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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Pandemia � 'bomba-rel�gio' para o Brasil, afirma pesquisador

Para ele, conceito de "sindemia" - uma emerg�ncia sanit�ria potencializada mutuamente junto aos danos socioecon�micos que causa - est� mais atual do que nunca


19/06/2021 20:35 - atualizado 19/06/2021 20:51

(foto: Micahel Dantas/AFP)
(foto: Micahel Dantas/AFP)

A pandemia do novo coronav�rus, que j� deixou mais de meio milh�o de mortos no pa�s, � uma "bomba-rel�gio", que ter� graves consequ�ncias sociais e de sa�de, afirmou � AFP o pesquisador em Sa�de P�blica Alexandre da Silva.

Para esse doutor pela Universidade de S�o Paulo (USP), o conceito de "sindemia" - uma emerg�ncia sanit�ria potencializada mutuamente junto aos danos socioecon�micos que causa - est� mais atual do que nunca no Brasil, onde a doen�a aprofunda as desigualdades sociais.

At� que ponto a pandemia acentua as abismais desigualdades no pa�s?

A pandemia deixou as desigualdades escancaradas, de uma forma que a gente h� muito tempo n�o imaginava (...) Nesse momento em que ela chega ao Brasil, j� tem outras situa��es muito ruins instaladas. � a� que usamos o termo sindemia. J� existia por exemplo uma crise sanit�ria, porque desde o governo anterior j� havia um congelamento dos investimentos na �rea da sa�de p�blica.

O outro problema foi econ�mico. A desigualdade socioecon�mica j� vinha aumentando, com poucos investimentos do governo federal para reduzi-las. H� um aumento no n�mero de pessoas desempregadas, do trabalho informal, sem nenhum seguro trabalhista... Observamos um aumento tamb�m do n�mero de desalentados, que j� nem saem mais para buscar emprego porque sabem que n�o v�o encontrar. Esse �ltimo � maior nos munic�pios em que h� mais pessoas negras.

Infelizmente, o Brasil � uma bomba-rel�gio. Se as vacinas n�o chegarem, se insistir nessa n�o articula��o dos atores sociais para pol�tica de sa�de e assist�ncia social, corremos risco de ter muitas mortes desnecess�rias.

Acredita que teria sido poss�vel evitar que o Brasil chegasse a meio milh�o de mortes pela COVID-19?

Sim, por v�rios fatores. Temos uma hist�ria muito bem-sucedida de vacina��o. A gente poderia ter feito uma a��o mais focada na preven��o, monitoramento dos casos de maior vulnerabilidade. A aten��o prim�ria de sa�de tem como prop�sito fazer um gerenciamento dessas doen�as e agravos cr�nicos.

Poderia haver mais comunica��o �s pessoas atrav�s da televis�o, das redes sociais, ter um plano de assist�ncia social para cobrir as pessoas mais vulner�veis.

Numa sociedade como a nossa que est� muito carente de solu��es, se voc� n�o tem em nenhum momento uma figura que consegue acalmar, mostrando que existe uma dire��o, um plano, fica essa polariza��o que se acentua com o aumento das fake news. � uma amea�a para o pr�prio pa�s.

Quais consequ�ncias podemos temer a longo prazo depois da pandemia?

Esse v�rus vem gerando uma s�rie de adoecimentos que n�o s�o apenas de causa neurol�gica. H� problemas respirat�rios, m�sculo esquel�ticos, muitos transtornos mentais. Temos uma frente enorme para manter as pessoas saud�veis e, principalmente, vivas.

No pa�s, j� come�a a ter um movimento de retrocesso. Muitos direitos conquistados j� come�am a ser desrespeitados, a come�ar pelo direito � vida.


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