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Estado de Minas GERAL

Inc�ndio atinge galp�o da Cinemateca; pr�dio abriga o acervo fotogr�fico


29/07/2021 19:53

Um inc�ndio atingiu na tarde desta quinta-feira, 29, o galp�o da Cinemateca Brasileira, no bairro Vila Leopoldina, na zona oeste de S�o Paulo. O pr�dio abriga o acervo fotogr�fico da institui��o, conforme o pr�prio site da institui��o, respons�vel pela preserva��o do maior acervo audiovisual da Am�rica Latina. O Corpo de Bombeiros recebeu a ocorr�ncia �s 18h04 e, segundo o �rg�o, 11 viaturas est�o trabalhando no local. N�o h� registro de v�timas e a causa do fogo ainda � desconhecida.

O pr�dio no n�mero 290 da rua Oth�o, na Vila Leopoldina, foi doado � Cinemateca em 2009, pela Secretaria do Patrim�nio da Uni�o. Com �rea total de 8.400 metros quadrados, dos quais 6.356 s�o de �rea constru�da, ele passou a abrigar dois anos mais tarde as reservas espec�ficas de guarda de acervos, �reas de processamento de acervos f�lmicos e documentais, laborat�rio de impress�o fotogr�fica digital e demais instala��es administrativas, de apoio e servi�os da institui��o.

Com a fun��o de preservar e difundir o acervo audiovisual brasileiro, a Cinemateca Brasileira � administrada hoje pela Secretaria Nacional do Audiovisual, bra�o da Secretaria Especial de Cultura e subjugada ao Minist�rio do Turismo. H� dois anos, o contrato que a Associa��o Roquette Pinto (Acerp) mantinha com o Minist�rio da Educa��o para a ger�ncia da institui��o n�o foi renovado. O governo federal prometeu lan�ar novo edital para a fun��o, mas a promessa nunca saiu do papel.

Em maio do ano passado, ao demitir Regina Duarte da Secretaria Especial de Cultura, o presidente Jair Bolsonaro declarou em v�deo, ao lado da atriz, que ela passaria a "fazer a Cinemateca". Ela n�o assumiu a fun��o. J� em agosto, o governo federal denitiu todos os funcion�rios que trabalhavam na institui��o, alguns com d�cadas de carreira, e o portal oficial da Cinemetaca foi retirado do ar.

Ainda em 12 de abril deste ano, os ex-funcion�rios da Cinemateca Brasileira publicaram um manifesto alertando para "os riscos que correm o acervo, os equipamentos, as bases de dados e a edifica��o da institui��o". "O risco de um novo inc�ndio � real. O acompanhamento t�cnico e as demais a��es de preserva��o, inclusive processamento em laborat�rio, s�o vitais", diz o comunicado, que atenta tamb�m para o teor inflam�vel dos e da possibilidade de autocombust�o das pel�culas.

O abandono da institui��o gerou cr�ticas de profissionais do cinema brasileiro e da comunidade internacional. No ano passado, o franc�s Thierry Fr�maux, diretor do Festival de Cannes, disse que a Cinemateca estava "amea�ada pelo governo federal".

Ainda em 2016, um dos galp�es da Cinemateca foi atingido por um inc�ndio que destruiu mil rolos de filmes, correspondentes a 500 obras - a maior parte cinejornais.

A reportagem n�o obteve resposta do Minist�rio do Turismo sobre a ger�ncia e preserva��o da Cinemateca Brasileira.

Cronologia da Cinemateca Brasileira

1940
Origem da Cinemateca quando Paulo Em�lio Sales Gomes, D�cio de Almeida Prado, Antonio Candido de Mello e Souza, entre outros, fundam o Primeiro Clube de Cinema de S�o Paulo, que se prop�e a estudar o cinema como arte independente por meio de proje��es, confer�ncias, debates e publica��es.

1941
O Primeiro Clube � fechado pelos �rg�os de repress�o da ditadura do Estado Novo.

1946
O Segundo Clube de Cinema de S�o Paulo � criado por Francisco Luiz de Almeida Salles, Rubem Bi�fora, M�cio Porphyrio Ferreira, Benedito Junqueira Duarte, Jo�o de Ara�jo Nabuco, Lourival Gomes Machado e Tito Batini, buscando estimular o estudo, a defesa, a divulga��o e o desenvolvimento da arte cinematogr�fica no Brasil.

1949
� aprovado um acordo entre o rec�m-criado Museu de Arte Moderna de S�o Paulo - MAM/SP e o Clube, para a cria��o da Filmoteca do Museu de Arte Moderna de S�o Paulo.

1951
Paulo Em�lio � nomeado vice-presidente da FIAF - Federa��o Internacional de Arquivos de Filmes.

1954
Paulo Em�lio assume a dire��o da Filmoteca, como conservador-chefe, contando com a ajuda de Rud� de Andrade e Caio Scheiby.

1956
A Filmoteca se desliga do Museu de Arte Moderna, transformando-se em Cinemateca Brasileira, uma sociedade civil sem fins lucrativos.

1957

Em 28 de janeiro, um inc�ndio causado pela autocombust�o sofrida pelos filmes em suporte de nitrato de celulose destr�i suas instala��es na Rua Sete de Abril.

1961

A Cinemateca torna-se uma funda��o, personalidade jur�dica que lhe permite estabelecer conv�nios com o poder p�blico estadual.

1962

Cria��o da Sociedade Amigos da Cinemateca - SAC, sociedade civil cuja finalidade � auxiliar financeiramente a Funda��o Cinemateca Brasileira.

1969

Em 18 de fevereiro, acontece o segundo inc�ndio, na instala��o no port�o 9 do Parque do Ibirapuera com perda de diversos materiais documentais em suporte de nitrato.

1976

A Funda��o Cinemateca Brasileira tem o reconhecimento de seu car�ter de utilidade p�blica pelo munic�pio de S�o Paulo.

1982

No dia 6 de novembro, ocorre o terceiro inc�ndio, que agrava as dificuldades financeiras da institui��o e levam � defesa de sua incorpora��o ao poder p�blico.

1984

A Funda��o Cinemateca Brasileira � extinta e incorporada, como �rg�o aut�nomo, � Funda��o Nacional Pr�-Mem�ria.

1988

O prefeito J�nio Quadros cede � institui��o o espa�o do antigo matadouro da cidade. Ap�s nove anos de reformas, a sede da Cinemateca Brasileira � definitivamente instalada na Vila Clementino.

2003

A Secretaria do Audiovisual do Minist�rio da Cultura incorpora a Cinemateca Brasileira.

2008 a 2013

A Cinemateca Brasileira d� um grande impulso nas suas atividades de preserva��o e difus�o de acervos, bem como na infraestrutura, gra�as a recursos investidos pelo antigo Minist�rio da Cultura, em parceria com a Sociedade Amigos da Cinemateca.

2013

Sob gest�o de Marta Suplicy, a Cinemateca passa por uma auditoria do Minist�rio, tem seu diretor exonerado e v� a suspens�o no repasse de verbas do Minist�rio da Cultura para a entidade, causando a demiss�o de 43% do corpo de funcion�rios. � o in�cio da crise que dura at� os dias atuais.

2016

Em 3 de fevereiro, ocorre o quarto inc�ndio, resultando na perda de 731 t�tulos, em mil rolos rolos de filmes em nitrato de celulose. Do total, 461 obras tinham c�pias; o restante se perdeu

2016 a 2017

O antigo Minist�rio da Cultura, atrav�s de sua Secretaria do Audiovisual, assina contrato com a Associa��o de Comunica��o Educativa Roquette Pinto (Acerp), organiza��o social qualificada pelo Minist�rio da Educa��o, para execu��o de um projeto de preserva��o e acesso de acervos audiovisuais, da Cinemateca Brasileira.

2018

Em mar�o � assinado Contrato de Gest�o, parceria entre o antigo Minist�rio da Cultura e o Minist�rio da Educa��o, em que a Cinemateca passa a ser administrada integralmente pela Acerp por um per�odo de 3 anos.

Maio de 2020

A Cinemateca divulga documento pedindo socorro


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