Estudantes e pesquisadores brasileiros est�o sendo impedidos de entrar na Espanha e na Fran�a, por causa de fronteiras fechadas e impossibilidade de emiss�o de vistos. A norma n�o tem previs�o de atualiza��o ou libera��o, e muitos intercambistas se veem prestes a perder as bolsas de estudo ou o in�cio das aulas.
Para chamar a aten��o das autoridades, dois movimentos foram criados, o "�tudier Est Imp�rieux" e o "Estudiar es Esencial". Ambos buscam aux�lio nacional e internacional para que o estudo seja visto como motivo imperioso - situa��es que o governo considera necess�ria a entrada de estrangeiros no pa�s durante a pandemia -, mesmo para os pa�ses classificados em zona vermelha, como o Brasil.
B�rbara Lu�za, de 22 anos, � representante do Estudiar es Esencial e recebeu uma bolsa de estudo para gradua��o em Criminologia. A estudante precisa estar na Espanha at� setembro. Mesmo tendo um certo tempo para cumprir o prazo, ela est� preocupada de n�o conseguir a emiss�o do visto, principalmente porque n�o h� uma estimativa de quando o Brasil ser� liberado. A proibi��o valia at� o dia 22 de junho e, mesmo sem ter chegado a data, foi modificada para o dia 6 de julho. B�rbara est� em contato com a faculdade. "Eles falaram para eu n�o me preocupar e tamb�m est�o em contato com a embaixada para ver como vai ficar", diz.
Mas, nem todos t�m a mesma sorte. Segundo ela, algumas pessoas do movimento est�o correndo risco de perder a bolsa porque precisam estar l� em julho. "Nenhum estudante consegue ir nem vacinado. As �nicas pessoas que est�o sendo liberadas para entrar no pa�s s�o aqueles que t�m nacionalidade espanhola. Nem quem tem c�njuge ou parente na Espanha est� podendo entrar."
O movimento criado no dia 10 j� conta com quase 200 estudantes que passam pelo mesmo problema. A criadora do Estudiar es Esencial j� enviou mais de 90 e-mails para senadores, pedindo suporte. Ela tamb�m j� tentou contato com o Itamaraty, que ajudou os estudantes que iam para os Estados Unidos no in�cio do ano, mas, at� agora, n�o teve nenhum retorno. "A �nica resposta que recebemos � que temos de esperar porque � uma decis�o de outro pa�s. Mas, quando mandamos e-mail ou entramos em contato pelas redes sociais para saber se houve atualiza��o, eles n�o nos respondem."
O �nico apoio que obteve at� o momento foi o de Luan Dias, um dos representantes do "�tudier Est Imp�rieux", movimento que conta com quase 500 pessoas. Desde o dia 13 de junho, quando criaram as redes sociais do movimento e come�aram a compartilhar os conte�dos, elas buscam um posicionamento da embaixada e do Itamaraty, sem sucesso. No domingo, a senadora francesa Jo�lle Garriaud-Maylam viu a manifesta��o nas redes e passou a apoiar a a��o. Em seu Twitter, ela declarou que "n�o h� raz�o para impedir que os alunos continuem sua carreira universit�ria, especialmente se forem vacinados e fizerem exames".
Os representantes do movimento e a senadora t�m mantido contato. "Mandamos um documento explicando tudo o que tem acontecido no Brasil", declarou Luan, de 26 anos, que precisa estar em Paris em setembro para iniciar os estudos na �cole Internationale de Cr�ation Audiovisuelle et de R�alisation (EICAR).
Quarentena
B�rbara e Luan ressaltam que entendem o posicionamento dos dois pa�ses e declaram que os participantes dos movimentos est�o dispostos at� a cumprir uma quarentena quando chegarem ao local de destino e a seguir as orienta��es sanit�rias. "O que queremos � que foquem na inclus�o dos estudantes", declara B�rbara. "O processo para entrar nas universidades francesas � muito trabalhoso e complicado. Sem garantia de prorroga��o ou manuten��o para o pr�ximo ano � muito preocupante. N�o podemos perder essa oportunidade", diz ele.
Na Espanha "algumas faculdades t�m entrado em contato para prorrogar as bolsas, mas tem gente que n�o consegue", explica B�rbara. J� para quem vai para Fran�a, a situa��o � diferente, segundo Luan, pois "a maioria das universidades n�o fala nada sobre prorroga��o de prazo". "Por isso, muita gente corre o risco de perder a bolsa."
No in�cio da semana passada, os dois grupos foram surpreendidos com a not�cia de que a �ndia, que tamb�m � classificada como zona vermelha, teve libera��o de visto para estudantes na Espanha e na Fran�a. "Esse acontecimento foi muito curioso, porque o que os pa�ses alegam � que pa�ses com variantes preocupantes circulando no territ�rio n�o podem ser liberados. Mas, a �ndia tem variantes circulando e mesmo assim conseguiu a permiss�o", diz Luan. O Estad�o procurou a embaixada dos dois pa�ses e o Itamaraty, mas n�o obteve resposta.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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