A pandemia de COVID-19 levou ao aumento de ocorr�ncias, que nem sempre s�o denunciadas pelos idosos, por medo ou vergonha da situa��o.
Segundo a Ag�ncia Brasil, o isolamento social aumentou a quantidade de den�ncias recebidas. Foram 48,5 mil registros em 2019 contra 77,18 mil em 2020. Em 2021, os casos bateram a marca de 33,6 mil em seis meses.
O Estatuto do Idoso descreve a viol�ncia contra essa faixa et�ria como qualquer a��o ou omiss�o, praticada em local p�blico ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento f�sico ou psicol�gico.
A maioria das agress�es partem da pr�pria casa dos idosos. Segundo a soci�loga Maria Cec�lia Minayo, pesquisadora em�rita da Funda��o Oswaldo Cruz, em todo o mundo, mais de 60% dos casos t�m os parentes pr�ximos como autores.
"Normalmente, os agressores vivem dentro de casa com a v�tima. Dois ter�os desses agressores s�o filhos, que agridem mais do que as filhas, seguidos por noras ou genros, e c�njuges, nessa ordem. Os idosos quase n�o denunciam, por medo e para proteger os familiares", disse a soci�loga.
Entre as motiva��es para a viol�ncia est� a perda auditiva, que j� ocorre naturalmente em fase mais avan�ada da vida. A ideia de que o idoso n�o escuta bem, ‘n�o serve mais’ e que � melhor tir�-lo do conv�vio � err�nea.
“Essa ideia de que o idoso j� n�o serve mais � t�o err�nea no Brasil que 55% dos idosos brasileiros ou mant�m financeiramente suas fam�lias ou ajudam a manter suas fam�lias. Retir�-los do conv�vio � como ‘deixa ele l�, t� quietinho, � velho’, quando ele deveria estar integrado na fam�lia", explica Minayo.
“Essa ideia de que o idoso j� n�o serve mais � t�o err�nea no Brasil que 55% dos idosos brasileiros ou mant�m financeiramente suas fam�lias ou ajudam a manter suas fam�lias. Retir�-los do conv�vio � como ‘deixa ele l�, t� quietinho, � velho’, quando ele deveria estar integrado na fam�lia", explica Minayo.
A perda auditiva � comum e exige paci�ncia para ser tratada. De acordo com a fonoaudi�loga da Telex Solu��es Auditivas, Luciane de Sousa, os familiares devem ter paci�ncia e carinho para incentivar o idoso a fazer um tratamento, apoi�-lo na adapta��o com aparelhos auditivos e incluir na rotina da casa.
Al�m disso, ela afirma que o uso essencial das m�scaras pode dificultar o entendimento dos idosos durante as conversas, por isso, recomenda que os familiares gesticulem enquanto falam.
"Falar um pouquinho mais alto, usar bastante os gestos, repetir as frases. A perda auditiva n�o tratada pode causar alguns problemas cognitivos, pode levar at� ao Alzheimer", disse a fonoaudi�loga.
"Falar um pouquinho mais alto, usar bastante os gestos, repetir as frases. A perda auditiva n�o tratada pode causar alguns problemas cognitivos, pode levar at� ao Alzheimer", disse a fonoaudi�loga.
Viol�ncia tamb�m cresceu em Minas
Dados do Disque 100 foram analisados no primeiro semestre de 2019 e no primeiro semestre de 2020 pela pesquisadora Fabiana Martins Dias de Andrade, da Escola de Enfermagem da UFMG e mostram que a viol�ncia contra o idoso cresceu 82,22% em Minas durante a pandemia.
Foram 5.963 den�ncias de viol�ncia no primeiro semestre de 2020 enquanto, no mesmo per�odo em 2019, foram 3.202 – ou seja, 2.761 a mais na quarentena.
O Disque 100, o aplicativo Direitos Humanos Brasil e o site da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos oferecem servi�os gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive em feriados e finais de semana, para receber den�ncias e dar orienta��es.
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina
