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Estado de Minas GERAL

500 mil mortes. E � preciso fazer mais para vencer a covid


19/06/2021 16:25

Com vacina��o lenta, baixa ades�o �s medidas de isolamento social e sem pol�ticas nacionais de testagem em massa, o Brasil atingiu neste s�bado, 19, a marca de 500 mil mortes pela covid-19 (500.022, conforme dados do cons�rcio de ve�culos de imprensa, que inclui o Estad�o). O Pa�s viu a pandemia crescer exponencialmente e, apenas neste ano, registrou o maior n�mero de mortes pela doen�a entre todas as na��es do mundo.

Apesar de alguns governadores projetarem vacinar toda a popula��o com pelo menos uma dose at� o fim de agosto, a incerteza na entrega de vacinas e o surgimento de novas variantes ainda tornam o futuro da epidemia incerto no Pa�s. Epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal afirma que pelo menos 400 mil mortes poderiam ter sido evitadas se o governo federal tivesse adotado medidas para controlar a pandemia.

Para Hallal, a gest�o Jair Bolsonaro errou ao atrasar a compra de vacinas, desestimular o uso de m�scaras e imuniza��o, n�o implementar uma pol�tica rigorosa de isolamento social, al�m de distribuir rem�dios ineficazes para a covid-19, como a cloroquina, que causaram uma falsa sensa��o de seguran�a.

O distanciamento entre as pessoas � um dos pilares do controle do coronav�rus, mas o Brasil nunca conseguiu, de fato, implementar essa medida. Dados do Google sobre mobilidade mostram que a porcentagem de pessoas que deixaram de se deslocar para o trabalho variou entre 42% e 25%. Bolsonaro, por�m, vem criticando o isolamento social repetidamente desde o in�cio da pandemia. Um levantamento feito pelo Estad�o mostrou que, entre mar�o de 2020 e mar�o deste ano, Bolsonaro promoveu pelo menos 41 eventos com aglomera��es. Em maio, quando o Pa�s j� acumulava mais de 430 mil v�timas da covid, o presidente chamou de "idiotas" as pessoas que ainda seguiam as recomenda��es dos especialistas e mantinham o isolamento. "O Brasil precisa de tr�s semanas de um lockdown rigoroso. Isso � muito necess�rio, mas sabemos que tamb�m � muito dif�cil", diz Pedro Hallal, admitindo dificuldades de ades�o e econ�micas.

Para Marcel Ribeiro-Dantas, pesquisador em bioinform�tica no Instituto Currie (Fran�a) e integrante da isola.ai, iniciativa que conduz estudos relacionados ao distanciamento social na Am�rica Latina, as medidas fracassaram por falta de fiscaliza��o e de alinhamento no discurso. "N�o adianta o prefeito falar uma coisa e a oposi��o dizer outra. Falta uma voz un�ssona."

O m�dico Jos� Cherem, integrante do N�cleo de Pesquisa Biom�dica da Universidade Federal de Lavras (UFLA), diz que a falta de apoio governamental � um dos principais entraves ao isolamento. "Falta um subs�dio financeiro. As pessoas tamb�m est�o enfrentando dificuldades econ�micas, inseguran�a alimentar e desemprego", aponta.

Os especialistas ressaltam ainda que o Brasil deveria ter apostado em uma pol�tica de testagem em massa. Em geral, o Sistema �nico de Sa�de (SUS) s� oferece teste de coronav�rus a quem manifesta sintomas claros da doen�a - e o resultado demora. "O Brasil precisa ainda come�ar a fazer o sequenciamento para enfrentar a pandemia com informa��es mais criteriosas", defende Jos� Cherem. O m�dico fala que, quando o pa�s sabe com quais cepas est� lidando, consegue calcular o impacto que o v�rus ter� sobre o sistema de sa�de e tem tempo de prepar�-lo.

Imuniza��o

Os especialistas s�o reticentes em cravar o futuro da pandemia, mas concordam que dificilmente o Pa�s adotar� uma pol�tica de isolamento social ou de testagem eficientes a ponto de controlar a dissemina��o do novo coronav�rus. Sobra, portanto, a vacina��o. O Pa�s comprou, ao todo, 559,6 milh�es de doses das cinco vacinas aprovadas pela Anvisa, conforme a plataforma apolinar.io/vacinas. A previs�o � de que tudo seja entregue at� dezembro.

No s�bado, o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, se manifestou nas redes sociais, lamentando as "500 mil vidas perdidas pela pandemia que afeta o Brasil e o mundo". "Trabalho incansavelmente para vacinar todos os brasileiros no menor tempo poss�vel e mudar esse cen�rio que nos assola h� mais de um ano. Presto minha solidariedade a cada pai, m�e, amigos e parentes que perderam seus entes queridos." O presidente Bolsonaro n�o havia se manifestado at� �s 16h.


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