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Estado de Minas CASO L�ZARO

'Para mim, a vida acabou', diz m�e de L�zaro Barbosa depois de ser amea�ada

Eva Maria Sousa quer ajudar nas negocia��es para o filho se entregar, mas n�o foi contatada por autoridades


24/06/2021 07:42

Família enfrenta intimidação desde o início da caçada, há 15 dias (foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)
Fam�lia enfrenta intimida��o desde o in�cio da ca�ada, h� 15 dias (foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)
A fam�lia de L�zaro Barbosa de Sousa — suspeito de assassinar quatro pessoas em Ceil�ndia Norte, entre 9 e 12 de junho — continua na expectativa de que ele se entregue. Os parentes do foragido gostariam de auxiliar em poss�veis negocia��es entre ele e a pol�cia. No entanto, as autoridades n�o convidaram qualquer conhecido do acusado para atuar nessa tarefa, por enquanto. Ao Correio, a m�e do fugitivo, Eva Maria Sousa, 51 anos, disse que n�o tem condi��es de contratar um advogado para o filho, mas conta com a ajuda de um profissional de Bras�lia que se disp�s a colaborar com a negocia��o. Mais uma vez, ela pediu que L�zaro se renda.

Eva Maria acredita que a pris�o do filho seria a melhor solu��o neste momento. Desde o assassinato dos integrantes da fam�lia Marques Vidal, ela s� conversou com L�zaro em uma ocasi�o. “Ele entrou em contato uma vez, por telefone. Eu estava muito nervosa e perguntei para ele ‘Cad� a mulher (Cleonice — que estava desaparecida, � �poca)?’. Ele disse ‘N�o sei. N�o est� comigo’. Depois, n�o falou mais nada e desligou, quando falei para ele que meu telefone estava rastreado”, detalhou.

L�zaro ligou para a m�e de um n�mero desconhecido, segundo ela. Depois que Eva Maria tentou retornar as liga��es, o filho n�o a atendeu mais. Esse foi o �ltimo contato entre ele e os parentes desde o in�cio das buscas, em 9 de junho. Devido � persegui��o de pessoas que querem fazer justi�a com as pr�prias m�os, segundo a entrevistada, a fam�lia do fugitivo t�m trocado de telefone e endere�o com frequ�ncia. “Est� muito dif�cil. N�o tenho cabe�a para nada. N�o consigo viver mais. Para mim, a vida acabou”, desabafou a m�e.

Ela e o marido, com quem est� casada h� 13 anos, moravam em �guas Lindas (GO) e trabalhavam como caseiros em uma ch�cara. Eles se mudaram para o interior da Bahia depois da chacina contra a fam�lia Marques Vidal. “Tivemos de sair do nosso emprego e da cidade. Estamos recebendo muitas amea�as. N�o estamos nada bem”, afirmou Eva Maria. “As for�as de seguran�a n�o entraram em contato conosco para ajudarmos a convenc�-lo (a se entregar)”, completou.

Atualmente, a fam�lia sobrevive � base de doa��es. Muitos conhecidos se afastaram depois que descobriram a liga��o entre Eva Maria e L�zaro. “Estamos em um lugar onde n�o h� emprego. Mas, por medo, n�o estou procurando agora. Recebemos ajuda de algumas pessoas, s� que � dif�cil, porque, aqui (onde a fam�lia est�), todo mundo � muito pobre”, contou.

L�zaro � casado, pai de duas crian�as, de 2 e 4 anos, e n�o tinha endere�o fixo. Ele passava temporadas na casa da companheira — com quem teve um dos filhos — e, de vez em quando, morava por um tempo com uma tia, a quem considerava uma segunda m�e. De tempos em tempos, ele desaparecia. Eva Maria relata que o marido e o filho se davam bem; por isso, o companheiro dela est� abalado com a situa��o. “Ele gosta muito do L�zaro, pareciam irm�os. E quer que ele se entregue, pois ser� melhor para todo mundo”, ressaltou Eva Maria.

Legisla��o

Especialista em direito penal, a advogada J�ssica Marques afirma que, em casos de risco, a integridade da fam�lia deve ser resguardada. “Qualquer situa��o que ponha em risco essa institui��o dever� ser afastada. Tanto o Estado quanto a sociedade t�m o dever de prevenir a ocorr�ncia de amea�a ou viola��o dos direitos da crian�a, do adolescente e da fam�lia”, comentou. Devido ao respaldo legal, os filhos de L�zaro podem solicitar assist�ncia social e psicol�gica ao poder p�blico, por meio da inser��o em programas de acolhimento familiar e institucional, segundo a advogada.

J�ssica explica que, legalmente, n�o h� proibi��o para que a fam�lia participe de negocia��es entre a pol�cia e o foragido criminoso. No entanto, esse procedimento deve ocorrer por livre e espont�nea vontade, para n�o ofender a integridade psicol�gica dos envolvidos. “Os parentes n�o podem ser responsabilizados ou sofrer qualquer tipo de ataque por parte da popula��o, pois eles respondem s� em raz�o dos pr�prios atos”, frisa a advogada.

Ela lembra que quem agredir ou intimidar a fam�lia do suspeito pode ser responsabilizada judicialmente por esses crimes: “A pessoa responder� por todas as consequ�ncias dos atos dela, tanto na esfera c�vel quanto na penal, caso o ato esteja tipificado como crime”. O artigo 147 do C�digo Penal prev� que amea�ar algu�m por meio de palavras, gestos ou outros meios, pode implicar pena de multa e at� pris�o.


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