MG muda crit�rio para distribuir vacinas contra covid ap�s queixas de prefeitos

Pressionado por munic�pios insatisfeitos com o n�mero de vacinas recebidas nos �ltimos meses, o governo de Minas Gerais alterou o crit�rio de distribui��o dos imunizantes contra a covid-19 no Estado. At� a semana passada, o modelo era o seguinte: 86% das doses recebidas do Minist�rio da Sa�de eram destinadas de acordo com as campanhas de vacina��o contra a gripe dos �ltimos tr�s anos. Os demais 14% seguiam o crit�rio de popula��o.

Isso, segundo os prefeitos, gerou distor��es por causa das diferen�as socioecon�micas e at� clim�ticas - como � o caso de munic�pios do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, onde a contamina��o por influenza seria bem menor. De acordo com a assessoria de comunica��o da Secretaria de Estado de Sa�de, a nova metodologia de c�lculo agora est� ligada � base de proje��o populacional de 18 a 59 anos do IBGE/Funda��o Jo�o Pinheiro.

Ap�s cair para a pen�ltima posi��o entre as capitais no ranking de vacina��o, Belo Horizonte foi uma das cidades que protestou - o munic�pio atualmente imuniza popula��o de 56 anos. O prefeito da cidade, Alexandre Kalil, chegou a fazer duras cr�ticas ao Executivo, mas amenizou o tom ap�s ter acertado, com o governo do Estado, que a capital receber� a partir de agora 13% das doses que chegarem a Minas.

"� o percentual da popula��o. O governo estava fazendo errado e agora consertou", disse Kalil ao Estad�o. O prefeito afirmou tamb�m que espera recompor as cerca de 70 mil doses que o munic�pio deveria, segundo ele, ter recebido do Executivo. "Estamos negociando um acordo para que isso seja reposto, mesmo que parceladamente", afirmou.

Outro prefeito que se diz prejudicado � Vittorio Medioli, de Betim, na Grande Belo Horizonte. Ele afirma ter recebido 90 mil doses a menos do que deveria. "Eu at� entendo esse crit�rio no in�cio, pois tudo estava sendo formatado. Mas seguir nesse erro por cinco meses?", critica Medioli.

"Agora est�o tentando consertar", afirmou ele, que foi at� o governador Romeu Zema (Novo) para "tentar entender como estava sendo planejada a distribui��o". Ele relaciona o aumento de mortes por covid na cidade ao que considera "erro" do Estado. Atualmente, Betim est� vacinando popula��o de 56 anos.

A Prefeitura de Ribeir�o das Neves, tamb�m na regi�o metropolitana, alega que outros munic�pios com popula��o menor estariam recebendo mais doses proporcionalmente do que a cidade. O secret�rio de Sa�de, Rodrigo Augusto Rocha Vieira, diz que Uberaba, que tem mil habitantes a menos, teria sido contemplada com 44% mais vacinas que Neves.

Ap�s se reunir com representantes da Secretaria de Estado, a prefeitura conseguiu pela primeira vez, esta semana, um lote de 21 mil doses de vacina contra covid-19. "Est�vamos recebendo 4 mil a 5 mil por semana", diz o secret�rio.

O munic�pio tamb�m reclama da falta de resposta para o pedido de lote extra para vacinar a popula��o carcer�ria da cidade, que concentra sete unidades prisionais e 9 mil detentos. Em nota, a Secretaria de Estado de Sa�de informou que essa demanda ser� atendida assim que Minas Gerais receber doses extras do Minist�rio para esse fim.

Na nota, a secretaria admite que o crit�rio anterior, baseado na vacina��o por Influenza, "causou uma diferen�a na distribui��o de doses entre os munic�pios, fazendo com que as cidades que nas campanhas de vacina��o contra a Influenza vacinaram mais pessoas, provavelmente, tenham recebido mais vacinas contra a covid-19".

A secretaria informou tamb�m que, "em cada remessa de vacinas recebida por Minas Gerais, o Minist�rio da Sa�de envia um Informe T�cnico com a quantidade de imunizantes disponibilizados para o Estado, as estimativas populacionais das cidades e o percentual do grupo priorit�rio que ser� atendido. Paralelamente a isso, a SES-MG envia aos munic�pios os formul�rios para que adequem as estimativas de cada popula��o priorizada na etapa de vacina��o, com o objetivo de obter dados que se aproximem ao m�ximo poss�vel da realidade de cada munic�pio".

A secretaria afirmou, no entanto, que "n�o deve vacinas" aos munic�pios, uma vez que todas as doses recebidas s�o devidamente distribu�das.