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Estado de Minas GERAL

S� 10% dos policiais apoiam libera��o de armas de fogo para popula��o, diz estudo


15/07/2021 17:39

Pesquisa do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, realizada com mais de 6,6 mil policiais no Pa�s, aponta que apenas 10,4% do grupo � favor�vel � libera��o ampla das armas de fogo para a popula��o. Na outra ponta, 16% dos agentes de seguran�a se declaram completamente contr�rios � pol�tica armamentista. J� 73,6% concordam com o uso de armas por civis, mas defendem diferentes n�veis de restri��es.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 15, e integram o Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica 2020. Para o levantamento, o F�rum fez as escutas com agentes das Pol�cias Militar, Civil, Federal, Penal, Rodovi�ria Federal (PRF) e T�cnico-Cient�fica, al�m do Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal.

A pol�tica de armamento � uma das principais bandeiras do governo Jair Bolsonaro. Entretanto, a proposta s� recebe plena ades�o de 17,3% dos bombeiros, o maior �ndice entre as categorias de seguran�a, seguido por 12,1% dos policiais penais e 10,1% dos GCMs, de acordo com o relat�rio. Para a PM e a Civil, os adeptos da liberaliza��o total representam 6,7% e 9,4%, respectivamente.

Por sua vez, os agentes que defendem a proibi��o de posse ou porte de armas de fogo por civis s�o mais numerosos. Das categorias, a PRF e a PF apresentam as maiores propor��es, com 50% e 29%. Dos policiais civis ouvidos, 26,6% s�o totalmente contr�rios a armar a popula��o. Entre os PMs, o dado cai para 13,5% - ainda assim, superior ao grupo favor�vel.

"Os pr�prios policiais, que tendem a ter maior ader�ncia ao governo federal, percebem que o efeito da pol�tica de liberaliza��o das armas come�a a ter efeito nas ruas", analisa o soci�logo Renato S�rgio de Lima, diretor-presidente do F�rum. Para os pesquisadores, a discuss�o sobre o acesso a armas de fogo, embora n�o seja a �nica causa, � considerada central para o comportamento de crimes violentos, a exemplo dos homic�dios, que voltaram a crescer em 2020 ap�s dois anos de queda.

Segundo o relat�rio, atualmente h� 2.077.126 armas particulares no Brasil. S� em 2020 o incremento foi de 186.071 novos registros na Pol�cia Federal, n�mero 97,1% maior em rela��o ao ano anterior, tendo duplicado o n�mero de armas longas, como carabinas, espingardas e fuzis.

Em paralelo, o Pa�s viu crescer a presen�a das armas de fogo nos assassinatos registrados no ano passado. Em 2019, o instrumento havia sido usado em 72,5% dos 47.742 homic�dios cometidas. J� em 2020, o �ndice saltou para 78% do total de 50.033 casos. O aumento de mortes violentas no per�odo foi de 4,8%.

Especialistas tamb�m atribuem o crescimento da viol�ncia letal a outros fatores. Entre eles, est�o as disputas de fac��es criminosas, maior tens�o entre efetivos da pol�cia e governos locais, al�m da piora de �ndice econ�micos e de quest�es relacionadas � sa�dem mental durante a pandemia de covid-19.

"� importante dizer que o crescimento de homic�dios � multicausal, ou seja, envolve uma s�rie de fatores. Por outro lado, n�o d� para ignorar um conjunto de evid�ncias cient�ficas j� consolidadas de que o aumento de armas de fogo em circula��o impacta nos assassinatos", diz Isabel Figueiredo, conselheira do F�rum. "A tend�ncia � que esse fator isolado, por si s�, aumente n�o s� os dados de 2020 mas tamb�m nos pr�ximos anos."

Policiais t�m maior ader�ncia ao governo federal no enfrentamento � pandemia
As escutas do F�rum tamb�m indicam que 29,5% dos agentes de seguran�a contra�ram covid-19, com maior incid�ncia sobre o Corpo de Bombeiros (33,7%) e a Pol�cia Militar (33,3%). "Isso significa que muitos policiais precisaram ser afastados das ruas, o que tem maior impacto principalmente nos Estados cujo o efetivo n�o � t�o grande", afirma Lima.

Segundo o relat�rio, 472 policiais morreram por causa da doen�a. O �ndice supera o n�mero de agentes que foram v�timas de mortes violentas (194) no ano passado. Entre os agentes ouvidos, 83,1% afirmaram ter perdido um colega de trabalho, amigo ou familiar para o coronav�rus. Em 71,5% das escutas, o policial disse n�o ter recebido treinamento da corpora��o para lidar com o v�rus.

A vis�o dos policiais, no entanto, ganha mais ader�ncia ao discurso defendido pelo governo federal em rela��o ao enfrentamento da pandemia. Dos participantes, 57,9% disseram ser contra a diminui��o do hor�rio de funcionamento de com�rcios e servi�os, al�m do fechamento de bares e restaurantes (60,5%), igrejas (56,6%) ou academias (55%).

Os agentes de seguran�a se demonstraram, ainda, favor�veis ao chamado "kit covid", conjunto de medicamentos sem efic�cia contra o coronav�rus que foram propagandeados por Bolsonaro e integrantes do governo. Entre os entrevistados, 62,8% eram a favor, 25,3% eram contra e 11,9% n�o sabiam responder.

Para 49,7%, o governo federal tamb�m estava adotando medidas para ajudar a atividade policial durante o enfrentamento � pandemia. J� 38,9% disseram n�o ver auxil�o e 11,4% n�o souberam responder.


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