Preocupados com atrasos na linguagem ap�s a quarentena, pais de crian�as pequenas procuram consult�rios de pediatras e psic�logos. Tamb�m pedem ajuda �s escolas. A situa��o confunde as fam�lias e at� os m�dicos, que ainda n�o sabem medir o impacto do isolamento no desenvolvimento dos pequenos. "Vemos no consult�rio crian�as com atraso na linguagem. Os pais chegam apavorados achando que � autismo e n�o �. S�o consequ�ncias da pandemia", diz Magda Lahorgue, presidente do Departamento Cient�fico de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Diante da demanda das fam�lias, os pediatras agora precisam entender se as quest�es relacionadas � linguagem ou outros comportamentos regressivos nas crian�as s�o transit�rios. Em muitos casos, eles t�m origem na forma como pais e filhos se organizaram na pandemia. "Quando vamos avaliar, s�o crian�as que apenas ficaram sem est�mulo adequado." Mesmo que os pais tenham trabalhado em casa, nem sempre h� intera��o e � comum o uso excessivo de equipamentos eletr�nicos, diz Magda.
Parte do trabalho dos profissionais � sugerir que as fam�lias tentem promover os est�mulos para, depois, avaliar se ocorrem avan�os. Johny Santos, psic�logo e supervisor da Cl�nica Accogliere, em S�o Bernardo do Campo, na Grande S�o Paulo, diz que houve um boom de procura de atendimento para crian�as, incluindo as mais novas, de at� 3 anos, a partir de fevereiro.
Chupeta
Nas escolas, crian�as pequenas retornam com quest�es que antes n�o surgiam. Diretora pedag�gica do espa�o ekoa de educa��o infantil na zona oeste de S�o Paulo, Ana Paula Yazbek percebe que as crian�as chegam agora falando frases menos complexas. A situa��o n�o � encarada como algo preocupante, mas que demanda aten��o e observa��o.
Com as chupetas por baixo das m�scaras, as crian�as retornaram ao Col�gio Rio Branco, em Cotia. "As que tinham tirado a fralda voltaram a usar. Tinham deixado a chupeta e voltaram muito apegadas a ela", conta Rosemary Vercezi Sert�rio, orientadora educacional da educa��o infantil. H� tamb�m, segundo Rosemary, um grupo de alunos que desenvolveu menos a fala do que poderia.
Volta � escola n�o deve focar tarefas
O retorno ao col�gio � outra estrat�gia que ajuda a reconstruir a rotina. "� um sinal concreto de recupera��o de uma vida interrompida por mais de um ano", diz Lino de Macedo, psic�logo e integrante do Comit� Cient�fico do N�cleo Ci�ncia Pela Inf�ncia. Mas, para fazer frente a quest�es como regress�es ou atrasos no desenvolvimento, a volta n�o deve focar em tarefas a cumprir ou mat�rias. "Deve ser com acolhimento afetivo, social. O cognitivo aguenta esperar", diz o assessor cient�fico do Instituto Pensi.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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