Com a vantagem da aplica��o em dose �nica, a vacina Janssen passou a ocupar papel estrat�gico na vacina��o de alguns munic�pios. Em busca de imunizar grupos que correm o risco de n�o retornar para a segunda aplica��o ou que precisam de mais rapidez no processo, Estados como Minas, Paran� e Rio Grande do Norte e cidades como S�o Paulo e Aragua�na (Tocantins) destinam todas ou uma parte das doses para moradores de rua e caminhoneiros. Especialistas elogiam prioriza��o de grupos com a vacina de dose �nica.
A Prefeitura de S�o Paulo reservou cerca de 12% das doses da Janssen no s�bado, 26, para a popula��o de rua com mais de 18 anos. Quatorze mil unidades devem concluir a vacina��o do grupo, iniciada ainda em fevereiro. Nos �ltimos quatro meses, mais de 21,7 mil doses de outras vacinas foram aplicadas nos centros de acolhida da Secretaria Municipal de Assist�ncia e Desenvolvimento Social (SMADS). Em nota, a pasta municipal de Sa�de disse que o objetivo da nova etapa � completar a vacina��o de parte dessa popula��o que n�o est� cadastrada nesses centros.
As demais 100 mil doses do imunizante enviadas ao munic�pio foram distribu�das �s 468 Unidades B�sicas de Sa�de (UBSs) da capital e poder�o ser aplicadas no p�blico geral eleg�vel. Nesta segunda-feira, 28, S�o Paulo imuniza quem tem 46 anos ou mais.
Das 149 mil doses recebidas por Minas, 80% v�o para moradores de rua. O Estado tamb�m determinou o uso da vacina americana em trabalhadores do transporte coletivo e da limpeza urbana, e for�as de seguran�a e de salvamento.
Em Belo Horizonte, todas as 23 mil unidades de Janssen ser�o utilizadas, inicialmente, para a imuniza��o da popula��o de rua. O grupo � estimado em 8,5 mil pessoas, levando em conta os inscritos no Cadastro �nico e a popula��o atendida pelos servi�os e unidades socioassistenciais.
Conforme o andamento da vacina��o, no caso de doses restantes, a Secretaria Municipal de Sa�de vai avaliar quais grupos poder�o aproveitar o excedente. Entre 26 de maio e 25 de junho, cerca de 1,6 mil moradores de rua com mais de 18 anos j� haviam sido imunizados na capital mineira.
O governo do Rio Grande do Norte determinou que, por apresentarem dificuldades de retorno para a segunda dose, moradores de rua e caminhoneiros devem ser considerados priorit�rios para a aplica��o da Janssen. No Paran�, que recebeu cerca de 91 mil doses, os caminhoneiros est�o entre os priorit�rios, assim como trabalhadores do transporte rodovi�rio, ferrovi�rio e aquavi�rio.
Prioriza��o � estrat�gia l�gica, diz especialista
M�dica e diretora da Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm), M�nica Levi encara como positiva a prioriza��o de pessoas em situa��o de rua e caminhoneiros. "O objetivo � ter menos gente sem a segunda dose. J� temos 3,8 milh�es de pessoas que s� t�m a primeira, sem a segunda. Esse � um grande preju�zo, pessoas que n�o est�o protegidas", afirma.
"Usar uma vacina de uma dose para pessoas como os moradores de rua, que voc� pode ter dificuldades de encontrar ou de ter uma procura espont�nea pela vacina, � uma estrat�gia l�gica", elogia. "S�o pessoas que v�o ter uma dificuldade at� de uma busca ativa. Os agentes comunit�rios est�o indo atr�s dessas pessoas que est�o mapeadas, que n�o tomaram a segunda dose. Nesse sentido, com as pessoas que n�o t�m resid�ncia fixa, l�gico que � mais f�cil usar a Janssen."
EUA usou imunizante para grupos vulner�veis
O Brasil n�o � o primeiro pa�s a contar com iniciativas voltadas para a vacina��o da popula��o em situa��o de rua com o imunizante Janssen. Do norte ao sul dos Estados Unidos, organiza��es que trabalham com esses grupos utilizam a vacina fabricada pela farmac�utica.
No final de abril, relat�rio do Centro de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC, na sigla em ingl�s) apontou que essa popula��o seria uma das mais afetadas com uma poss�vel suspens�o permanente do imunizante.
O texto foi publicado para anunciar a retomada nas aplica��es da vacina ap�s uma interrup��o nacional de cerca de dez dias, ocasionada pela detec��o de alguns casos graves de coagula��o sangu�nea em rec�m-vacinados. No documento, a autoridade sanit�ria considera que os benef�cios do produto superam os riscos e recomenda o uso sem restri��o para o p�blico adulto.
Conforme o material, antes da paralisa��o, a maior parte das jurisdi��es relatou focar os esfor�os da vacina��o com Janssen em popula��es m�veis ou dif�ceis de alcan�ar com uma segunda dose. Neste conjunto, os "sem teto" s�o maioria: 68%.
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