Usu�rios que agem como rob�s desafiam debate nas redes

A replica��o de mensagens em massa nas redes sociais desafia autoridades e as pr�prias plataformas, como na batalha virtual da cloroquina, ao longo da pandemia revelada pelo Estad�o no domingo, dia 1�. O uso de rob�s preocupa, mas especialistas alertam para um desafio ainda maior: usu�rios reais que agem como rob�s e repassam conte�do de modo quase automatizado, muitas vezes seguindo influenciadores.

A an�lise de 20 milh�es de men��es a tratamento precoce no Twitter feita pela LLYC identificou cerca de 10% das contas que podem ser consideradas de comportamento automatizado, de um total de 1,85 milh�o. Especialistas veem nessa situa��o ind�cios do uso de rob�s.

Especialista da USP em debate digital, Pablo Ortellado lembra que estudo recente conduzido por ele aponta cerca de 50% mais rob�s no campo bolsonarista do que na oposi��o. Mas v� no engajamento a explica��o mais forte para a ades�o ao discurso pr�-cloroquina.

A complexidade em rastrear rob�s vai al�m da tecnologia. "Temos militantes que agem exatamente como rob�s. Dezenas de milhares de pessoas. Seguem ordens", diz. "� dif�cil separar comportamento humano militante de um rob� que se disfar�a de humano. A empresa tenta, mas n�o consegue."

Para Patr�cia Blanco, do Instituto Palavra Aberta, de educa��o midi�tica, a cren�a ou ideologia �s vezes impede reflex�o cr�tica do usu�rio. "Entra num patamar que transcende a educa��o, em que ele n�o se importa se aquilo � verdade ou n�o."

Para especialistas, a polariza��o, o uso de rob�s e o comportamento de replicar mensagens em massa indicam desafios para a elei��o de 2022 - tema que j� ganha as redes com a defesa do presidente Jair Bolsonaro pelo voto impresso - e a necessidade de atua��o das plataformas.

Em nota, o Twitter informou n�o emitir conclus�es espec�ficas, por n�o ter acesso � �ntegra do estudo da LLYC. A empresa disse ter detec��o proativa de conte�dos que violem regras ou de comportamentos suspeitos de "automa��o maliciosa", al�m de alertas de usu�rios. H� um procedimento para checar (desafio) se existe algu�m por tr�s da conta e tomar medidas.

Afirmou que estudos que identificam rob�s feitos por terceiros podem ter falhas metodol�gicas e levar a falsos resultados. De mar�o de 2020 at� julho de 2021, 11,7 milh�es de contas foram desafiadas, 1.496 perfis suspensos e mais de 43.010 conte�dos foram removidos no mundo. Sobre a elei��o, o Twitter disse que sua pol�tica global para o tema foi revista em 2020.

Fake news

Estudo do Center for Counter Digital Hate (EUA) descobriu que s� 12 pessoas s�o respons�veis pela maior parte das fake news e informa��es distorcidas sobre vacinas anticovid em tr�s das principais redes sociais. Esses 12 produzem 65% das a��es de desinforma��o sobre o tema nas plataformas. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.