��o mundial contra a covid, laborat�rios farmac�uticos j� testam em seres humanos medicamentos contra a doen�a. As gigantes Pfizer, MSD e Roche s�o as mais adiantadas, desenvolvendo antivirais de uso oral. A Boehringer investe em tratamento com anticorpos monoclonais. No Brasil, dois soros, um do Instituto Butantan e outro do Instituto Vital Brazil, devem come�ar a ser testados em pacientes nos pr�ximos meses. A expectativa � de algum projeto conseguir sucesso at� o in�cio de 2022.

Os principais objetivos das novas terapias s�o reduzir as interna��es e as mortes causadas pela doen�a. Diferentemente de antibi�ticos, que em geral podem ser usados contra v�rios tipos de infec��es bacterianas, os medicamentos contra um tipo de v�rus dificilmente funcionam no combate a outros. Os v�rus s�o muito mais diversos, e t�m menos prote�nas pr�prias em comum que possam ser usadas como alvo gen�rico.

Para um rem�dio funcionar, ele precisa atingir um "alvo" - geralmente, uma prote�na. Isso � particularmente dif�cil com os v�rus, que se replicam dentro das c�lulas humanas. Assim, fazem os mecanismos celulares trabalharem a favor deles. Para ser eficaz, o medicamento precisa entrar nas c�lulas infectadas e atacar o v�rus. Mas deve faz�-lo sem destruir seu hospedeiro.

Alvejar o v�rus antes que entre na c�lula � outra estrat�gia poss�vel. Mas n�o � simples: o inv�lucro do v�rus � extremamente robusto e protege o seu material gen�tico. Destruir esse inv�lucro e expor esse material pode ser t�xico ao organismo humano.

Outro problema � que, enquanto as drogas demoram muito tempo para serem desenvolvidas, os v�rus sofrem muta��es muito rapidamente. Podem, portanto, desenvolver resist�ncia aos medicamentos. Ainda assim, existem v�rios antivirais eficazes - como os contra HIV, influenza e hepatite C.

Comprimidos

Um dos projetos mais avan�ados � o da MSD em associa��o com a empresa de biotecnologia Ridgeback Biotherapeutics. O composto se chama molnupiravir. Foi inicialmente desenvolvido contra a Sars e a Mers. Em estudo de fase 2, o medicamento foi bem tolerado em humanos - tomado na forma de comprimido, duas vezes ao dia durante cinco dias.

A ideia � que o medicamento atue no in�cio da infec��o, quando os primeiros sintomas surgem. O objetivo � impedir a replica��o do v�rus, para evitar o agravamento e a necessidade de interna��o. A terceira fase dos testes j� est� come�ando. Envolver� mais de mil pessoas em 18 pa�ses, entre eles o Brasil.

A MSD espera ter os primeiros resultados entre setembro e outubro. "Os dados de estudos fornecem evid�ncias convincentes para a atividade antiviral do molnupiravir", afirmou a diretora m�dica da MSD no Brasil, M�rcia Abadi.

Outro projeto � da farmac�utica Roche em parceria com a Atea Pharmaceuticals. O medicamento tamb�m oral est� sendo testado em 1,4 mil pessoas na Europa e no Jap�o. Os resultados tamb�m devem estar dispon�veis at� o fim deste ano, para aprova��o dos �rg�os reguladores. Como o da MSD, esse rem�dio deve ser tomado no in�cio da infec��o por cinco dias.

J� o medicamento oral em desenvolvimento pela Pfizer foi chamado de PF-07321322. � um inibidor de protease (esp�cie de enzima), como os usados contra o HIV. Foi desenvolvido especificamente contra o Sars-CoV2. Tamb�m j� est� sob testes em seres humanos.

Os primeiros resultados s�o esperados at� o fim deste m�s. O objetivo desse medicamento tamb�m � impedir que a doen�a se agrave. Deve ser administrado no in�cio da infec��o.

Outra vantagem desses antivirais � que eles poderiam ser usados tamb�m na preven��o da doen�a. Por exemplo, por pessoas que tenham tido contato com nenhum infectado.

Atualmente, o remdesivir, da Gilead, � o �nico medicamento aprovado para uso no tratamento da covid. � ministrado por via venosa e somente em pacientes internados em hospitais. S�o doentes que est�o em estado mais grave, e com resultados n�o muito animadores.

Especialistas acreditam que a administra��o precoce dos novos medicamentos pode ser essencial para impedir o avan�o da covid.

Anticorpos e soro

A Boehringer Ingelheim tenta outra abordagem. Trata-se da produ��o de anticorpos monoclonais (fabricados em laborat�rio, a partir de c�lulas vivas).

"Quando pensamos em tratar uma infec��o viral existem duas estrat�gias: agir diretamente no v�rus, nas prote�nas que auxiliam na replica��o viral, ou impedir o v�rus de entrar na c�lula", explicou a diretora m�dica da Boheringer, Thais Gomes de Melo.

Os cientistas identificaram no plasma de pacientes com covid anticorpos espec�ficos que atuam na prote�na S do v�rus, que permite a sua entrada na c�lula. Esses anticorpos foram replicados sinteticamente em laborat�rio para o desenvolvimento do tratamento.

No caso do produto da Boheringer, a administra��o ser� por inala��o. O processo garantiria concentra��es mais altas no pulm�o do paciente. Os testes de fase 3 em seres humanos come�am em setembro em 40 pa�ses, incluindo o Brasil.

No Pa�s, o Instituto Butantan, em S�o Paulo, e o Instituto Vital Brazil, no Rio, desenvolveram soros que podem ser aplicados t�o logo o paciente apresente os primeiros sintomas. S�o feitos a partir do isolamento de anticorpos desenvolvidos por pacientes contra o Sars-CoV-2 e de sua replica��o em modelos animais - cavalos, por exemplo.

Os dois institutos se preparam para o in�cio dos testes em seres humanos. "O que a virologia nos ensinou nos �ltimos 40 anos � que, com esses v�rus de alta mortalidade, os coquet�is costumam ser mais eficientes do que apenas uma droga; � o que acontece com o HIV e com o v�rus da hepatite C", explica o virologista Thiago Moreno, da Fiocruz, cujo laborat�rio estuda o reposicionamento de alguns antivirais usados nesses coquet�is para o tratamento da covid-19. "Acho muito dif�cil que um �nico medicamento seja capaz de curar a covid. Mas acho que uma ambi��o que d� para almejar � uma redu��o das interna��es e da mortalidade. Acho que esse � o grande desafio a curto prazo." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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