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Estado de Minas GERAL

Painel do Clima alerta para o avan�o do aquecimento, com alta de 1,5�C at� 2040


10/08/2021 08:00

A Terra est� esquentando mais r�pido do que era previsto e se prepara para atingir 1,5�C acima do n�vel pr�-industrial entre 2030 e 2040, pelo menos dez anos antes do que era esperado. Com isso, haver� eventos clim�ticos extremos em mais frequ�ncia, como enchentes e ondas de calor. A mensagem foi dada nesta segunda-feira, 9, pelo Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC) da Organiza��o das Na��es Unidas.

O que se far� agora definir� o tamanho do impacto na vida de 7,6 bilh�es de pessoas no planeta. Certo � que os efeitos do aquecimento vir�o. A redu��o sustentada nas emiss�es de di�xido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa, no entanto, ainda pode limitar as amea�as dessas mudan�as clim�ticas. Caso contr�rio, alguns dos efeitos diretos para pa�ses como o Brasil ser�o secas mais frequentes e a queda na capacidade de produ��o de alimentos.

Desde 1850, j� avan�amos ao menos 1,1�C na m�dia da temperatura global. Mais 0,4�C de aumento vai produzir n�mero maior de secas severas, ondas de calor, chuvas torrenciais, enchentes, tornados, inc�ndios florestais e refor�ar a tend�ncia de aumento do n�vel do mar. Todos esses efeitos j� ocorrem em n�vel superior aos do passado.

A lista, no entanto, vai al�m e a frequ�ncia desses eventos extremos est� diretamente ligada ao quanto n�s veremos a Terra esquentar neste s�culo. Ou seja, ainda resta uma "janela de oportunidade", cada vez menor, para tentar limitar o aquecimento abaixo de 2� C at� 2100, como definido no Acordo de Paris em 2015 (pacto assinado por quase todos os pa�ses para conter o aquecimento do planeta). Mas a postura negacionista de algumas autoridades - como o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o ex-l�der americano Donald Trump - tem sido apontada por especialistas como um dos principais obst�culos. "J� sabemos h� d�cadas que o mundo est� esquentando, mas o relat�rio nos diz que mudan�as recentes no clima s�o disseminadas, r�pidas e se intensificam, de maneira sem precedentes em milhares de anos", diz Ko Barrett, vice-presidente do painel. O secret�rio-geral das Na��es Unidas, Ant�nio Guterres, disse que o documento � um "alerta vermelho" para a humanidade.

O caminho seguro � um s�: limitar o g�s carb�nico na atmosfera, atingindo pelo menos zero l�quido de emiss�es (saldo das emiss�es descontada a absor��o do carbono), juntamente com grandes redu��es em outras emiss�es de gases do efeito estufa. O Acordo de Paris prev� zerar emiss�es l�quidas at� 2050. O motor do aquecimento est� na queima de combust�veis f�sseis, como petr�leo, g�s e carv�o mineral, por ve�culos a combust�o e usinas termoel�tricas, e a consequente produ��o de CO2. Mas n�o s�: o metano (CH4) e o �xido nitroso (N2O), resultantes de atividades agropecu�rias, comp�em a trinca do efeito estufa. Some-se a isso a produ��o de aeross�is.

Os 234 cientistas de 66 pa�ses reunidos pelo IPCC produziram um relat�rio com mais de 14 mil refer�ncias citadas, com um total de 517 contribui��es de outros autores. No documento, o Painel � taxativo. "� um fato estabelecido que a influ�ncia humana aqueceu o sistema clim�tico e mudan�as clim�ticas generalizadas e r�pidas ocorreram", diz. A essas evid�ncias cient�ficas somam-se cat�strofes causadas por eventos extremos atuais, como a onda de calor no Hemisf�rio Norte com temperaturas recordes em pa�ses como o Canad�. Na Turquia, isso chegou a um n�vel de 8�C superiores � m�dia e um forte inc�ndio atingiu as florestas do pa�s. Na Alemanha, enchentes devastaram cidades. Tudo isso em meio � pior crise sanit�ria dos �ltimos cem anos causada pela pandemia de covid-19.
Embora n�o seja objeto do relat�rio, diversas pesquisas tamb�m v�m apontando a rela��o entre desmatamento e altera��es do equil�brio ecol�gico com o surgimento de novas doen�as. Danos ambientais, portanto, podem impor novas pandemias � humanidade.

Cen�rios futuros

A forma como as pessoas j� percebem e como experimentar�o tamanhas altera��es no clima dependem de fatores regionais. Atualmente, o aquecimento em terra � maior do que a m�dia global e � mais do que o dobro no �rtico, por exemplo. O IPCC apresenta de forma detalhada os cen�rios futuros para cada uma das grandes regi�es do planeta. Com 1,5�C ou at� 3�C acima dos n�veis pr�-industriais, regi�es como o Hemisf�rio Norte o �rtico sofreriam impactos maiores do que outras �reas.

O relat�rio tamb�m projeta cen�rios futuros poss�veis decorrentes do aumento da temperatura global em curto, m�dio e longo prazos. Entre os menos impactantes est� o que diz que "a temperatura da superf�cie global continuar� a aumentar at� pelo menos meados do s�culo em todos os cen�rios de emiss�es considerados" . Os mais graves incluem aumentos na frequ�ncia e na intensidade de extremos de calor, mudan�as nas correntes marinhas, fortes precipita��es, secas com efeitos na produ��o agr�cola, aumento na propor��o de ciclones tropicais intensos, e redu��es na cobertura de neve e no permafrost (solo t�pico do �rtico). O novo relat�rio do IPCC aponta que muitas das mudan�as observadas no clima n�o t�m precedentes em milhares e centenas de milhares de anos. Algumas dessas altera��es, como o aumento cont�nuo do n�vel do mar, j� s�o irrevers�veis em per�odos tamb�m de centenas a milhares de anos. (Com ag�ncias internacionais)

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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