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Estado de Minas GERAL

Luiz Gama � redescoberto pelas novas gera��es


11/07/2021 07:35

"Jamais esta capital e qui�� muitas outras cidades do nosso Pa�s viram mais imponente e espont�nea manifesta��o de dor e profunda saudade de uma popula��o inteira para com um cidad�o que tanto mais merecimento tivera" noticiava o Estad�o (ent�o Prov�ncia de S. Paulo) sobre a morte de Luiz Gama, em 1882, descrito como um dos "nossos homens ilustres", de "inquebrant�vel honestidade, lutas e sacrif�cios".

O advogado, escritor, jornalista, intelectual, figura pol�tica influente e abolicionista voltou a ganhar destaque nos �ltimos anos, por gera��es que o conheciam apenas por nome (ou nem isso). Agora, 139 anos depois de sua morte, est� em processo de resgate e revaloriza��o por meio de pesquisas, livros, obras art�sticas e homenagens.

Para pesquisadores, o abolicionista negro que libertou mais de 500 pessoas escravizadas est� em momento de "repara��o hist�rica". Em seis anos, foi oficialmente reconhecido como advogado (pela OAB, em 2015), her�i da P�tria (2018, no Livro de Her�is e Hero�nas da P�tria, ap�s publica��o de lei federal), como jornalista (pelo Sindicato dos Jornalistas de S�o Paulo, em 2018) e como intelectual, ao ser o primeiro brasileiro negro a receber o t�tulo de doutor honoris causa da USP - concedido na semana passada.

Gama ter� a obra completa publicada em uma cole��o pela primeira vez, at� dezembro de 2022 e em 10 volumes, segundo a editora Hedra. Com organiza��o do pesquisador Bruno R. de Lima, ser�o cerca de 750 textos, dos quais a editora diz que mais de 80% s�o in�ditos, entre poesia, s�tira, cr�nica, escritos de interven��o pol�tica, literatura jur�dica e, principalmente, artigos abolicionistas. Al�m disso, � retratado em um filme com estreia marcada para agosto.

O mais recente tem ainda a simbologia de ser entregue pela universidade que hoje � integrada pela Faculdade de Direito do Largo de S�o Francisco, na qual o advogado nunca foi admitido como estudante, embora tenha frequentado de outras formas. � o que diz o professor de Jornalismo da USP Dennis de Oliveira, um dos idealizadores da proposta e pesquisador do N�cleo de Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro na mesma institui��o. "Ele era um intelectual que circulou por diversas �reas, um intelectual autodidata e que atuava publicamente em prol de mudan�as", comenta o docente, que est� com o projeto de criar uma c�tedra acad�mica com o nome de Gama. "A ideia � fazer com que suas obras sejam mais conhecidas."

Para ele, dois motivos pelos quais o advogado passa por uma revaloriza��o s�o o fortalecimento do movimento negro e o crescimento do n�mero de alunos e pesquisadores negros no ensino superior. Parte desse resgate est� ligado ao trabalho de Ligia Fonseca Ferreira, professora da Unifesp, pesquisadora da obra de Gama desde os anos 1990. "Ele nunca foi totalmente desconhecido. Falava-se do abolicionista Luiz Gama, mas conhecia-se pouco dos seus textos. Houve n�o s� um silenciamento, mas um apagamento."

O filme

Um garoto vendido ilegalmente pelo pr�prio pai, e que conseguiu retomar a pr�pria liberdade anos depois. Um advogado autodidata que se tornou refer�ncia no Pa�s e utilizou das leis para garantir a liberta��o de escravizados. Um intelectual e formador de opini�o que publicou nos principais jornais, enquanto tamb�m escrevia trovas e fazia charges. Um homem negro que se tornou uma das principais figuras p�blicas do s�culo 19. Um breve resumo como este da vida de Gama mostra o porqu� de o cineasta Jeferson De ter se questionado em 2014. "Depois de mais de 100 anos de cinema no Brasil, como ningu�m filmou a hist�ria desse cara?" As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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