Diretora da OMS critica conduta do mercado na distribui��o de vacinas anticovid

Diretora-assistente da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Mari�ngela Sim�o criticou nesta ter�a-feira o comportamento dos mercados em meio � oferta desigual de vacinas contra a covid-19 pelo mundo. "Temos mais de 4 bilh�es de vacinas administradas globalmente, mas a distribui��o � bastante desigual", disse a m�dica brasileira, em sess�o virtual de perguntas e respostas da entidade sobre equidade de vacinas.

"N�o podemos dizer que n�o estamos produzindo muitas vacinas, mas o que temos � uma jogada de mercado. O mercado est� se comportando como sempre faz, n�o como se estiv�ssemos em pandemia", acrescentou.

"Como m�dicos, j� n�o gostamos que o mercado se comporte apenas buscando o lucro. Para salvar a vida das pessoas, � necess�rio que as vacinas sejam acess�veis", afirmou Sim�o. "A OMS n�o � contra o lucro, mas precisamos que investidores entendam a necessidade da sa�de p�blica".

Como poss�veis medidas a serem adotadas, a diretora-assistente mencionou o compartilhamento de tecnologia para as vacinas, as licen�as volunt�rias de propriedade intelectual sobre sua fabrica��o e afirmou que a Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC) tem trabalhado para agir de modo que beneficie a todos.

De acordo com o consultor s�nior da OMS, Bruce Aylward, 30% de toda a popula��o mundial recebeu ao menos uma dose da vacina. O n�mero, por�m, varia entre os continentes. Na Europa e Am�ricas do Sul e do Norte, essa parcela � de 50%, na �sia, 30%, enquanto na �frica, menos de 5% recebeu uma dose do imunizante, de acordo com o especialista. "A iniciativa Covax da OMS est� alcan�ando os lugares dif�ceis do mundo. Os pa�ses na Europa e Am�rica do Norte s�o os lugares f�ceis onde se conseguir vacina", disse.

Refor�o

Em rela��o � dose de refor�o do imunizante, que vem sendo discutida em alguns pa�ses, Mari�ngela Sim�o reafirmou que n�o h� evid�ncias cient�ficas que apontem a necessidade desse procedimento at� o momento. "As terceiras doses se aplicam a pa�ses ricos, j� que as vacinas n�o est�o baratas neste ponto. Se voc� come�a a aplic�-las, voc� est� tirando a oportunidade de trabalhadores de sa�de receberem a primeira dose em outros locais". A diretora-assistente, refor�ou, ainda, que enquanto existirem pa�ses com baixa cobertura de vacinas, h� a possibilidade de novas cepas do coronav�rus se desenvolverem.