As decis�es da audi�ncia partiram da ju�za Luciana Oliveira da Silveira, da comarca de Cocalzinho (GO). No caso de Alain, a magistrada considerou que as acusa��es contra o caseiro eram “fr�geis”, principalmente diante da rela��o hier�rquica entre ele e o fazendeiro. “N�o � poss�vel extrair dos autos que ele (Alain) tenha aderido � suposta conduta do propriet�rio da fazenda de ajudar L�zaro. Quanto � arma e �s muni��es, a posse n�o lhe pode ser estendida, porque foram encontradas no interior da Fazenda Caetano, que pertence ao outro autuado”, afirmou Luciana. “Sem ind�cios atuais de autoria, � o caso de autorizar a espera do desfecho do processo fora do c�rcere, pois (...) a liberdade � a regra, e a pris�o cautelar, a exce��o”, completou a ju�za.
A manuten��o de Elmi Caetano na cadeia decorreu de indicativos da atua��o do fazendeiro para favorecer L�zaro. Na audi�ncia, ele teria admitido ser dono da arma e de “n�mero significativo de muni��es” apreendidos. Al�m disso, a ju�za encontrou “ind�cios de que ele, por v�rios dias, deu guarida, em sua fazenda, a criminoso que se sup�e de alt�ssima periculosidade, investigado por praticar crimes grav�ssimos e procurado, h� mais de 15 dias, por for�a-tarefa que congrega centenas de policiais”. “Entendo estar presente o perigo gerado pelo estado de liberdade e serem insuficientes medidas cautelares n�o detentivas para resguardar os bens jur�dico em tela”, justificou a magistrada.
Alain teve direito � liberdade provis�ria, enquanto a pris�o de Elmi Caetano se converteu em preventiva. A defesa do fazendeiro pediu pela pris�o domiciliar do cliente e alegou que os cuidados m�dicos na unidade prisional n�o seriam suficientes para garantir a sa�de do acusado. A pol�cia deteve os dois na quinta-feira (24/6), por volta das 15h, na propriedade do fazendeiro, em Girassol.
Agress�o
A audi�ncia de cust�dia come�ou �s 15h30, pela internet, com participa��o da promotora de Justi�a Gabriela Starling Jorge Vieira de Mello, representante do Minist�rio P�blico de Goi�s (MPGO). No depoimento, Elmi Caetano revelou ter sido agredido fisicamente por um policial no momento da pris�o. No entanto, ele n�o soube informar o nome do servidor nem se era civil ou militar. Para todas as perguntas feitas durante a audi�ncia, o suspeito disse n�o ter nada a declarar.Alain contou que L�zaro comeu e dormiu na fazenda de Elmi Caetano por, ao menos, cinco dias. Al�m disso, o fugitivo teria amea�ado o caseiro com uma faca, na manh� de quarta-feira (24/6). O criminoso prometeu ir atr�s da fam�lia de Alain, caso revelasse o paradeiro dele. No dia seguinte, o foragido correu para um dos quartos da casa, escondeu-se e fez sinal para que Alain sa�sse do im�vel, pois havia policiais na cerca da propriedade.
O funcion�rio falou �s equipes de seguran�a que trabalhava no local e n�o tinha autoriza��o para deixar os militares e agentes entrarem. Ele disse � ju�za que n�o revelou aos policiais que L�zaro estava no endere�o, devido �s amea�as. Nos dias em que ficou na fazenda, o foragido usou camisa social preta, cal�a justa ao corpo, sapato e bon� pretos. No momento da chegada da for�a-tarefa, o criminoso fugiu para um c�rrego.
Aplicativo
A SSP-GO informou que atua na mesma regi�o desde quinta-feira (24/6), com cerco refor�ado em determinadas �reas. Novamente, houve bloqueio na BR-070 e na entrada de fazendas em Girassol. H� dois dias, as equipes montaram uma blitz em uma estrada de terra em Luminosa, a cerca de 5km do distrito. A barreira, feita pela patrulha rural da Pol�cia Militar de Goi�s (PMGO), separa o per�metro de buscas, com raio de 10km. A pris�o dos dois suspeitos de ajudar L�zaro ocorreu nessa parte de Cocalzinho (GO).Na nota, a pasta mencionou uma suposta carta escrita por L�zaro. O papel foi encaminhado para per�cia, mas informa��es preliminares d�o conta de que a caligrafia n�o condiz com a do fugitivo. O texto oficial da SSP-GO acrescenta que o aplicativo Brasil Mais Seguro, lan�ado especificamente para receber informa��es sobre as opera��es de busca ao acusado, teve cerca de 6,8 mil downloads desde que foi lan�ado, na quarta-feira (23/6). Contudo, at� sexta-feira (25/6), n�o haviam chegado sinais que pudessem contribuir com a captura do procurado.
Perfis
Elmi Caetano Evangelista» 74 anos
» Fazendeiro
» Morador de Cocalzinho (GO)
» R�u prim�rio
Alain Reis de Santana
» 33 anos
» Caseiro
» Morador de �guas Lindas (GO)
» Cumpriu pena por roubo
Aux�lio a v�timas
L�zaro deixou um rastro de v�timas por onde passou. O primeiro crime da ficha policial do foragido � de 2007, quando ele matou dois homens em Barra do Mendes (BA), cidade onde nasceu. Depois disso, estuprou duas mulheres no Sol Nascente — uma em 2009, outra em 2021 — e matou quatro integrantes da fam�lia Marques Vidal, em 9 de junho. A partir dessa data, quando come�ou a fugir das equipes da for�a-tarefa que tenta captur�-lo, o acusado roubou dois carros e fez diversos ref�ns em Cocalzinho (GO).Durante a fuga, tamb�m baleou quatro pessoas na cidade: tr�s moradores de uma ch�cara — um dos quais continua internado — e um policial. Em entrevista coletiva na quinta-feira, o secret�rio de Seguran�a P�blica de Goi�s, Rodney Rocha Miranda, afirmou que L�zaro pode ter cometido outros sete crimes antes da chacina em Ceil�ndia Norte. Os delitos, segundo o chefe da pasta, envolvem latroc�nios e homic�dios.
Para as v�timas dos casos registrados no Distrito Federal, a Secretaria de Justi�a e Cidadania (Sejus) disponibiliza uma equipe com psic�logo e assistente social do Programa Pr�-V�tima. A pasta informou que tenta contato com “a fam�lia enlutada na chacina do caso L�zaro, desde a data do crime, para oferecer os servi�os do programa”. A iniciativa oferece suporte, com assist�ncia psicol�gica e social, a pessoas que tenham lidado com situa��o de homic�dio, feminic�dio, latroc�nio, estupro, roubo, viol�ncia dom�stica e familiar, al�m de sequestro e c�rcere privado.
� poss�vel procurar os centros espontaneamente, ser encaminhado por profissionais de sa�de ou contar com o trabalho das equipes em casos de resgate — quando o programa tem acesso �s v�timas a partir dos registros policiais de crimes violentos. Como medida preventiva, a Sejus promove di�logos, debates, rodas de conversa e reflex�es em grupos nas regi�es administrativas.
Al�m da pasta, a Secretaria de Sa�de (SES-DF) recebe v�timas no Centro de Especialidades para Aten��o �s Pessoas em Situa��o de Viol�ncia Sexual, Familiar e Dom�stica (Cepav). J� a Secretaria de Juventude oferece atendimento psicossocial por meio dos centros focados no p�blico jovem.
Para saber mais
Confira os pontos onde � poss�vel buscar atendimento do programa Pr�-V�tima, da Secretaria de Justi�a e Cidadania (Sejus)Ceil�ndia — Shopping Popular
Guar� — Alpendre dos Jovens (Lucio Costa)
Itapo� — Pra�a dos Direitos
Parano� — Parque de Obras
Planaltina — F�rum de Planaltina
Plano Piloto — Esta��o Rodoferrovi�ria
Recanto das Emas — CEU das Artes
Taguatinga — Administra��o de Taguatinga