(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas VACINA��O

Viagem futura e desconfian�a fazem popula��o perseguir vacina da Pfizer

Algumas pessoas querem estar prontas para viajar quando a pandemia passar e temem a cria��o de um "passaporte da vacina"


09/06/2021 13:00 - atualizado 09/06/2021 13:47

(foto: Justin Tallis/AFP )
(foto: Justin Tallis/AFP )

"� Pfizer? Melhor", diz o rapaz na fila da Unidade B�sica de Sa�de (UBS) Bom Retiro, na regi�o central de S�o Paulo. "�, veja bem... acho que d� para confiar mais nos americanos do que nos outros", completa. Se n�o � a regra, Caio Silveira, de 34 anos, tampouco chega a ser a exce��o na corrida pela vacina contra a COVID-19.

A desconfian�a que leva � prefer�ncia pelo imunizante da farmac�utica norte-americana em rela��o � Coronavac e � Oxford/AstraZeneca vem, muitas vezes, do acesso a informa��es desencontradas sobre rea��es indesejadas e n�veis de prote��o contra esta ou aquela variante do v�rus. Em outras, o motivo � mais pr�tico: algumas pessoas querem estar prontas para viajar quando a pandemia passar e temem a cria��o de um "passaporte da vacina".

Por ora, a imuniza��o com a Coronavac n�o garante o acesso � Uni�o Europeia, por exemplo. Mas em alguns casos � s� a vacina��o em massa que deve liberar fronteiras. Desde 26 de janeiro, passageiros que nos �ltimos 14 dias estiveram em Reino Unido, Irlanda e 26 pa�ses europeus, al�m de �frica do Sul e Brasil (por causa das variantes), est�o proibidos de entrar nos EUA.

No in�cio deste m�s, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) aprovou o uso emergencial da Coronavac, a vacina contra a COVID-19 mais comum no Brasil. A autoriza��o foi um passo importante para que a Uni�o Europeia, que atualmente discute a flexibiliza��o das suas fronteiras, comece a aceitar a entrada de pessoas j� imunizadas com ela. Ainda assim, para quem tomou a vacina produzida no Instituto Butantan acessar o territ�rio europeu n�o � tarefa nada f�cil. A viagem � condicionada � apresenta��o de um teste PCR feito at� 72 horas antes do embarque e a uma quarentena de 14 dias no pa�s de desembarque, com isolamento e rastreio de contatos.

Essa � uma das preocupa��es da comerciante Kika Kim, de 49 anos, um lugar � frente de Caio na fila. "Por enquanto n�o tenho nada planejado, mas � melhor tomar logo a que posso viajar se eu precisar", afirma.

Para Caio, viagens internacionais ainda s�o uma realidade distante. A preocupa��o do administrador � mesmo n�o ter rea��es adversas e poder contar com o que ele acredita ser a maior prote��o da vacina da Pfizer. Ele sofre de asma e saiu do Tatuap�, na zona leste, ap�s ouvir falar que ali conseguiria receber a primeira dose desse imunizante. Atestado m�dico � m�o, ele busca o que seu irm�o, que tamb�m sofre com a asma, j� fez. Isso � parte, o medo de se infectar com uma cepa para a qual a vacina da AstraZeneca seja menos eficiente que as demais tamb�m pesa.

A cerca de 2 km dali, na UBS Santa Cec�lia, tamb�m na regi�o central de S�o Paulo, a policial civil aposentada Rosimeire Ferreira, de 49 anos, foi atr�s da "xepa", a sobra da vacina. Prefer�ncia? "A da Pfizer", diz. "A gente ouve que � melhor do que a Coronavac, ent�o � essa. A da AstraZeneca parece que d� muita rea��o."

Cinco lugares atr�s dela na fila, o estudante Maur�cio Kalife, 19, est� ainda mais decidido. Para sua sorte, nesta ter�a-feira, 8, a vacina da farmac�utica americana era a que estava sendo oferecida. N�o fosse o caso e ele procuraria outro posto de sa�de. "Confio mais nos europeus e americanos", afirma.

Cr�tica

N�o deveria ser o caso, explica a infectologista do Hospital S�rio-Liban�s Mirian Dalben. Todas as vacinas dispon�veis hoje no Pa�s s�o eficazes e seguras. "� muito complicado comparar a efic�cia global das vacinas", diz. "O estudo da Pfizer foi feito antes da maioria das variantes surgir, no meio do ano passado, e a da Coronavac, depois." Lan�adas ap�s a fase tr�s das pesquisas, todas elas ainda passam por acompanhamento para se medir a efic�cia em popula��es maiores ao longo do tempo, a chamada fase 4. "Pode ser que depois de um tempo, no futuro, possa se dizer que uma � melhor que a outra para determinada popula��o", afirma a infectologista. "Agora, o importante � tomar qualquer uma das tr�s e n�o adiar. N�o d� para ser sommelier de vacina."

Procurada, a Prefeitura de S�o Paulo afirma que todas as vacinas dispon�veis no Brasil foram aprovadas pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) e t�m efic�cia comprovada. "A pasta orienta que n�o seja feita escolha de um imunizante e nem que a vacina��o seja atrasada por isso." Em nota, a administra��o municipal afirma que "o Munic�pio disp�e de doses suficientes de vacinas contra COVID-19 para vacinar o p�blico eleg�vel e, neste momento, est�o dispon�veis os imunizantes da Pfizer para a primeira dose, Oxford/AstraZeneca para a primeira e segunda dose, e Coronavac, exclusivamente para a primeira dose de gr�vidas e pu�rperas e para a segunda dose dos grupos eleg�veis". 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)